Houve tentativa de resgate que terminou com prisões e armamento apreendido, além de uma tentativa de fuga e um motim
Três delegacias de Polícia Civil de Fortaleza foram alvo de ações criminosas durante a madrugada de ontem. Entre os casos registrados, uma tentativa de fuga, uma tentativa de resgate e um motim, nos bairros do Panamericano, São Cristóvão e Conjunto Ceará. A situação reflete um problema de superlotação das unidades, denuncia o Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol). A entidade diz que as delegacias do Estado estão com mais de 400 presos.
A primeira situação ocorreu no 11º Distrito Policial (DP), no Panamericano. Os policiais civis encontraram uma das celas parcialmente serrada durante uma vistoria de rotina. A unidade abriga 21 presos. O Batalhão de Choque (BPChoque) foi acionado e a fuga foi frustrada.
Já no 30º DP, no São Cristóvão, houve uma tentativa de resgate. A equipe de plantão recebeu um homem e um adolescente que chegaram à delegacia supostamente para o pagamento da fiança de um preso. A dupla gerou desconfiança por não ter apresentado documento, não saber o nome do preso a ser libertado e ter ido à unidade policial em um automóvel comum, afirmando ter usado táxi.
Os inspetores encontraram com os dois números de um táxi clandestino. Um dos policiais, se passando por um dos passageiros do veículo, pediu que o motorista voltasse à delegacia. Na chegada, ele foi abordado e dentro do veículo a Polícia encontrou uma pistola calibre 380. Dois homens foram presos e um adolescente encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA).
No Conjunto Ceará, houve um motim causado pelos 32 detentos que aguardam a transferência para o sistema prisional. A delegada plantonista do 12º DP recorreu ao Comando Tático Motorizado (Cotam) para conter os presos. Não houve fuga.
Superlotação
No fim do ano passado a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) lançou um projeto para receber os presos das delegacias, o Centro de Triagem, que fica em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. A iniciativa deveria zerar o número de presos nas unidades da Polícia Civil, onde os detentos permaneceriam apenas 72 horas. Conforme o presidente do Sinpol, Gustavo Simplício, a realidade é diferente e as delegacias da Polícia Civil estão superlotadas.
Por meio de nota, a Sejus informou que mantém um entendimento com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) para que, semanalmente, sejam recebidos 150 presos da Delegacia de Capturas e Polinter (Decap). “Os presos dão entrada no sistema penitenciário por meio do Centro de Triagem e Observação Criminológica (CTOC), em Caucaia (Região Metropolitana de Fortaleza). No CTOC, há 400 vagas rotativas e estrutura para coletar informações sobre cada preso”, divulgou a Sejus.
O POVO
