As apreensões de drogas ilícitas mais consumidas no Ceará
tiveram uma diminuição, no primeiro semestre deste ano, em comparação ao
mesmo período de 2015. Os dados constam no site da Secretaria da
Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). As informações são referentes
a cocaína, crack e maconha, considerados os entorpecentes preferidos
dos usuários cearenses.
Neste ano, os policiais apreenderam 257,58 kg de cocaína, 56,81 de
crack e 1.193,08 de maconha, totalizando 1.507,47. Em 2015, foram
apreendidos 259,1 quilos a mais que 2016. A única droga que registou
aumento do ano passado para este foi a cocaína.
De janeiro a maio de 2015, foram apreendidos 147,82 quilos de
cocaína, 86,66 de crack e 1.532,09 de maconha. O total foi de 1.766,57
quilos de drogas. Essa diminuição, segundo a Polícia, não significa que
esteja ocorrendo menos ações dos policiais civis e militares no combate
ao tráfico de drogas, mas sim representa que os traficantes estão mais
temerosos ou migraram para outras modalidades de crime, como sequestro e
roubo a banco.
Outro fator foi a criação da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas
(DCTD), cujas ações investigativas resultaram em muitas apreensões e
prisões de vários envolvidos, muitos deles também respondendo a
processos por roubo e homicídio.
Drogas sintéticas
Com suporte tecnológico e da internet, o mercado da drogas sintéticas
tem registrado expressivo crescimento nos últimos anos. O que era
produção artesanal se transformou numa indústria, com ramificações no
País todo e com rede de distribuição efetiva.
No Ceará, de janeiro a maio deste ano, foram apreendidos 6.408
unidades de ecstasy (3.381) e pontos de LSD (3.027). Os números,
inclusive, já são proporcionalmente superiores aos apreendidos nos
primeiros sete meses de 2015, quando a Polícia contabilizou 3.400
comprimidos de ecstasy, além de 2.115 selos de LSD.
A diretora adjunta da DCTD, Patrícia Bezerra, reforçou que a criação
da DCTD contribuiu para o avanço nas investigações, apreensões de drogas
e prisões de pessoas envolvidas no tráfico. “A prova é o número de
apreensões e prisões que cresceu de maneira exponencial. Antes, a DCTD
era uma delegacia. Como divisão, aumentou o efetivo e o aparato de
armamentos e viaturas. Além disso, temos que falar da especialização que
os policiais têm passado sobre drogas novas em relação às tradicionais.
Eles precisam de métodos novos de combates. Agora, eles estão sendo
treinados constantemente para combater esse tipo de crime”, argumentou
Patrícia.
A delegada destacou, ainda, que o perfil do consumidor desse tipo de
substância é jovem, entre 18 e 25 anos, e de classe média. Segundo ela, a
maioria é universitária.
Distribuição
Sobre a distribuição das drogas, Patrícia informou que, ao longo desse
ano, a DCTD constatou que existe uma rede de traficantes baseada no Sul
do País. “Eles estão em Santa Catarina e Paraná. Também existe uma base
deles no Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. Esse tipo droga tem como
característica a facilidade de ser transportada. As principais, ecstasy e
LSD, vêm em forma de comprimidos e papel.
Podem ser transportadas como remédio sem que levante nenhum tipo de suspeita”, ressaltou a delegada.
Para a apreensão, a delegada conta com a especialização dos policiais.
“A densidade volumétrica é muito baixa. Elas chegam de diversas formas,
pelo aeroporto e até pelos Correios. Os policiais têm uma rede de
informações distribuída em vários locais e estabelecimentos”, detalhou
Patrícia.
Anabolizantes
Destinado ao público que frequenta academias, o anabolizante é outra
substância que figura entre as principais apreensões da DCTD. De acordo
com Patrícia Bezerra, alguns laboratórios já foram desativados na
Capital, além de apreensões de drogas que vinham da Europa.
O ESTADO