Um apartamento com muitas marcas de sangue e pedaços de corpos foi localizado, ontem, pela Polícia Militar na comunidade Babilônia 2, no Barroso, em Fortaleza. Os agentes da segurança faziam patrulhamento no local quando encontraram o imóvel que funcionaria como “tribunal do crime”. Lá, as pessoas seriam julgadas e mortas e teriam os corpos esquartejados.
De acordo com um policial que pediu para não ser identificado, a patrulha foi realizada depois de ter sido localizado, na última segunda-feira, 25, um corpo em um carro incendiado, nas proximidades do prédio. “Passamos em frente ao local, que estava aberto. Tinha muitas marcas de sangue nas paredes e no chão e um pote com um dedo e um pulmão humano. No tapete, tinha outro dedo e um pedaço de orelha”, descreve o PM.
A casa era mobiliada. No local, foram encontrados pertences de crianças. O PM explica que é comum que grupos criminosos expulsem moradores das comunidades das próprias casas para a realização de crimes. Uma faca foi levada para ser periciada.
No apartamento, também foram encontrados pedaços de pele que aparentavam ser de diferentes vítimas. O militar informou que o corpo encontrado na segunda-feira, carbonizado dentro do carro, estava sem cabeça e sem dedos, e que os restos mortais no apartamento poderiam ser dessa mesma vítima. Ele afirma, porém, que outras vítimas podem ter sido executadas no imóvel.
A suspeita, segundo o policial, é de que a situação identificada no imóvel seja motivada por briga de facções rivais, que dominam as comunidades Babilônia e Gereba. O PM afirmou que crimes são recorrentes no local. Moradores já chegaram a informar que corpos seriam desovados e enterrados por trás do terreno do Centro de Triagem de Resíduos Sólidos, próximo à comunidade.
O POVO entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) ontem e, até o fechamento desta edição, não houve retorno.
Onde os corpos seriam deixados
Segundo a Polícia, grupo criminoso da comunidade Babilônia 2 costumava praticar homicídios em conjunto habitacional que começou a ser construído e foi alvo de ocupação. As mortes ocorriam em um imóvel que funcionaria como “tribunal do crime”. Ainda de acordo com a Polícia, moradores da região relatam que os corpos, já esquartejados, seriam largados em terreno por trás do Centro de Triagem de Resíduos Sólidos do Jangurussu, próximo ao antigo aterro sanitário no bairro.
O Povo