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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Após disputa interna, Calheiros é reeleito presidente do Senado

Ao vencer o colega de partido Luiz Henrique (PMDB-SC), o alagoano chega ao 4º mandato à frente da instituição

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Após ser eleito, o alagoano disse, em discurso, que a disputa é "passado" e vai trabalhar para ser representante de todos os colegas senadores. A candidatura dele teve o apoio do Palácio do Planalto
Foto: agência senado
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A sessão preparatória que reconduziu Renan à presidência ocorreu após a posse dos 27 novos senadores, eleitos em 5 de outubro 
 
Foto: PMDB NACIONAL 
 
Brasília. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi reeleito, ontem, para a presidência do Senado Federal. Será a quarta vez que Renan comandará a instituição, em um mandato de dois anos. Em votação secreta, Renan recebeu 49 votos contra 31 para o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), seu adversário na disputa. Um senador preferiu anular o voto.

Foi a votação mais apertada para Renan nas quatro vezes em que disputou o cargo. Em 2007, quando enfrentou o senador José Agripino Maia (DEM-RN), o peemedebista recebeu 51 votos - até então a sua menor margem de vitória. Neste domingo, o senador foi eleito com dois votos a menos do que há oito anos.
Luiz Henrique tinha, oficialmente, a adesão de sete partidos: PSDB, DEM, PP, PDT, PSB, PSOL e PPS, além de apoios individuais em outras siglas, como PMDB e PT. Todas as bancadas somadas garantiriam, pelo menos, 34 sufrágios ao candidato independente.

Na prática, porém, Luiz Henrique não conseguiu garantir a unanimidade dos votos das siglas que lhe prometeram apoio. Sua candidatura promoveu um racha no PMDB, já que o catarinense decidiu entrar na disputa mesmo sem o aval de seu partido para enfrentar o colega de sigla.Renan foi o candidato oficial. Após ser eleito, o alagoano disse, em discurso, que a disputa é "passado" e vai trabalhar para ser representante de todos os colegas senadores.

Dirigindo-se a Luiz Henrique, Renan elogiou sua "correção e espírito público". O candidato, porém, já tinha deixado o plenário no momento em que o presidente do Senado discursou."A disputa já é passado. Todos nós senadores ansiamos pelo futuro. Serei presidente de todos dos senadores", afirmou.

A oposição buscou apontar o PT e o governo como responsáveis pela vitória do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) na eleição para a presidência do Senado. O peemedebista decidiu manter a sua candidatura mesmo após ter sido um dos políticos citados na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
"Acho que o senador Renan deve uma palavra especial de agradecimento à bancada do PT, que mais do que a do PMDB, garantiu a sua vitória", afirmou o senador Aécio Neves (PSDB-MG), logo após o resultado.

O tucano disse ainda que espera que Renan seja, neste segundo mandato que se inicia, mais um presidente do Poder Legislativo do que um aliado do Palácio do Planalto. Durante o ano passado, ele acusou o senador alagoano de atuar a serviço do governo Dilma Rousseff.
Lava-Jato
Renan decidiu manter sua candidatura mesmo sob a ameaça de ser um dos políticos citados na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. O nome do peemedebista aparece na suposta lista de políticos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras, mas oficialmente não há confirmação do envolvimento de Renan.
Em conversas com aliados, o peemedebista disse estar disposto a enfrentar as denúncias no comando do Senado, caso seja citado. Em 2006, na presidência da Casa, Renan foi alvo de diversas denúncias depois de ter usado recursos de uma empreiteira para pagar pensão à filha que teve fora do casamento.

Na época, renunciou à presidência para escapar da cassação. Mas saiu ileso dos processos a que respondeu no Conselho de Ética do Senado. Em 2013, também foi alvo de protestos de manifestações populares que pregavam o "Fora Renan", mas encerrou seu mandato na presidência do Senado sem percalços.

Vencedor diz que vai apoiar reforma política
Brasília. As negociações para a eleição se deram até minutos antes do início da solenidade de posse dos novos senadores, às 15h de ontem. Com isso, houve atraso de cerca de uma hora.

Depois de eleito, em uma votação que contou com os 81 parlamentares da Casa, Renan agradeceu o que considerou uma "renovação da confiança" dos colegas em sua atuação à frente do Senado Federal.
"A recondução à Presidência do Senado Federal me honra muitíssimo e me obriga a redobrar o trabalho, triplicar o ânimo e quadruplicar a vontade para corresponder ao crédito que me foi concedido pelos senadores e senadoras", declarou.

O presidente também prometeu levar adiante temas considerados fundamentais pela sociedade, como a reforma política e uma agenda econômica que "permita ao Brasil crescer sem abrir mão das conquistas obtidas até aqui".
Agenda comum
Como suas primeiras ações no novo mandato na Presidência do Senado, Renan anunciou uma reunião, hoje, com o novo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A pauta será a pactuação de uma agenda comum às duas Casas, que acelere o processo legislativo e contribua para melhorar o ambiente de negócios no país.

Renan também se comprometeu a pedir que a Câmara delibere sobre matérias aprovadas pelo Senado nos últimos anos que estão paradas naquela Casa. Ele marcou para amanhã a eleição do restante dos integrantes da Mesa do Senado. Já a abertura dos trabalhos do Congresso Nacional está prevista para as 15 horas de hoje.
Agradecimentos
Renan fez questão de agradecer ao PMDB, que sustentou sua candidatura, aos eleitores de Alagoas, a quem disse dever o mandato, e ao adversário, Luiz Henrique: "Desejo renovar meu firme compromisso pela autonomia e independência do Senado, por sua modernização e transparência e pela coletivização das decisões dessa presidência, que serão tomadas de forma coletiva e nunca serão monocráticas ou arbitrárias", garantiu.

A sessão preparatória que reconduziu Renan à presidência ocorreu após a posse dos 27 novos senadores, eleitos em 5 de outubro. Apoiado por 15 dos 19 senadores peemedebistas, ele teve a candidatura apresentada pelo líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Adversário critica indicações
Brasília. Após ter perdido a eleição para a presidência do Senado, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) criticou a relação do vencedor Renan Calheiros (PMDB-AL) com o governo. Para Luiz Henrique, o presidente reeleito precisa ter posição de altivez em relação ao governo federal, o que ele perde quando indica ministros ou dirigentes para estatais.

"O presidente do Congresso tem que ter uma relação altiva com o presidente da República. Agora, quando ele indica ministros, indica diretores para estatais, ele perde essa autoridade, ele perde essa altivez", disse.
"No tempo em que eu fui presidente do partido, os cargos de ministros foram indicados pelo partido. Ele é presidente do Congresso Nacional, que eventualmente é do PMDB. Essa prática, eu deixei claro, que tem que mudar", completou. Luiz Henrique saiu do plenário do Senado antes do discurso feito por Renan de agradecimento aos senadores, incluindo ao adversário.

Segundo ele, o resultado o surpreendeu. Renan venceu o pleito com 49 votos a seu favor. Luiz Henrique obteve 31 votos. "Surpreendeu até porque contávamos com o voto de senadores que somavam até 46 votos", disse. Ele, no entanto, não quis fazer um diagnóstico do que aconteceu para que tivesse menos votos do que o contabilizado por sua campanha.

Seus apoiadores colocam a conta no PT. Para eles, o governo foi decisivo para que houvesse "traições". Questionado se sentia-se traído, Luiz Henrique minimizou: "Prefiro virar essa página. Eu jogo sempre para frente". Disse esperar que o presidente Renan encampe as suas propostas para a reforma política ainda no primeiro semestre. "O PMDB é o maior partido do país e ele tem que ser o condutor dessa reforma", disse.
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