“Eles tiram essas fotos e elas ficam circulando
entre eles. Ficam se gabando entre os módulos. É um absurdo. Não há controle,
não há sistema integrado para impedir isso”, critica Geonias Santos,
coordenador do Sinspeb.
Presos da Penitenciária Lemos Brito, situada no
Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, foram flagrados
"ostentando" churrasco, bebidas, armas, suplementos alimentares e até
uma esteira ergométrica dentro da unidade.
"Essa situação já tinha sido notificada no
ano passado. Chegou através do sindicato e a admnistração passou a adotar uma
série de providências. Foi aberto um procedimento disciplinar, presos
identifficados nas fotografias foram transferidos e há uma investigação em
curso para apurar possível facilitação por parte de servidores que atuam dentro
da unidade", afirmou o major Júlio César, superintendente de Gestão
Prisional.
Júlio César ressalta que fiscalizações são
realizadas periodicamente na unidade pelo Ministério Público e pelo Poder
Judiciário, além de revistas feitas nas celas. "No mínimo, uma vez por
mês. Sempre é encontrado material proibido e ilícito. Os presos sempre dão um
jeito de conseguir colocar isso dentro das unidades. Facas artesanais, celulares",
apontou.
“Eles tiram essas fotos e elas ficam circulando
entre eles. Ficam se gabando entre os módulos. É um absurdo. Não há controle,
não há sistema integrado para impedir isso”, critica Geonias Santos,
coordenador do Sinspeb.
Segundo o coordenador do Sinspeb, pessoas do
lado de fora da penitenciária chegam a arremessar armas e celulares para dentro
do presídio. "Essas coisas [comidas, bebidas, armas] chegam de todas as
formas: intermédio de visitas, pessoas que arremessam do lado de fora. Na penitenciária
não tem muro externo, não tem vigilância externa, as portas estão caindo aos
pedaços. Aqui não tem condição de segurança e estrutura para funcionar",
completa Geonias Santos.
De acordo com o G1, o coordenador conta que a
penitenciária dispõe, diariamente, de cerca de vinte agentes penitenciários,
que atuam entre mais de 1,2 mil detentos. "Tem agente penitenciário
entregando sua vida nas mãos de Deus. Ele não tem nenhum tipo de garantia que
sairá de lá vivo. O agente vê e sabe que não tem na gestão uma ação para por
fim a essas situações calamitosas".
Segundo o Sindicato dos Servidores
Penitenciários da Bahia (Sinspeb), as fotografias com a "farra" foram
encontradas nos celulares dos presos apreendidos entre o final de 2014 e início
deste ano. De acordo com o Ministério Público, um inquérito civil foi aberto
para apurar as condições de funcionamento da penitenciária.
Fonte: DN
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