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quinta-feira, 2 de abril de 2015

Tauá é a primeira cidade a integrar Rede Cegonha

O programa, dentre outras coisas, oferece atenção integral à saúde da criança até o segundo ano de vida

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O procedimento normal é considerado mais saudável para a mãe e o bebê
Foto: Jorge de Moura 
 
Tauá. Nesta cidade, na região dos Inhamuns, há um esforço do sistema público e local de Saúde de incentivo às mulheres para o parto normal. O município é o único do Interior a integrar a Rede Cegonha do Ministério da Saúde, cujo certificado foi obtido em novembro de 2012 para o Hospital Regional Dr. Alberto Feitosa de Lima. Os resultados têm sido positivos, com melhor qualidade no atendimento humanizado às gestantes, parturientes e aos bebês.

Recentemente, três profissionais do Ministério da Saúde visitaram o hospital credenciado e avaliaram positivamente as ações desenvolvidas pelo programa. Mediante a aprovação, houve o processo de habilitação do Hospital Regional Dr. Alberto Feitosa Lima, que é atualmente administrado pela instituição São Camilo.

"O parto normal é mais saudável para a mãe e para o bebê", disse o médico obstetra Francisco Antonio Loiola. "Há uma grande aceitação das mulheres e isso até nos surpreendeu". Loiola observa que o parto natural é excelente para a mulher e para o filho, favorecendo uma vida saudável, uma vez que nascerá sem as agressões e riscos dos partos operatórios (cirurgia cesárea).

A adesão do município à Rede Cegonha ocorreu em novembro de 2012 e a habilitação em 2013. De lá para cá, o novo modelo vem mudando o modo de agir dos profissionais de saúde e a escolha do tipo de parto na região dos Inhamuns.

"As mudanças ainda são limitadas, mas significativas e representam um sinal de que estamos no caminho certo e de que os avanços serão ampliados", disse Loiola. O programa exige que as unidades certificadas ofereçam infraestrutura diferenciada: consultório, sala de espera, cinco unidades de quartos de acomodação para antes, durante e depois do parto para acolher gestantes, maridos e filhos de até dois anos, com climatização, cama adaptada, berçário com aparelhos modernos, atendimento preferencial e direito a acompanhante de ambos os sexos.

A Rede Cegonha é uma estratégia montada pelo Ministério da Saúde que objetiva implantar uma rede de cuidados básicos para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, além de assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.

A partir dessa estratégia, o governo federal quer estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no Brasil e está sendo implantada, por etapa, em todo o País. A prioridade tem por base o critério epidemiológico, taxa de mortalidade infantil e razão mortalidade materna e densidade populacional.
O programa prevê intensificar ações no pré-natal, durante o parto e nascimento, no puerpério, além de oferecer atenção integral à saúde da criança, assegurar sistema logístico de transporte sanitário na região e regulação de marcação de consulta.

Nesta cidade, a agricultora, Maria Claudineide, mãe de sete filhos, nascidos de parto natural, residente em Aiuaba, foi assistida pelo programa recentemente. "Deu tudo certo e fui muito bem atendida", contou. Carla Pereira de Sousa, agricultora, natural de Tauá, optou pelo parto normal para o primeiro filho e está grávida de oito meses, recebendo todos os cuidados especiais, no pré-parto, segundo normas do programa.
A comerciária Ana Lúcia Ribeiro disse que o primeiro parto foi cirúrgico, mas o segundo foi normal, e comparou: "Eu me senti melhor e já sai andando do hospital no dia seguinte", contou. "A equipe me deu apoio e me ajudou em tudo".

A estratégia Rede Cegonha tem o objetivo de oferecer às gestantes usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) atendimento qualificado e humanizado, desde o planejamento reprodutivo até o segundo ano de vida da criança. Evita a cesariana desnecessária. "O parto normal é o melhor para a mulher e para o bebê. Ele é menos arriscado, é mais seguro e mais saudável", observa o obstetra Joab Soares.
Acessibilidade
O Ministério da Saúde mudou a estratégia e passou a remunerar melhor o médico que adota o parto natural, reduzindo o valor das cirurgias cesarianas. "São dadas todas as condições: transporte acolhimento e sensibilização dos profissionais de saúde e das gestantes", frisou Soares. "São oferecidos exames completos e melhor acessibilidade para a gestante". A regra deveria ser o parto normal, mas virou exceção no Brasil. O esforço atual é para inverter essa estratégia e, para isso, é preciso adesão dos médicos e da própria gestante, que prefere enfrentar menos dor e busca rapidez.

O Hospital é o único habilitado. No Ceará, os municípios de Maracanaú, Limoeiro do Norte, Crateús, Tianguá e Itapipoca estão em processo de habilitação para integrar a Rede Cegonha do Ministério da Saúde. Já foram avaliados e aprovados e aguardam reconhecimento. Dessas cidades, exceto Maracanaú, os hospitais são administrados pela Rede São Camilo.

Mais informações:
Hospital Regional Dr. Alberto Feitosa de Lima
Tauá
Fone: (88) 3437-2119
Honório Barbosa
Colaborador

DN

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