Entre os meses de janeiro e julho do
ano passado, 612 motociclistas perderam a vida em ocorrências
Por
Valdir Almeida - Repórter
Além da falta de espaço no trânsito, um dos problemas mais graves relacionados ao tráfego de motos é o crescimento dos acidentes com mortes. Esse tipo de modal lidera o ranking das mortes em acidentes automobilísticos no Estado. Conforme o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE), 612 motociclistas perderam a vida em decorrência de acidentes no período de janeiro a julho do ano passado. A quantidade é 21% superior ao registrado pelo órgão em período igual no ano de 2014.
Enquanto isso, os acidentes com mortes envolvendo carros registram queda de 12% no período divulgado pelo Detran. Foram 272 acidentes entre janeiro e julho de 2015, contra 310 em igual período do ano anterior.
O problema é percebido nas unidades de saúde do Estado. No maior hospital de urgência e emergência de Fortaleza, o Instituto José Frota (IJF) mais da metade das internações - cerca de 70% - são em decorrência de acidentes envolvendo motos.
Frota
Se levarmos em consideração a frota absoluta de motocicletas, o Ceará aparece em terceiro lugar do ranking geral, ficando atrás apenas de São Paulo (4.268.872) e Minas Gerais (2.308.174), respectivamente. De acordo com o Denatran, nove estados possuem frota de motos superior à de carros. Na Região Nordeste, além do Ceará, os estados que apresentam esse perfil são Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte. As demais unidades federativas com esta mesma característica estão na Região Norte: Acre, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Este fenômeno foi observado no Estado pela primeira vez em 2013, quando a frota de motos superou a casa de um milhão. Na Capital, por exemplo, a Prefeitura começa a adotar algumas medidas experimentais tanto para atender imediatamente a grande demanda do fluxo de motos, como observar a resolutividade da iniciativa. No ano passado, foram criadas faixas prioritárias para os motociclistas em cruzamentos de grande circulação, como nas avenidas Aguanambi e Raul Barbosa. Quando o sinal abre, as motos saem primeiro que os outros veículos. A sinalização foi instalada pela Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) para evitar o conflito entre carros e motos por disputas de espaço.
Para o promotor de Justiça e membro do Núcleo de Atuação Especial de Controle, Fiscalização e Acompanhamento de Políticas do Trânsito (Naetran), Gilvan Melo, os índices de violência no trânsito são resultados de fatores, que incluem, principalmente, a falta de educação e desrespeito às leis. "Muitos condutores não possuem o preparo suficiente para conduzir esses veículos. É necessário investir, principalmente em educação, e preparo dos motociclistas", indicou.
O Detran informou que faz ações periódicas com o foco nos motociclistas. "No Interior do Estado, onde a frota é crescente, nós (Detran) desenvolvemos a 'Operação Capacete', principalmente nos municípios com maior número de ocorrência. As blitze também foram intensificadas" disse a diretora de Planejamento do Dentran-CE, Lorena Moreira.
DN
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