De acordo com oncologista 80% dos
tumores são diagnosticados em fase avançada, reduzindo a sobrevida da paciente
O câncer de ovário ocupa a sétima
posição dentre os cânceres malignos mais frequentes em mulheres e a terceira
posição entre os cânceres ginecológicos no Brasil. Trata-se de uma doença
silenciosa com sintomas que aparecem em fases avançadas levando ao atraso do
início do tratamento.
O Instituto Nacional do Câncer
(INCA) estimou 6.150 novos casos em 2016 e é a quinta maior causa de morte
por câncer entre as mulheres. Essa elevada mortalidade está diretamente
relacionada ao diagnóstico tardio. “Atualmente 80% dos tumores são
diagnosticados em fase avançada, reduzindo a sobrevida da paciente. Entender o
comportamento e os fatores desencadeantes desse tipo de câncer é o primeiro
passo”, aponta o oncologista clínico David Pinheiro Cunha do Grupo SOnHe –
Sasse Oncologia e Hematologia de Campinas.
O câncer de ovário é o tumor
ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e, por esse motivo, é o que
menos tem chance de cura, “Na fase inicial, a grande maioria das pacientes
são assintomáticas ou apresentam sintomas inespecíficos como dores abdominais,
náuseas e alteração do hábito intestinal, não levando a paciente a procurar seu
médico. Quando os sintomas tornam-se intensos, podendo cursar com aumento do
volume do abdômen pela formação de liquido (ascite) ou obstrução do intestino
causando dificuldade para evacuar, a doença já está avançada e a chance de cura
é menor”, explica o oncologista clínico.
O médico conta que o câncer de
ovário pode ser dividido em três principais tipos: tumores epiteliais, que se
iniciam nas células que recobrem a superfície externa no ovário, responsáveis
por 95% dos casos; tumores de células germinativas, que originam os
espermatozoides e os ovócitos, responsáveis por 2-3% dos casos e tumores
estromais, constituídos a partir do cordão sexual da gônada, responsáveis por
5% dos casos.
“É importante saber que todas as
mulheres podem ter câncer de ovário, mas as que apresentam maior risco
são: as com histórico familiar de câncer de ovário ou mama, idade
avançada (acima dos 60 anos), nunca ter ficado grávida, menarca
precoce, menopausa tardia, endometriose, reposição hormonal na pós-menopausa e
tabagismo. As síndromes hereditárias também aumentam significativamente esse
risco, predispondo a doença em idades mais jovens. As mutações de maior importância
são BRCA 1, BRCA 2 e a síndrome de Lynch (alteração genética em genes do DNA)”,
afirma.
Para o diagnóstico o médico
necessita de uma avaliação clínica, exame físico e ginecológico, exames de
sangue com marcador tumoral (Ca 125) e exames de imagem (ultrassom
transvaginal, tomografia computadorizada e ressonância magnética). “Quando o
tumor está em fase inicial, os exames de imagem identificam uma lesão nodular
ou uma massa restrita aos ovários. Na doença avançada pode ocorrer disseminação
dos nódulos para o peritônio (camada que reveste o intestino), formação de
liquido no abdômen e metástase para outros órgãos como fígado e pulmão.
Importante ressaltar que para o diagnóstico definitivo é necessário uma biópsia
da tumoração apontada no exame de imagem”, explica o medico.
Tratamento
O tratamento depende do estágio da
doença. As opções principais são: cirurgia seguido de quimioterapia ou, quando
o tumor apresenta-se mais avançado, iniciar quimioterapia e posterior avaliação
cirúrgica. “Infelizmente os métodos de rastreamento para câncer de ovário
não se mostraram efetivos para a população geral como é o caso do Papanicolau
no câncer de colo de útero. A realização de exames de ultrassom transvaginal e
marcador tumoral (Ca 125) apenas resultou em maior número de procedimentos e
gastos para a saúde sem benefício significativo em reduzir a mortalidade,
portanto, não sendo indicado de rotina”, aponta o especialista.
Sobre o Grupo SOnHe
O
Grupo SOnHe - Sasse Oncologia e Hematologia, é formado por oncologistas
que fazem o atendimento oncológico humanizado e multidisciplinar no
Hospital Vera Cruz, Hospital Santa Tereza e Instituto do Radium, três
importantes centros de tratamento de câncer em Campinas. A equipe
oferece excelência no cuidado oncológico e na produção de conhecimento
de forma ética, científica e humanitária, por meio de uma equipe
inovadora e sempre comprometida com o ser humano. O SOnHe é formado
pelos oncologistas: André Deeke Sasse, David Pinheiro Cunha, Vinicius
Correa da Conceição, Vivian Castro Antunes de Vasconcelos e Adolfo
Scherr
David Pinheiro Cunha
é médico oncologista formado pela Pontifícia Universidade Católica de
Campinas, visiting fellow no serviço de oncologia e pesquisa clinica em
Northwestern Medicine Developmental Therapeutics Institute, Chicago,
Illinois, EUA, em 2015, oncologista do CQA da Unimed Campinas em 2016,
oncologista contratado na PUC, onde desenvolve supervisão de residentes
em Clínica Médica e Oncologia. É oncologista do Hospital Vera Cruz desde
2017 e do Instituto Radium de Campinas, do Hospital Santa Tereza e do
Hospital Universitário Celso Pierro. É membro titular da Sociedade
Americana de Oncologia Clínica (ASCO).
Para mais informações, visite www.sonhe.med.br
Informações para a imprensa
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