A Polícia Civil do Estado do Ceará, por meio da Divisão de Combate ao
Tráfico de Drogas (DCTD), informou, nesta segunda-feira (6), que
desarticulou com sucesso dois laboratórios de drogas localizados em
Fortaleza, em diferentes operações realizadas na última sexta-feira (3).
Em coletiva realizada nesta tarde, os agentes informaram que cerca de
10 quilos (kg) de cocaína, 20kg de mineíta, maconha e crack foram
apreendidos, assim como três armas de fogo, incluindo uma metralhadora e
dois revólveres.
Segundo a polícia, um dos revólveres apreendidos na operação é banhado a
ouro, o que mostra certo grau de ostentação por parte de um dos
suspeitos presos, identificado como Jonathan Menezes da Costa, de 32
anos, mais conhecido como "Chacal" ou "Johnny Bombado". Conforme a
delegada Patrícia Bezerra, diretora da DCTD, a facção criminosa que
Jonathan faz parte é a mesma de José Édson Honório de Sousa, 26,
conhecido como "Tourão", que foi preso no mês passado após um operação
encontrar drogas em um piso falso de uma residência localizada no bairro
Luciano Cavalcante.
Segundo Patrícia, a facção criminosa de "Chacal" e "Tourão" é
especialista em venda de drogas nos bairros mais nobres de Fortaleza,
como Varjota, Aldeota, Papicu, Meireles e Praia de Iracema. Conforme
diz, após Jonathan ser abordado no bairro Varjota, ele acabou levando os
agentes a um laboratório na Rua Tavares Coutinho, onde eram preparadas
as drogas para a venda nas festas de Pré-Carnaval. "A especialidade
deles é a cocaína, que, por ser cara, só é consumida por pessoas de
poder aquisitivo maior. O Chacal era o principal gerente deles. O patrão
ainda vai ser preso", garante a delegada.
A outra operação que desarticulou um laboratório de drogas na última
sexta-feira foi realizada no Lagamar, onde os agentes prenderam Pedro
Henrique Barbosa Soares, de 23 anos. Ele ressecava e embalava crack em
um apartamento alugado na região.
Denúncia ajudou
O cerco aos laboratórios de drogas começou no início da tarde da última
sexta-feira, quando as equipes da Polícia Civil receberam um denúncia
sobre um suposto tráfico de drogas que estava acontecendo em um
apartamento no Lagamar. "O denunciante forneceu características que nos
fizeram chegar ao Pedro Henrique. As equipes seguiram o suspeito e o
abordaram em um posto de gasolina, onde ele parou o carro. Dentro do
veículo, encontraram 45 gramas de 'tapiocas de Crack' (formato fino da
droga, também chamado de água coco)", destaca Lucas Aragão, diretor
adjunto da DCTD.
Após a abordagem, os policiais foram ao apartamento denunciado no
Lagamar. Lá, os agentes apreenderam um micro-ondas, uma balança de
precisão, 145 gramas de crack, 1,5 kg de maconha e 400 gramas de
cocaína. "O preso já estava ressecando a droga para fazer a embalagem.
Era um pequeno laboratório. No imóvel não tinha nada, era alugado apenas
para o tráfico de drogas", pontuou Lucas Aragão. Segundo ele, Pedro
Henrique não tinha antecedentes criminais.
Sequência de investigações
A outra desativação de um laboratório de drogas na Capital ocorreu na
noite da mesma sexta-feira, fruto de investigações que começaram com a
prisão de "Tourão", no mês passado. "Chegamos a um sujeito muito
conhecido nos bairros nobres da cidade, posteriormente identificado como
sendo o Jonathan Menezes da Costa, que já responde por tráfico,
homicídio e porte ilegal de armas. Por conta das festas de Pré-Carnaval
que estão acontecendo na cidade, principalmente na Varjota, sabíamos que
essa organização tentaria comercializar um grande volume de drogas",
explica a delegada Patrícia Bezerra.
Segundo ela, os agentes descobriram a localização da casa de Jonathan,
também na Varjota, onde abordaram o suspeito, que estava com uma pequena
quantidade de drogas. Após ser interrogado no local, ele confessou que
havia mais drogas em um laboratório na região. "Ao chegarem em um
apartamento na Rua Tavares Coutinho, os policiais logo constataram que
se tratava de um laboratório para refino da droga. No local, foram
encontrados 10 quilos de cocaína, 20 quilos de mineíta, além de panela e
peneira usadas na preparação dos entorpecentes", cometa.
A polícia também encontrou balões de borracha com várias gramas de
cocaína. Segundo a delegada, a embalagem era usada para transportar a
droga dentro de tanques de combustível de veículos. "Isso mostra com o
que estamos lidando: uma facção criminosa sofisticada e que lida com um
público de maior poder aquisitivo. Eles possuíam até arma banhada a
ouro. Isso mostra o poder deles", destaca Patrícia Bezerra.
DN Online
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