Após registrar dois recordes seguidos, em março e abril deste
ano, a taxa de desemprego total na Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF) recuou 0,7%, de 13,6% para 12,9%, em maio, da População
Economicamente Ativa (PEA) – embora, para os meses de maio, essa seja a
maior taxa desde dezembro de 2008. Apesar do contingente de
desempregados cair na passagem mensal (-16 mil), o corte no volume de
ocupados, em 12 meses, terminados em maio, chegou a 107 mil empregos,
uma queda de 6,3% – a oitava queda seguida. O total de ocupados foi
estimado em 1,593 milhão de pessoas (contra 1,7 milhão registradas em
maio de 2015), conforme a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED/RMF),
divulgada ontem.
Já o contingente de desempregados, em números absolutos, nessa mesma
base de comparação anual, saltou de 148 mil para 236 mil pessoas – uma
expressiva alta de 59,5%, embora menor que os 72,6% de abril último. Na
análise mensal (252 mil), o número de desempregos teve decréscimo de 16
mil pessoas (recuo de 6,3%).
A pesquisa foi divulgada na sede do Instituto de Desenvolvimento do
Trabalho (IDT), no Benfica. Ela é realizada, mensalmente, pelo Governo
do Estado, através da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social
(STDS), IDT, Sine/CE, Departamento Intersindical de Estatísticas e
Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a Fundação Sistema Estadual de
Análise de Dados (Seade), nos 13 municípios que compõem a RMF,
entrevistando 2,5 mil domicílios e 5,2 mil pessoas.
Comportamento
Em maio, o contingente de desempregados caiu devido à redução da força
de trabalho local (25 mil pessoas saíram do mercado de trabalho da
região, ou -1,3% da PEA), que foi superior à verificada no nível de
ocupação (eliminação de 9 mil postos de trabalho, ou -0,6%). O
desemprego entre os homens atinge 14,2%, enquanto que, nas mulheres, a
taxa chegou a 11,9%. Os jovens são os mais prejudicados, já que, na
faixa de 16 a 24 anos de idade, o índice é de 30,4%, sendo que, entre 25
e 39 anos, é de 11,8%. O tempo médio de procura por trabalho,
permaneceu em 29 semanas (7,25 meses).
Enquanto isso, a taxa de participação também recuou, de 56,2%, em abril,
para 55,4%, em maio, ao mesmo tempo em que a taxa de desemprego aberto —
que envolve pessoas que procuraram trabalho efetivamente nos últimos 30
dias anteriores à pesquisa, e não exerceram nenhuma atividade nos
últimos sete dias — recuou de 10,8% para 10,6%, na passagem mensal.
Por setores de atividade econômica, a variação sobre abril decorreu
do corte de postos de trabalho em quase todos os setores. Em um mês, a
maior queda veio do setor da construção (6 mil, ou -4,6%), seguido por
comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (3 mil, ou
-0,8%) e, em menor medida, na Indústria de Transformação (1 mil, ou
-0,4%). Na direção oposta, nos serviços (4 mil, ou 0,5%), cresceu o
nível de ocupação. Já sobre maio de 2015, todos os setores enxugaram
suas ocupações, sendo a queda mais intensa observada no comércio (41
mil, ou -10%), indústria (27 mil, ou -9,6%), seguida de construção (24
mil, ou -16,2%), e serviços (17 mil, ou -2,1%).
Estabilidade
Na análise por posição na ocupação, o número de assalariados permaneceu
relativamente estável (-1 mil empregos, ou -0,1%), devido a
comportamentos diferenciados nos setores público (2 mil, ou 1,6%) e
privado (-3 mil, ou -0,3%). Neste último, reduziu-se o assalariamento
sem carteira de trabalho assinada (4 mil, ou -2,6%) e permaneceu em
relativa estabilidade o com carteira (1 mil, ou 0,1%). Também caiu o
contingente de trabalhadores classificados nas demais posições (8 mil,
ou -9,6%), enquanto permaneceu em relativa estabilidade o de empregados
domésticos (1 mil, ou -0,9%) e o de autônomos (1 mil, ou 0,2%).
Considerando o comportamento em 12 meses, o declínio do nível
ocupacional refletiu as diminuições do emprego no setor privado (107
mil, ou -11%) e no setor público (2 mil, ou -1,6%). No setor privado
diminuiu o emprego com carteira (87 mil, ou -10,8%) e sem carteira
assinada (20 mil, ou -11,9%). O nível ocupacional decresceu também entre
os trabalhadores autônomos (4 mil, ou -0,9%).
O ESTADO