RJ:Operação da Polícia Militar no Morro do Juramento tem seis mortos
Dois policiais militares também foram baleados na ação que visa a localizar bandidos que atacaram UPP do Parque Proletário
No ataque à unidade da Vila Cruzeiro, no domingo, uma soldado morreu
Outro soldado e dois moradores ficaram feridos
PM organiza armas e drogas apreendidas durante operação no Morro do Juramento
Marcos Tristão / O Globo
RIO - Policiais do 41º BPM (Irajá) fazem uma operação, desde o início
da manhã desta terça-feira, no Morro do Juramento, em Vicente de
Carvalho, na Zona Norte do Rio. Oito suspeitos foram baleados. Seis
deles morreram a caminho do Hospital municipal Salgado Filho, no Méier.
Dois policiais militares também foram atingidos. São eles: Vinícius
Telles de Oliveira e Mauro Batista dos Santos. Os policiais também foram
socorridos no Salgado Filho e transferidos em seguida para o Hospital
Central da Polícia Militar, no Estácio, onde permanecem internados.
Na
ação, os policiais já apreenderam quatro fuzis AK-47, duas pistolas,
granadas e material para embalar drogas, além de entorpecente que ainda
será analisado. Por medida de segurança, a PM chegou a interditar por
alguns minutos o trânsito na Avenida Pastor Martin Luther King, um dos
acessos ao Juramento. A via já foi liberada. A operação visa a
localizar os bandidos responsáveis por um ataque contra a sede da
Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Parque Proletário, na Vila
Cruzeiro, na Penha, também na Zona Norte, no último domingo. Na ocasião,
a soldado Alda Rafael Castilho, de 26 anos, morreu. O também soldado
Marcelo Giliardi ficou ferido, assim como dois moradores. Além do Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, policiais militares fazem
operações em outras quatro comunidades do Rio: Jorge Turco, em Rocha Miranda ,
Vila Kennedy, em Bangu, Favela do Rola, em Santa Cruz, e Morro do Banco, na
Barra da Tijuca. No Morro do Banco, policiais do 31°BPM (Recreio dos
Bandeirantes) prenderam cinco suspeitos e apreenderam uma pistola e drogas não
contabilizadas. Nesta segunda-feira, policiais civis e militares
realizaram operações em 12 comunidades do Rio sob domínio da facção
criminosa que controlava a venda de drogas nos complexos do Alemão e da
Vila Cruzeiro, respectivamente, em Ramos e Penha, na Zona Norte. A ação
foi determinada pelo Secretaria de Segurança Pública, a partir da
confirmação de que a troca de tiros, onde morreu a soldado Alda Rafael,
foi orquestrada por integrantes quadrilha. Os policiais descobriram que um dos carros usados no ataque foi roubado em Vicente de Carvalho,
o que poderia ter sido uma ação para prejudicar a imagem da Unidade de
Polícia Pacificadora. Entre as favelas que estão sendo alvo de operação
estão os morros do Juramento, Cajueiro e Chapadão. Já são oito PMs mortos em áreas com UPP Baleada
domingo num ataque à base da Unidade de Polícia Pacificadora do Parque
Proletário, no Complexo do Alemão, Alda Rafael Castilho, de 26 anos, que
era soldado, é o oitavo policial militar morto em confrontos em áreas
com UPP desde 2012. Na Polícia Militar há dois anos e nove meses, ela,
que cursava psicologia, foi atingida pelas costas por um tiro,
supostamente de fuzil, disparado de um carro em alta velocidade. Levada
para o Hospital Getulio Vargas, na Penha, Alda não resistiu ao
ferimento. Das oito mortes de PMs registradas em áreas ocupadas pela
polícia, metade aconteceu em favelas que integram os complexos do Alemão
e da Penha. Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, também
soldado, foi a primeira policial lotada numa UPP a ser morta em serviço,
na Favela Nova Brasília, em julho de 2012. No mesmo ano, em dezembro,
outro policial — Fábio Barbosa da Silva, de 38 anos — morreu em
confronto na região. Dois meses antes do ataque de domingo passado, o
soldado Melquizebeque dos Santos Basílio, de 29 anos, também morreu ao
ser baleado por bandidos no Parque Proletário. As outras mortes
aconteceram na Rocinha, no Morro da Coroa, em Santa Teresa, na Favela do
Batan, em Realengo, e na Cidade de Deus. Desde o início do
processo de retomada dos territórios que integram os complexos do Alemão
e da Vila Cruzeiro, em novembro de 2010, a polícia encontra resistência
dos remanescentes da facção que tinha na localidade seu principal
reduto. Em meio à ocupação, o secretário de Segurança, José Mariano
Beltrame, disse que os bandidos tinham transformado a área no QG da
facção. Nos últimos 30 dias, disparos voltaram a ser ouvidos com
muita frequência por moradores do Alemão. Semana passada, duas sedes e
três postos de UPPs do complexo foram atacados a tiros. O prédio que
fica atrás da estação Alemão do teleférico também foi atingido por dois
disparos de fuzil. Os bandidos ainda arremessaram bombas de gás
lacrimogêneo. No último dia 31, um coquetel molotov foi jogado em frente
à 45ª DP (Alemão), inaugurada no fim do ano passado, ao lado do
teleférico da Favela Nova Brasília. O artefato atingiu dois veículos
particulares estacionados. Uma granada tinha sido lançada na delegacia
dias antes. Nenhum suspeito dos ataques foi preso.
O GLOBO
PM detém 14 suspeitos de integrarem grupo ‘Justiceiros’; eles teriam espancado adolescente no Flamengo
Quatorze suspeitos - entre menores e maiores de idade - suspeitos de
integrarem o grupo “Justiceiros” foram presos, no início da madrugada
desta terça-feira por policiais militares do 2º BPM (Botafogo). Eles
estavam na pista de skate do Parque do Flamengo, naquele bairro da Zona
Sul do Rio, e foram denunciados por moradores de rua. Segundo eles
contaram aos PMs, os jovens vêm agredindo e ameaçando mendigos, alegando
que querem fazer “justiça com as próprias mãos”.
Todos os detidos
foram levados para a 9ª DP (Catete). Os maiores foram autuados por
formação de quadrilha e corrupção de menores. Já os menores responderão
por fato análogo a formação de quadrilha. Todos foram liberados depois
de pagarem fiança.
Os grupo “Justiceiros” é suspeito de espancar e
prender a um poste com uma trava de bicicleta um adolescente de 15
anos. O menor teve parte da orelha arrancada. O fato aconteceu na
Avenida Rui Barbosa, no Flamengo, na madrugada desta sexta-feira. O caso
tornou-se conhecido depois de ser denunciado pela artista plástica
Yvonne Bezerra de Melo - fundadora do projeto Uerê, que atende crianças e
adolescente carentes no Complexo da Maré, na Zona Norte da cidade.
Yvonne postou no Facebook uma foto do adolescente logo após a agressão.
Segundo
informações da Polícia Civil, o adolescente espancado já foi
identificado. Ele tem três anotações por roubo e furto em sua ficha
policial.
Copa do Mundo no Brasil deixará ônus, e não legado, diz relatora da ONU
Tidos pelo
poder público como uma vitrine para o País e uma oportunidade de
investimentos, os grandes eventos que serão realizados no Brasil
acabaram servindo de estopim para uma série de reivindicações, que
eclodiram nas agora conhecidas como jornadas de junho. Essas
reivindicações seguem se desdobrando, causando dor de cabeça aos
governantes e perplexidade aos estudiosos. No centro da questão, por
sediar a final da Copa
do Mundo e as Olimpíadas e fazer parte do imaginário estrangeiro do
Brasil, a cidade do Rio de Janeiro e os seus 6 milhões de habitantes
servem de laboratório, e se veem entre as promessas de uma cidade melhor
e a realidade caótica de má qualidade dos serviços públicos e obras
aquém do anunciado.
Para a urbanista Raquel Rolnik, professora
da Universidade de São Paulo e relatora especial do Conselho de
Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à
Moradia Adequada, que acompanha de perto o processo desde 2009, a
principal discussão que se coloca é o direito à cidade e a necessidade
de se investir em uma cidade realmente para todos. "Não é comprar casa,
comprar moto. Tem uma dimensão publica essencial que é a urbanidade e
que precisa ser resolvida", afirma. Relatora especial da ONU acredita que Copa não deixará legado significativoLeia a seguir os principais trechos da entrevista. Terra: A cinco meses da Copa, que tipo de legado o evento deixa para a cidade do Rio de Janeiro?
Raquel
Rolnik: O legado urbanístico que a Copa do Mundo vai deixar não é
significativo. Alguns projetos viários e de infraestrutura relacionados
com os deslocamentos necessários para o evento, como BRTs, novas vias de
ligação com os estádios e entre aeroportos e zonas hoteleiras e
estádios, estão sendo feitos, mas essas não eram as prioridades de
mobilidade. Não há outros legados do ponto de vista urbanístico que
possam ser mencionados. Ações esperadas, como a despoluição da Baía de
Guanabara e a melhoria das condições de saneamento gerais da cidade, não
foram realizadas. Por outro lado, para a implantação desses projetos de
infraestrutura foi necessário remover comunidades e assentamentos que
se encontravam naqueles locais há décadas sem que uma alternativa
adequada de moradia tenha sido oferecida. Para as pessoas diretamente
atingidas, ao invés de um legado, a Copa deixa um ônus. Terra: Essas remoções foram feitas de forma irregular?
Raquel:
Os procedimentos adotados durantes as remoções não correspondem ao
marco internacional dos direitos humanos, que inclui o direito a moradia
adequada, nem respeitam a forma como elas devem ocorrer. O direito a
informação, a transparência e a participação direta dos atingidos na
definição das alternativas e de intervenção sobre as suas comunidades
não foi obedecido. As pessoas receberam compensações insuficientes para
garantir seu direito à moradia adequada em outro local e, em grande
parte dos casos, não houve reassentamento onde as condições pudessem ser
iguais ou melhores daquelas em que se encontravam. Nos casos em que
aconteceu algum tipo de reassentamento para o Minha Casa Minha Vida,
esse se deu em áreas muito distantes dos locais originais de moradia,
prejudicando os moradores no acesso aos locais de trabalho, meio de
sobrevivência e a rede socioeconômica que sustenta na cidade. Ações como a despoluição da Baía de Guanabara não foram realizadasTerra:
Isso tem alguma relação com a Copa ser realizada em um país em
desenvolvimento. Em outras nações que receberam o campeonato esse
processo se deu de uma forma diferente?
Raquel: Aquilo que se
incide de uma forma diferenciada sobre o Brasil e que podemos estender
para outros casos, como a Índia na organização dos Commonwealth Games, e
também da África do Sul na Copa do Mundo, é a existência de
assentamentos informais de baixa renda consolidados. Essas comunidades
são as mais vulneráveis as violações aos direitos de moradia, o que não
quer dizer que em outros países isso tenha sido respeitado. Terra:
Desde junho, milhares de pessoas saíram às ruas em protesto tanto
contra a qualidade e o preço do transporte quanto contra os gastos com
os megaeventos. O grito "não vai ter Copa" se tornou uma bandeira comum a
diversos grupos. O que essas manifestações expressam e o que podemos
esperar para 2014?
Raquel: Me parece que a sociedade brasileira
tem demonstrado o seu descontentamento em relação ao modelo de
crescimento econômico e de inclusão social que estamos vivendo. Esse
modelo, baseado na ampliação do acesso ao consumo, não enfrentou e não
resolveu a questão da cidade para todos. Ou seja, não se criou um modelo
de desenvolvimento urbano que rompa com a ideia de uma cidade
excludente, para poucos. As manifestações tem um conteúdo bastante claro
de reivindicação de direitos, especialmente do direito à cidade,
expresso através do direito ao espaço publico e ao serviço publico de
qualidade, entre outras questões. Terra: Você comentou
que as obras de transporte que estão sendo realizadas não seriam as mais
necessárias. O que seria uma prioridade para o Rio?
Raquel:
Toda a relação com a população da Baixada Fluminense é absolutamente
prioritária, assim como o eixo Niterói-São Gonçalo, que são os locais
que enfrentam os maiores gargalos de mobilidade e que beneficiariam o
maior número de habitantes. Terra: O Rio sofre com o
crescimento da especulação imobiliária, que se reflete nos preço dos
imóveis e na alta do custo de vida. Qual o efeito disso a longo prazo na
cidade?
Raquel: Talvez o Rio seja o local onde isto esteja
acontecendo com maior intensidade, mas a especulação também afeta outras
cidades. O efeito é a expulsão dos setores de menor renda das áreas
mais urbanizadas, com acesso a serviços, oportunidades etc. Há um
descolamento em direção a periferias desqualificadas, sem urbanidade,
com impactos enormes sobre a mobilidade e as condições de vida da
população. Além de gerar, e isso já está claro em São Paulo e no Rio, um
aumento na quantidade de pessoas morando na rua e sem teto. Não há um
censo, mas nós já observamos que há um número cada vez maior de pessoas
que não tem condições de morar em local algum. Esses números são
alarmantes. É a população que hoje está ou vivendo nas ruas ou nas ruas
promovendo ocupações e protestos. Terra: Quais os principais desafios do Rio?
Raquel:
O Rio, assim como outras metrópoles do Brasil, é uma cidade partida. O
maior desafio é a inclusão territorial, fazer uma cidade que seja
realmente para todos. Não é comprar casa, comprar moto. Tem uma dimensão
pública essencial que é a urbanidade e que precisa ser resolvida. Tenho
acompanhado o tema dos megaeventos desde que apresentei um relatório
temático ao conselho de direitos humanos da ONU em 2009 fazendo uma
espécie de overview da questão no mundo com foco na moradia. A partir
daí o conselho votou uma resolução definindo claramente que a preparação
dos megaeventos deveria levar em consideração e respeitar o direito a
moradia para todos. Acredito que os procedimentos ao longo desses anos,
devido a própria organização das populações atingidas, aos comitês em
torno da Copa, à sensibilidade dos meios de comunicação para reportar
esse tema, estão melhorando. Nos primeiros casos que vi no Rio de
Janeiro, o trator já ia derrubando as casas com as coisas das pessoas
dentro. Houve aumento no valor dos benefícios, acabou de sair uma
portaria do governo federal em relação a essa questão, mas isso ainda é
insuficiente em relação aos desafios que temos nesse campo.
Inflação semanal aumenta em cinco de sete capitais pesquisadas
A inflação semanal
medida pela Fundação Getúlio Vargas em sete capitais brasileiras ganhou
força em cinco locais, divulgou hoje (4) o Instituto Brasileiro de
Economia (Ibre/FGV). O Índice de Preços ao Consumidor da última semana
de janeiro ficou acima da penúltima em Brasília, Belo Horizonte, Recife,
Rio de Janeiro e São Paulo.
O IPC-S geral aumentou de 0,93% para
0,99%, puxado para baixo apenas pelos indicadores de Salvador, onde
houve queda de 1,12% para 0,97%, e de Porto Alegre, cuja variação foi de
0,75% para 0,67%. Rio de Janeiro e Recife são as cidades que
registram as maiores taxas de inflação, ambas em 1,19%. O Rio, no
entanto, teve um aumento maior, já que partiu de 1,01% na semana
anterior, enquanto a capital pernambucana, de 1,06%. Apesar disso,
a maior alta foi registrada em Belo Horizonte, onde o IPC-S avançou de
0,90% para 1,13% na última semana de janeiro. Em Brasília, foi
registrada alta de menos de 0,10 ponto percentual, de 0,46% para 0,55%.
Em São Paulo, o IPC-S aumentou de forma mais moderada, de 1,02% para
1,08%.
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