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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

RJ:Operação da Polícia Militar no Morro do Juramento tem seis mortos

  • Dois policiais militares também foram baleados na ação que visa a localizar bandidos que atacaram UPP do Parque Proletário
  • No ataque à unidade da Vila Cruzeiro, no domingo, uma soldado morreu
  • Outro soldado e dois moradores ficaram feridos
PM organiza armas e drogas apreendidas durante operação no Morro do Juramento Foto: Marcos Tristão / O Globo
PM organiza armas e drogas apreendidas durante operação no Morro do Juramento Marcos Tristão / O Globo
RIO - Policiais do 41º BPM (Irajá) fazem uma operação, desde o início da manhã desta terça-feira, no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na Zona Norte do Rio. Oito suspeitos foram baleados. Seis deles morreram a caminho do Hospital municipal Salgado Filho, no Méier. Dois policiais militares também foram atingidos. São eles: Vinícius Telles de Oliveira e Mauro Batista dos Santos. Os policiais também foram socorridos no Salgado Filho e transferidos em seguida para o Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio, onde permanecem internados.
Na ação, os policiais já apreenderam quatro fuzis AK-47, duas pistolas, granadas e material para embalar drogas, além de entorpecente que ainda será analisado. Por medida de segurança, a PM chegou a interditar por alguns minutos o trânsito na Avenida Pastor Martin Luther King, um dos acessos ao Juramento. A via já foi liberada.
A operação visa a localizar os bandidos responsáveis por um ataque contra a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Parque Proletário, na Vila Cruzeiro, na Penha, também na Zona Norte, no último domingo. Na ocasião, a soldado Alda Rafael Castilho, de 26 anos, morreu. O também soldado Marcelo Giliardi ficou ferido, assim como dois moradores.
Além do Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, policiais militares fazem operações em outras quatro comunidades do Rio: Jorge Turco, em Rocha Miranda , Vila Kennedy, em Bangu, Favela do Rola, em Santa Cruz, e Morro do Banco, na Barra da Tijuca. No Morro do Banco, policiais do 31°BPM (Recreio dos Bandeirantes) prenderam cinco suspeitos e apreenderam uma pistola e drogas não contabilizadas.
Nesta segunda-feira, policiais civis e militares realizaram operações em 12 comunidades do Rio sob domínio da facção criminosa que controlava a venda de drogas nos complexos do Alemão e da Vila Cruzeiro, respectivamente, em Ramos e Penha, na Zona Norte. A ação foi determinada pelo Secretaria de Segurança Pública, a partir da confirmação de que a troca de tiros, onde morreu a soldado Alda Rafael, foi orquestrada por integrantes quadrilha. Os policiais descobriram que um dos carros usados no ataque foi roubado em Vicente de Carvalho, o que poderia ter sido uma ação para prejudicar a imagem da Unidade de Polícia Pacificadora. Entre as favelas que estão sendo alvo de operação estão os morros do Juramento, Cajueiro e Chapadão.
Já são oito PMs mortos em áreas com UPP
Baleada domingo num ataque à base da Unidade de Polícia Pacificadora do Parque Proletário, no Complexo do Alemão, Alda Rafael Castilho, de 26 anos, que era soldado, é o oitavo policial militar morto em confrontos em áreas com UPP desde 2012. Na Polícia Militar há dois anos e nove meses, ela, que cursava psicologia, foi atingida pelas costas por um tiro, supostamente de fuzil, disparado de um carro em alta velocidade. Levada para o Hospital Getulio Vargas, na Penha, Alda não resistiu ao ferimento. Das oito mortes de PMs registradas em áreas ocupadas pela polícia, metade aconteceu em favelas que integram os complexos do Alemão e da Penha.
Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, também soldado, foi a primeira policial lotada numa UPP a ser morta em serviço, na Favela Nova Brasília, em julho de 2012. No mesmo ano, em dezembro, outro policial — Fábio Barbosa da Silva, de 38 anos — morreu em confronto na região. Dois meses antes do ataque de domingo passado, o soldado Melquizebeque dos Santos Basílio, de 29 anos, também morreu ao ser baleado por bandidos no Parque Proletário. As outras mortes aconteceram na Rocinha, no Morro da Coroa, em Santa Teresa, na Favela do Batan, em Realengo, e na Cidade de Deus.
Desde o início do processo de retomada dos territórios que integram os complexos do Alemão e da Vila Cruzeiro, em novembro de 2010, a polícia encontra resistência dos remanescentes da facção que tinha na localidade seu principal reduto. Em meio à ocupação, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que os bandidos tinham transformado a área no QG da facção.
Nos últimos 30 dias, disparos voltaram a ser ouvidos com muita frequência por moradores do Alemão. Semana passada, duas sedes e três postos de UPPs do complexo foram atacados a tiros. O prédio que fica atrás da estação Alemão do teleférico também foi atingido por dois disparos de fuzil. Os bandidos ainda arremessaram bombas de gás lacrimogêneo. No último dia 31, um coquetel molotov foi jogado em frente à 45ª DP (Alemão), inaugurada no fim do ano passado, ao lado do teleférico da Favela Nova Brasília. O artefato atingiu dois veículos particulares estacionados. Uma granada tinha sido lançada na delegacia dias antes. Nenhum suspeito dos ataques foi preso.

O GLOBO



PM detém 14 suspeitos de integrarem grupo ‘Justiceiros’; eles teriam espancado adolescente no Flamengo

Quatorze suspeitos - entre menores e maiores de idade - suspeitos de integrarem o grupo “Justiceiros” foram presos, no início da madrugada desta terça-feira por policiais militares do 2º BPM (Botafogo). Eles estavam na pista de skate do Parque do Flamengo, naquele bairro da Zona Sul do Rio, e foram denunciados por moradores de rua. Segundo eles contaram aos PMs, os jovens vêm agredindo e ameaçando mendigos, alegando que querem fazer “justiça com as próprias mãos”.

Todos os detidos foram levados para a 9ª DP (Catete). Os maiores foram autuados por formação de quadrilha e corrupção de menores. Já os menores responderão por fato análogo a formação de quadrilha. Todos foram liberados depois de pagarem fiança.

Os grupo “Justiceiros” é suspeito de espancar e prender a um poste com uma trava de bicicleta um adolescente de 15 anos. O menor teve parte da orelha arrancada. O fato aconteceu na Avenida Rui Barbosa, no Flamengo, na madrugada desta sexta-feira. O caso tornou-se conhecido depois de ser denunciado pela artista plástica Yvonne Bezerra de Melo - fundadora do projeto Uerê, que atende crianças e adolescente carentes no Complexo da Maré, na Zona Norte da cidade. Yvonne postou no Facebook uma foto do adolescente logo após a agressão.

Segundo informações da Polícia Civil, o adolescente espancado já foi identificado. Ele tem três anotações por roubo e furto em sua ficha policial.

Copa do Mundo no Brasil deixará ônus, e não legado, diz relatora da ONU


Tidos pelo poder público como uma vitrine para o País e uma oportunidade de investimentos, os grandes eventos que serão realizados no Brasil  acabaram servindo de estopim para uma série de reivindicações, que eclodiram nas agora conhecidas como jornadas de junho. Essas reivindicações seguem se desdobrando, causando dor de cabeça aos governantes e perplexidade aos estudiosos. No centro da questão, por sediar a final da Copa do Mundo e as Olimpíadas e fazer parte do imaginário estrangeiro do Brasil, a cidade do Rio de Janeiro e os seus 6 milhões de habitantes servem de laboratório, e se veem entre as promessas de uma cidade melhor e a realidade caótica de má qualidade dos serviços públicos e obras aquém do anunciado.

Para a urbanista Raquel Rolnik, professora da Universidade de São Paulo e relatora especial do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Moradia Adequada, que acompanha de perto o processo desde 2009, a principal discussão que se coloca é o direito à cidade e a necessidade de se investir em uma cidade realmente para todos. "Não é comprar casa, comprar moto. Tem uma dimensão publica essencial que é a urbanidade e que precisa ser resolvida", afirma.
Relatora especial da ONU acredita que Copa não deixará legado significativo
Relatora especial da ONU acredita que Copa não deixará legado significativo
Leia a seguir os principais trechos da entrevista.
Terra: A cinco meses da Copa, que tipo de legado o evento deixa para a cidade do Rio de Janeiro?
Raquel Rolnik: O legado urbanístico que a Copa do Mundo vai deixar não é significativo. Alguns projetos viários e de infraestrutura relacionados com os deslocamentos necessários para o evento, como BRTs, novas vias de ligação com os estádios e entre aeroportos e zonas hoteleiras e estádios, estão sendo feitos, mas essas não eram as prioridades de mobilidade. Não há outros legados do ponto de vista urbanístico que possam ser mencionados. Ações esperadas, como a despoluição da Baía de Guanabara e a melhoria das condições de saneamento gerais da cidade, não foram realizadas. Por outro lado, para a implantação desses projetos de infraestrutura foi necessário remover comunidades e assentamentos que se encontravam naqueles locais há décadas sem que uma alternativa adequada de moradia tenha sido oferecida. Para as pessoas diretamente atingidas, ao invés de um legado, a Copa deixa um ônus.
Terra: Essas remoções foram feitas de forma irregular?
Raquel: Os procedimentos adotados durantes as remoções não correspondem ao marco internacional dos direitos humanos, que inclui o direito a moradia adequada, nem respeitam a forma como elas devem ocorrer. O direito a informação, a transparência e a participação direta dos atingidos na definição das alternativas e de intervenção sobre as suas comunidades não foi obedecido. As pessoas receberam compensações insuficientes para garantir seu direito à moradia adequada em outro local e, em grande parte dos casos, não houve reassentamento onde as condições pudessem ser iguais ou melhores daquelas em que se encontravam. Nos casos em que aconteceu algum tipo de reassentamento para o Minha Casa Minha Vida, esse se deu em áreas muito distantes dos locais originais de moradia, prejudicando os moradores no acesso aos locais de trabalho, meio de sobrevivência e a rede socioeconômica que sustenta na cidade.
Ações como a despoluição da Baía de Guanabara não foram realizadas
Ações como a despoluição da Baía de Guanabara não foram realizadas
Terra: Isso tem alguma relação com a Copa ser realizada em um país em desenvolvimento. Em outras nações que receberam o campeonato esse processo se deu de uma forma diferente?
Raquel: Aquilo que se incide de uma forma diferenciada sobre o Brasil e que podemos estender para outros casos, como a Índia na organização dos Commonwealth Games, e também da África do Sul na Copa do Mundo, é a existência de assentamentos informais de baixa renda consolidados. Essas comunidades são as mais vulneráveis as violações aos direitos de moradia, o que não quer dizer que em outros países isso tenha sido respeitado.
Terra: Desde junho, milhares de pessoas saíram às ruas em protesto tanto contra a qualidade e o preço do transporte quanto contra os gastos com os megaeventos. O grito "não vai ter Copa" se tornou uma bandeira comum a diversos grupos. O que essas manifestações expressam e o que podemos esperar para 2014?
Raquel: Me parece que a sociedade brasileira tem demonstrado o seu descontentamento em relação ao modelo de crescimento econômico e de inclusão social que estamos vivendo. Esse modelo, baseado na ampliação do acesso ao consumo, não enfrentou e não resolveu a questão da cidade para todos. Ou seja, não se criou um modelo de desenvolvimento urbano que rompa com a ideia de uma cidade excludente, para poucos. As manifestações tem um conteúdo bastante claro de reivindicação de direitos, especialmente do direito à cidade, expresso através do direito ao espaço publico e ao serviço publico de qualidade, entre outras questões.
Terra: Você comentou que as obras de transporte que estão sendo realizadas não seriam as mais necessárias. O que seria uma prioridade para o Rio?
Raquel: Toda a relação com a população da Baixada Fluminense é absolutamente prioritária, assim como o eixo Niterói-São Gonçalo, que são os locais que enfrentam os maiores gargalos de mobilidade e que beneficiariam o maior número de habitantes.
Terra: O Rio sofre com o crescimento da especulação imobiliária, que se reflete nos preço dos imóveis e na alta do custo de vida. Qual o efeito disso a longo prazo na cidade?
Raquel: Talvez o Rio seja o local onde isto esteja acontecendo com maior intensidade, mas a especulação também afeta outras cidades. O efeito é a expulsão dos setores de menor renda das áreas mais urbanizadas, com acesso a serviços, oportunidades etc. Há um descolamento em direção a periferias desqualificadas, sem urbanidade, com impactos enormes sobre a mobilidade e as condições de vida da população. Além de gerar, e isso já está claro em São Paulo e no Rio, um aumento na quantidade de pessoas morando na rua e sem teto. Não há um censo, mas nós já observamos que há um número cada vez maior de pessoas que não tem condições de morar em local algum. Esses números são alarmantes. É a população que hoje está ou vivendo nas ruas ou nas ruas promovendo ocupações e protestos.
Terra: Quais os principais desafios do Rio?
Raquel: O Rio, assim como outras metrópoles do Brasil, é uma cidade partida. O maior desafio é a inclusão territorial, fazer uma cidade que seja realmente para todos. Não é comprar casa, comprar moto. Tem uma dimensão pública essencial que é a urbanidade e que precisa ser resolvida. Tenho acompanhado o tema dos megaeventos desde que apresentei um relatório temático ao conselho de direitos humanos da ONU em 2009 fazendo uma espécie de overview da questão no mundo com foco na moradia. A partir daí o conselho votou uma resolução definindo claramente que a preparação dos megaeventos deveria levar em consideração e respeitar o direito a moradia para todos. Acredito que os procedimentos ao longo desses anos, devido a própria organização das populações atingidas, aos comitês em torno da Copa, à sensibilidade dos meios de comunicação para reportar esse tema, estão melhorando. Nos primeiros casos que vi no Rio de Janeiro, o trator já ia derrubando as casas com as coisas das pessoas dentro. Houve aumento no valor dos benefícios, acabou de sair uma portaria do governo federal em relação a essa questão, mas isso ainda é insuficiente em relação aos desafios que temos nesse campo.


Inflação semanal aumenta em cinco de sete capitais pesquisadas

A inflação semanal medida pela Fundação Getúlio Vargas em sete capitais brasileiras ganhou força em cinco locais, divulgou hoje (4) o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV). O Índice de Preços ao Consumidor da última semana de janeiro ficou acima da penúltima em Brasília, Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.

O IPC-S geral aumentou de 0,93% para 0,99%, puxado para baixo apenas pelos indicadores de Salvador, onde houve queda de 1,12% para 0,97%, e de Porto Alegre, cuja variação foi de 0,75% para 0,67%.
Rio de Janeiro e Recife são as cidades que registram as maiores taxas de inflação, ambas em 1,19%. O Rio, no entanto, teve um aumento maior, já que partiu de 1,01% na semana anterior, enquanto a capital pernambucana, de 1,06%.
Apesar disso, a maior alta foi registrada em Belo Horizonte, onde o IPC-S avançou de 0,90% para 1,13% na última semana de janeiro. Em Brasília, foi registrada alta de menos de 0,10 ponto percentual, de 0,46% para 0,55%. Em São Paulo, o IPC-S aumentou de forma mais moderada, de 1,02% para 1,08%.

 

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