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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Polícia: Traficantes pagariam R$ 200 mil pela morte de 'Menor do Grotão'

Preso no Ceará, criminoso levava vida nova trabalhando como agenciador de seguros e lutando MMA

Rio - O sotaque é nordestino. Antes de falar, costuma abrir largo sorriso e dizer: ‘Rapaaaz!’, como se buscasse pausa antes de contar uma história. Preso no Ceará, Luiz Ricardo Vitorino da Silva, o Menor do Grotão, traficante acusado de envolvimento em assassinatos no Morro do São Carlos, no Estácio, não sai do personagem criado por ele mesmo para fugir do mundo do crime, onde passou a ser perseguido por antigos comparsas. Segundo a polícia, traficantes da facção Amigos dos Amigos (ADA) estariam oferecendo um ‘prêmio’ de R$ 200 mil pela morte dele.


Em Nova Russas, no Ceará, construiu uma nova identidade para fugir do próprio passado. Lá, era Alex Costa do Nascimento, um homem que se preparava para se tornar lutador de MMA e trabalhava como agenciador de seguros para DPVAT, com RG, CPF, certificado de reservista e até carteira de trabalho. Embora tentasse esconder, ele ainda exibia as cicatrizes do passado que o perseguiu até o interior cearense, onde foi capturado por agentes da 6ª DP (Cidade Nova), na quarta-feira.
Menor do Grotão na 6ª DP (Cidade Nova), pouco antes de ser levado a Bangu: ‘Minha vida agora é outra’
Foto:  Carlo Wrede / Agência O Dia
Luiz Ricardo diz ter uma bala alojada no pescoço há mais de sete anos. Também tem marcas de tiros no antebraço direito e na perna esquerda. Mas desconversa logo, reproduzindo uma frase repetida sempre que o assunto é o seu passado: “Rapaz, deixa isso pra lá. Minha vida agora é outra.” Uma vida registrada em vídeos de lutas, apreendidos no computador da casa dele, no Ceará. 

“E o vencedor, por decisão unânime, é Alex Carioca”, anuncia árbitro de uma luta de muay thai.
No fim da entrevista ao DIA , ontem à tarde, na delegacia, ele foi advertido por outro preso, próximo à cela. “Aí, tu é um comédia! Vacilão!”, gritou, incomodado pela conversa com a reportagem. Luiz Ricardo desfez o sorriso e olhou no rosto do outro detento. Mas não esboçou reação. “Isso é viciado. Deixa ele falar”, sorriu, mais tarde. 



Aliás, o sorriso só deu lugar a um ar de preocupação quando ele estava prestes a ser levado da delegacia para o Complexo Penitenciário de Gericinó. “Aquele rapaz vai comigo, né?”, perguntou, apontando para um policial que portava um fuzil. Alvo de traficantes, ele irá acertar as contas com o passado atrás das grades, numa cela isolada.

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