O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que a Polícia Federal prenda o senador petista e líder do governo Delcídio do Amaral (PT-MS) e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. A PF cumpre mandados de busca no Congresso Nacional como desdobramento das investigações da Operação Lava Jato. Os policiais atuam em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Mato Grosso do Sul. Também foi autorizado que seja preso Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador. Delcídio foi preso por suspeitas de que estava obstruindo as investigações sobre o escândalo do petrolão.
Esta é a primeira vez que um senador é preso no exercício do mandato. O motivo são suspeitas de que Delcídio teria coagido o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, indicado por ele na petroleira, a não dar detalhes sobre o esquema do petrolão. O senador chegou a oferecer meios para que o ex-dirigente fugisse do país. Cerveró chegou a negociar um acordo de delação premiada, mas não obteve sucesso.
Nas investigações da Operação Lava Jato, o nome de Delcídio Amaral foi citado pelo delator Fernando Baiano, que afirmou à força-tarefa da Lava Jato que o líder do governo teria recebido até 1,5 milhão de reais em propina na negociação da compra da refinaria de Pasadena, no Texas. O dinheiro sujo teria sido utilizado na campanha de Delcídio ao governo do Mato Grosso do Sul, em 2006.
Citações contra o líder do governo já haviam sido feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, mas o procurador-geral da República Rodrigo Janot não viu indícios suficientes para pedir a abertura de investigação contra o parlamentar. Em depoimento, Costa ainda indica que o ex-diretor da Área Internacional da petroleira, Nestor Cerveró, autoridades ligadas ao PMDB e o operador do partido no escândalo do petrolão, Fernando Baiano, podem ter embolsado até 30 milhões de dólares em propina na compra de Pasadena. O próprio Delcídio foi diretor de Gás e Energia da Petrobras.
Fonte: Veja.com
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