Por 27 a 18, Zezinho Albuquerque (PDT) continua como presidente da mesa executiva do biênio 2017-2018. A disputa pela presidência da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa foi um duro embate até o último instante. As costuras nos bastidores, inclusive, provocaram uma crise que culminou no rompimento político entre os grupos dos irmãos Ferreira Gomes e de Domingos Filho, atualmente conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
A eleição da nova Mesa Diretora da AL aconteceu desde às 11 horas, e se prolongou ao longo da tarde, nesta quinta-feira (01). O grupo liderado por Cid e Ciro Gomes, incluindo o governador Camilo Santana e o prefeito Roberto Cláudio, nos bastidores, acusaram Domingos Filho de provocar um racha na base governista.Cid e Ciro apoiaram a reeleição do deputado Zezinho Albuquerque, enquanto Domingos apoiou a candidatura de Sérgio Aguiar. Ambos os candidatos fazem parte do PDT.
Influência
Segundo interlocutores do Governo, Domingos estaria utilizado sua influência como conselheiro da Corte de Contas para pressionar parlamentares em busca de apoio para Sérgio. Sem citar nomes, o deputado Ivo Gomes (PDT) chegou a postar publicação nas redes sociais criticando as articulações nos bastidores, o que causou incômodos nos corredores da AL. “Estou me preparando pra deixar a Assembleia Legislativa, depois de 14 anos. Saio no momento em que magistrados pertencentes ao Tribunal de Contas dos Municípios – que tem por obrigação mínima a imparcialidade e a distância da política – interferem acintosamente na sucessão da Presidência da casa da qual ainda sou parte”, publicou Ivo.
Segundo esses interlocutores, o governador está seguro de que o acordo não é mais possível e que o rompimento definitivo com o grupo político ligado a Domingos Filho é inevitável. Aliados afirmam que esforços foram realizados à exaustão para evitar o rompimento.
Dos dois lados
O deputado Ely Aguiar (PSDC), porém, afirmou à imprensa que as pressões advém de ambos os lados e criticou as interferências externas na disputa. Sem críticas a gestão Zezinho, Ely admitiu que nos bastidores alguns parlamentares reclamam da falta de espaço, o que teria prejudicado um consenso.
Demissões
Com o rompimento, começaram os boatos sobre demissões tanto no governo do estado quanto na Prefeitura de Fortaleza. Segundo interlocutores, os Diários Oficiais já devem trazer exonerações de aliados de Domingos Filho que ocupam cargos nos governos municipal e estadual. Na governo Camilo, Augusto Júnior pode ser exonerado da presidência da Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adagri). Na prefeitura, devem ser “convidados a sair” os gestores da Etufor, Rennys Frota; e da Regional V, Walney Alencar. Fontes, que pediram reserva, tratam as exonerações como “martelo batido” em resposta a manutenção da candidatura de Sérgio Aguiar.
De volta
A articulação em busca de votos inclui o retorno de deputados à composição da AL. Odilon Aguiar (PMB), Jeová Mota (PDT) e Miriam Sobreira (PDT) reassumiram seus mandatos na quarta-feira (01). Os três parlamentares ocupavam, respectivamente, as secretarias da Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seapa); do Esporte (Sesporte) e a Secretaria Especial de Políticas sobre Drogas (SPD). Com o retorno dos deputados à Casa, Fernando Hugo (PP), Dr. Santana (PT) e Rachel Marques (PT) voltam à condição de suplentes.
Zezinho x Aguiar
Embora em lados opostos: Zezinho e Sérgio Aguiar possuem algo em comum. Ambos se mostram confiantes e não acreditam em traição na reta final. Em conversa com a imprensa, Zezinho Albuquerque disse que continuará conversando com os demais parlamentares até o último momento. O parlamentar disse ainda que “trabalho em cima de um projeto para casa e não de um projeto pessoal”, justificando.
Em outra frente, Sérgio Aguiar afirmou que, independente do resultado, construirá um trabalho para reconstrução da base governista. “Eleição será disputada. Mas, estou preparado para qualquer resultado. Sempre tive essa tranquilidade na vida pública. Eu ajudei a eleger este governo. Eu acredito nele. Espero não ser por um fato como esse tomar uma decisão extremada de deixar o partido ou a base do governo”, disse Sérgio, que admitiu que o consenso fosse trabalhado em torno do seu nome.
Eleição
Em virtude da eleição, não haverá sessão plenária. A decisão foi tomada ontem pela atual Mesa Diretora da Casa. Zezinho Albuquerque informou que a votação será secreta e em cédula, na qual constarão as chapas inscritas. Cada candidato terá 15 minutos para expor suas ideias e mais dez minutos para dois apoiadores de cada chapa. De acordo com o presidente, havendo disputa, será considerada vencedora a chapa que obtiver o mínimo de 24 votos em primeira votação. Caso o número não seja alcançado, haverá segunda votação. Em caso de empate, a chapa que tiver o candidato a presidente mais velho será eleita. Zezinho tem 61 anos, enquanto Sérgio Aguiar 41.
Chapa Zezinho
Presidente – Zezinho Albuquerque (PDT)
1º vice-presidente – Tin Gomes (PHS)
2º Vice-presidente – Manuel Duca (PDT)
1º secretário – Audic Mota (PMDB)
2º secretario – João Jaime (DEM)
3º secretário – Julio César (PDT)
4ª secretário – Augusta Brito (PCdoB)
1º suplente – Robério Monteiro (PDT)
2º suplente – Ferreira Aragão (PDT)
3º suplente – Bruno Pedrosa (PP)
Chapa Sergio Aguiar
Presidente – Sergio Aguiar (PDT)
1º vice-presidente – Joaquim Noronha (PRP)
2º Vice-presidente – Danniel Oliveira (PMDB)
1º secretário – Aderlânia Noronha (SD)
2º secretario – Gony Arruda (PSD)
3º secretário – Ely Aguiar (PSDC)
4ª secretário – Roberto Mesquita (PSD)
1º suplente – Fernanda Pessoa (PR)
2º suplente – Bruno Gonçalves (PEN)
3º suplente – Dra. Silvana (PMDB)
As informações são da repórter Laura Carvalho
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