Em janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estava dividida sobre o vírus chinês representar ou não uma emergência mundial de saúde pública e a China aproveitou o cenário para pressionar a OMS a não intensificar o alerta mundial da epidemia.
Segundo o jornal de esquerda, Le Monde, a decisão de não decretar a emergência foi “resultado de uma oposição categórica da China e seus aliados”.
O jornal, em reportagem de capa na edição do dia 30 do mês de janeiro, afirmou que “as considerações políticas parecem ter superado os argumentos científicos” na hora de prorrogar o decreto.
A mudança resultou em uma série de medidas coordenadas entre os países para conter a pandemia, mas, ao mesmo tempo, exporia ao mundo que Pequim não conseguiu controlar a propagação da doença.
Em uma reunião, realizada no dia 22 de janeiro de 2020, o comitê de emergências da OMS, formado por 15 integrantes e seis conselheiros, dividiu-se em dois grupos quanto à avaliação da situação, que seria transmitida na sequência ao diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom.
Segundo o Le Monde, foi a partir deste momento que as pressões se acentuaram, com o chinês insistindo que era “fora de questão” declarar uma emergência internacional. Na ocasião, o chefe da organização acabou não decretando a urgência mundial – decisão mantida no dia seguinte, quando comunicou, entretanto, a existência de uma divisão interna.
Por que tantas epidemias vêm da Ásia?
O histórico de omissões da China quando o assunto é epidemia não é de hoje. Além da superpopulação, especificidades culturais ajudam a explicar essa propensão: nos países asiáticos, é comum a venda de animais silvestres e vivos nos mercados a céu aberto, para serem consumidos na gastronomia. Desta forma, morcegos, serpentes e até lobos são comercializados.
O problema é que os controles sanitários nem sempre são eficientes. Foi assim no surgimento da SARS, em um mercado público do sul do país chinês. A gripe asiática de 1957, que se transformou em pandemia e causou 1,1 milhão de mortes no mundo, foi transmitida ao homem pelo pato.
Agora, após a aparição do vírus chinês em um mercado de Wuhan, a China proibiu temporariamente a venda de animais vivos para consumo humano.
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