Com
uma arrogância muito característica, os petistas já cantaram vitória
num encontro havido ontem à noite no Tuca, o teatro da PUC, em São
Paulo. Aproveitaram para demonizar e ironizar os adversários,
tratando-os como inimigos do povo, que têm de ser eliminados da vida
pública. Entendo. O Brasil tem de ficar entregue a patriotas como
aqueles que cuidavam da Petrobras.
Muito bem: segundo o Datafolha, se a eleição tivesse acontecido ontem, a petista Dilma Rousseff teria obtido 46% das intenções de voto, contra 43% do tucano Aécio Neves. Ocorre que as eleições não aconteceram ontem. Em cinco dias, ele teria oscilado dois pontos para baixo, e ela, três para cima. Os dois continuam empatados na margem de erro, de dois pontos para mais ou para menos. Em votos válidos, o placar é 52% a 48%. Seis por cento dizem não saber em quem votar, e 5% votariam em branco ou nulo.
Aécio aparece na frente nas regiões Sudeste (49% a 40%), Sul (51% a 33%) e Centro-Oeste (48% a 39%), e Dilma, no Norte (55% a 39%) e Nordeste (64% a 27%). Segundo o Datafolha, a mudança mais significativa teria acontecido no Sudeste, onde o tucano teria oscilado de 50% para 49%, e a petista, crescido de 35% para 40%. O eleitorado do Sudeste corresponde a 43,44% do total. No Nordeste, Dilma teria avançado três pontos, de 61% para 64%, e Aécio, oscilado dois para baixo: de 29% para 27%. Vejam os dados.
É claro que é cedo para o PT comemorar. Por mais que a gente possa apostar na vontade que têm os institutos de acertar, o primeiro turno nos recomenda prudência. Até porque certos cuidados se fazem necessários quando se olham dados parciais das pesquisas. Por que digo isso?
No país, segundo o Datafolha, os que não sabem (6%) e brancos e nulos (5%) somam 11%, mesmo percentual, por exemplo, do Sudeste. No Sul, no entanto, onde Aécio está na frente, chegam a 16%; seriam de 13% no Centro-Oeste, mas de apenas 6% no Norte e de 9% no Nordeste. Vamos ver: brancos e nulos somaram 9,64% no primeiro turno, mas cinco dos sete Estados que ultrapassaram a marca de 10% estão no Nordeste: Rio Grande do Norte, com 14%; Alagoas (12,4%), Sergipe (11,67%), Bahia (10,67%), Paraíba (10,14%) e Ceará (9,73%). Rio e São Paulo também ultrapassaram a média, com 13,97% e 10,79%, respectivamente.
Essa observação não serve nem para animar nem para desanimar ninguém. Trata-se apenas de matéria de fato. Na rejeição, ambos estão empatados: não votariam nela 39% dos entrevistados; nele, 40%.Aécio lidera também em todos os estratos de renda, exceção feita a um: dos que ganham até dois salários mínimos: nesse caso, Dilma tem 55%, e ele 34%. Entre os que recebem de dois a cinco, o tucano vence por 46% a 43%. A vantagem é de 57% a 33% entre cinco e 10 mínimos e de 65% a 29% entre os com renda acima de 10.
É evidente que a euforia truculenta demonstrada por petistas no encontro do Tuca é injustificada. A disputa está empatada. Os tucanos, estes, sim, têm de tomar cuidado. Querem um conselho? Façam como Aécio no primeiro turno, que jamais deixou de acreditar que estaria no segundo turno — e está. Quanto aos petistas, dizer o quê? Estão eufóricos com os números do Datafolha porque eles lhes dizem, por enquanto, que vale a pena investir no jogo sujo.
Vamos ver. Como diria Chacrinha, o Velho Guerreiro, uma eleição só acaba quando termina.
Muito bem: segundo o Datafolha, se a eleição tivesse acontecido ontem, a petista Dilma Rousseff teria obtido 46% das intenções de voto, contra 43% do tucano Aécio Neves. Ocorre que as eleições não aconteceram ontem. Em cinco dias, ele teria oscilado dois pontos para baixo, e ela, três para cima. Os dois continuam empatados na margem de erro, de dois pontos para mais ou para menos. Em votos válidos, o placar é 52% a 48%. Seis por cento dizem não saber em quem votar, e 5% votariam em branco ou nulo.
Aécio aparece na frente nas regiões Sudeste (49% a 40%), Sul (51% a 33%) e Centro-Oeste (48% a 39%), e Dilma, no Norte (55% a 39%) e Nordeste (64% a 27%). Segundo o Datafolha, a mudança mais significativa teria acontecido no Sudeste, onde o tucano teria oscilado de 50% para 49%, e a petista, crescido de 35% para 40%. O eleitorado do Sudeste corresponde a 43,44% do total. No Nordeste, Dilma teria avançado três pontos, de 61% para 64%, e Aécio, oscilado dois para baixo: de 29% para 27%. Vejam os dados.
É claro que é cedo para o PT comemorar. Por mais que a gente possa apostar na vontade que têm os institutos de acertar, o primeiro turno nos recomenda prudência. Até porque certos cuidados se fazem necessários quando se olham dados parciais das pesquisas. Por que digo isso?
No país, segundo o Datafolha, os que não sabem (6%) e brancos e nulos (5%) somam 11%, mesmo percentual, por exemplo, do Sudeste. No Sul, no entanto, onde Aécio está na frente, chegam a 16%; seriam de 13% no Centro-Oeste, mas de apenas 6% no Norte e de 9% no Nordeste. Vamos ver: brancos e nulos somaram 9,64% no primeiro turno, mas cinco dos sete Estados que ultrapassaram a marca de 10% estão no Nordeste: Rio Grande do Norte, com 14%; Alagoas (12,4%), Sergipe (11,67%), Bahia (10,67%), Paraíba (10,14%) e Ceará (9,73%). Rio e São Paulo também ultrapassaram a média, com 13,97% e 10,79%, respectivamente.
Essa observação não serve nem para animar nem para desanimar ninguém. Trata-se apenas de matéria de fato. Na rejeição, ambos estão empatados: não votariam nela 39% dos entrevistados; nele, 40%.Aécio lidera também em todos os estratos de renda, exceção feita a um: dos que ganham até dois salários mínimos: nesse caso, Dilma tem 55%, e ele 34%. Entre os que recebem de dois a cinco, o tucano vence por 46% a 43%. A vantagem é de 57% a 33% entre cinco e 10 mínimos e de 65% a 29% entre os com renda acima de 10.
É evidente que a euforia truculenta demonstrada por petistas no encontro do Tuca é injustificada. A disputa está empatada. Os tucanos, estes, sim, têm de tomar cuidado. Querem um conselho? Façam como Aécio no primeiro turno, que jamais deixou de acreditar que estaria no segundo turno — e está. Quanto aos petistas, dizer o quê? Estão eufóricos com os números do Datafolha porque eles lhes dizem, por enquanto, que vale a pena investir no jogo sujo.
Vamos ver. Como diria Chacrinha, o Velho Guerreiro, uma eleição só acaba quando termina.
Por Reinaldo Azevedo
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