Com o resultado, as contas voltaram para o campo negativo no acumulado do ano - primeira vez que isso acontece no período desde 1997
O resultado fiscal é o dinheiro a ser economizado para o pagamento de juros da dívida
(Photodisc/VEJA)
O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de 20,399 bilhões de reais em setembro, pior resultado da série histórica, informou o Tesouro Nacional nesta sexta-feira. Este é o quinto resultado mensal negativo consecutivo registrado nas contas do Governo Central em 2014. Apenas em três meses (janeiro, março e abril), as contas do governo ficaram no azul em 2014. O resultado de setembro ficou também abaixo da mediana dos analistas de mercado, que esperavam um valor negativo de 12,9 bilhões de reais.
Com isso, no acumulado do ano até o mês passado, a economia feita para o pagamento de juros ficou negativa em 15,706 bilhões de reais, no vermelho pela primeira vez também na série histórica do Tesouro, iniciada em 1997. O resultado negativo representa 0,42% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2013, de janeiro a setembro, o superávit acumulado era de 27,996 bilhões de reais.
Em setembro, o Tesouro registrou déficit de 6,764 bilhões de reais e a Previdência Social saldo negativo de 13,642 bilhões, em um resultado influenciado pelo pagamento do 13º salário a aposentados e pensionistas.
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Os dados confirmam a rápida deterioração das contas públicas no governo de Dilma Rousseff em 2014. A piora nas contas do governo central deve levar a equipe econômica a revisar a meta fiscal do ano. O resultado reflete, sobretudo, o aumento dos gastos do governo nas eleições, as concessões com desonerações de tributos e baixo crescimento que derrubou a arrecadação.
O resultado torna praticamente impossível o cumprimento da meta de superávit primário para 2014 para o governo central, de 80,774 bilhões de reais. A meta cheia do setor público, que além das contas do governo central ainda abrange resultados fiscais dos municípios, Estados e empresas estatais, é de 99 bilhões de reais para 2014. Como resposta à deterioração das contas públicas, a equipe da presidente Dilma prepara o anúncio em breve de um reforço da política fiscal em 2015.
Receitas - Segundo o Tesouro, as receitas líquidas do governo central ficaram em 77,725 bilhões de reais em setembro, 5,7% abaixo de agosto. No acumulado do ano, somaram 739,479 bilhões de reais, com alta de 6,4% sobre igual período de 2013, em um cenário de economia fraca.
Já as despesas atingiram 98,125 bilhões de reais em setembro, 5,6% maiores frente ao mês anterior. De janeiro a setembro, somaram 755,185 bilhões de reais, 13,2% acima de igual período de 2013.
(Com Estadão Conteúdo)
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