Petistas espalham que tucano pretende achatar salários e minar programas sociais. Agenda será intensificada nos Estados onde Dilma teve mais votos
A meta do bunker de Dilma é chegar a 75% dos votos da região Nordeste e, desde domingo, ganharam corpo boatos inéditos disseminados contra o tucano. Na Bahia, por exemplo, onde Dilma conseguiu impor vantagem de 3 milhões de votos sobre Aécio, o novo boato espalhado por cabos eleitorais petistas é o de que, se eleito, Aécio congelaria o salário mínimo. Na verdade, o candidato já se comprometeu, mais de uma vez, a manter o reajuste real do mínimo, mas a orientação da campanha de Dilma é martelar a tese de que Aécio promoveria um arrocho no benefício, prejudicando diretamente os trabalhadores. O prefeito de Salvador Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM) foi escalado para tentar anular a boataria em território baiano.
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Alvo preferencial da oligarquia Sarney no primeiro turno, o governador eleito do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) também tem sido procurado por emissários de Aécio para ajudar a conter os boatos de que o tucano colocaria em risco programas sociais e conquistas trabalhistas. Os tucanos esperam ainda que Dino atue em favor de Aécio e consiga reverter a ampla vantagem que a petista Dilma Rousseff teve no estado – quase 2,2 milhões de votos contra apenas 365.000 do candidato do PSDB.
O alto nível de desconhecimento do candidato do PSDB no Nordeste, que mesmo lançando um programa específico para a região não conseguiu conquistar a preferência do eleitorado, foi um fator crucial para que a campanha do tucano decidir que, nos próximos dias, o senador precisa visitar a Bahia, Pernambuco, Ceará, Maranhão e Paraíba. Com exceção de Pernambuco, que deu vitória a Marina Silva (PSB) no primeiro turno, Dilma saiu vitoriosa em todos esses Estados.
Região Sul – Em sentido oposto, Aécio tem conseguido ampliar o leque de apoios na região Sul. Em Santa Catarina, Aécio bateu Dilma Rousseff com mais de 800.000 votos de vantagem. Ele também teve o palanque fortalecido no Rio Grande do Sul, onde a candidata derrotada Ana Amélia Lemos (PP) e o ex-prefeito de Caxias do Sul José Ivo Sartori (PMDB), que disputa o segundo turno, apoiam a candidatura do tucano. Entre os gaúchos, Aécio recebeu 2,6 milhões de votos, 100.000 a menos que Dilma, que venceu no Estado.
No Paraná, onde conseguiu mais de 1 milhão de votos de vantagem contra Dilma, está definido que o governador reeleito do Estado Beto Richa (PSDB) atuará como o principal cabo eleitoral do candidato, mobilizando lideranças políticas e religiosas em cidades estratégicas como Ponta Grossa, Londrina, Curitiba, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu, além da capital Curitiba. Um grande ato político em prol de Aécio é esperado para a próxima segunda-feira em Curitiba.
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(Com reportagem de Bela Megale)
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