O Ministério da Cidadania quer acelerar a reformulação do programa Bolsa
Família para ganhar tempo e tentar aplacar a pressão por uma nova rodada do
auxílio emergencial. Enquanto isso, o Ministério da Economia reúne sugestões
de especialistas e de outros setores do governo para reformular as regras do
benefício, criado para ajudar as famílias na pandemia de Covid-19. O
objetivo é focalizar a concessão do auxílio e, consequentemente, reduzir o
seu custo.
Na área econômica, a avaliação do "grupo fiscalista" de assessores do ministro
Paulo Guedes é de que é preciso esperar um pouco mais para conceder o auxílio.
A renovação é dada como praticamente certa, diante do agravamento dos efeitos
da doença, embora na quinta-feira o presidente Jair Bolsonaro tenha dito que
uma nova rodada do auxílio "quebraria" o Brasil.
Uma fonte da área econômica disse, sob a condição de anonimato, que o mercado
financeiro, resistente a que o governo se endivide ainda mais para bancar a
ajuda adicional, está assimilando a nova rodada do benefício. A questão agora,
porém, é o governo ter as "rédeas" do processo e evitar que o Congresso faça
uma concessão ainda maior, ampliando o risco fiscal.
O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, disse na quarta-feira passada em
entrevista à Rádio Bandeirantes que o novo desenho do Bolsa Família está
pronto e deve ser lançado já na próxima semana. Após ter trabalhado na
reformulação, Onyx pode em breve deixar a pasta para dar lugar a um nome
indicado pelo Centrão. O atual ministro migraria para uma cadeira dentro do
Palácio do Planalto na reforma ministerial que Bolsonaro deve fazer para
acomodar os recentes acordos políticos.
CNN Brasil
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