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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Opinião ‘Fora PT!’, de Marco Antonio Villa

Publicado na Folha desta quinta-feira

Estamos vivendo o processo eleitoral mais importante da história da República. Nesta eleição está em jogo um mandato de 12 anos. Caso o PT vença, estarão dadas as condições para a materialização do projeto criminoso de poder –expressão cunhada pelo ministro Celso de Mello no julgamento do mensalão.
Em contrapartida, poderemos pela primeira vez ter uma ruptura democrática –pelo voto– com a vitória da oposição. Isso não é pouco, especialmente em um país com a tradição autoritária que tem.

O PT não gosta da democracia. Nunca gostou. E os 12 anos no poder reforçaram seu autoritarismo. Hoje, o partido não sobrevive longe das benesses do Estado. Tem de sustentar milhares de militantes profissionais.
O socialismo marxista foi substituído pelo oportunismo, pela despolitização, pelo rebaixamento da política às práticas tradicionais do coronelismo. A socialização dos meios de produção se transformou no maior saque do Estado brasileiro em proveito do partido e de seus asseclas de maior ou menor graus.

Lula representa o que há de mais atrasado na política brasileira. Tem uma personalidade que oscila entre Mussum e Stálin. Ataca as elites –sem defini-las– e apoia José Sarney, Jader Barbalho e Renan Calheiros. Fala em poder popular e transfere bilhões de reais dos bancos públicos para empresários aventureiros. Fez de tudo para que esta eleição fosse a mais suja da história.

E conseguiu. Por meio do seu departamento de propaganda –especializado em destruir reputações–, triturou Marina Silva com a mais vil campanha de calúnias e mentiras de uma eleição presidencial.Dilma nada representa. É mera criatura sem vida própria. O que está em jogo é derrotar seu criador, Lula. Ele transformou o Estado em sua imagem e semelhança. Desmoralizou o Itamaraty ao apoiar terroristas e ditadores. Os bancos e as estatais foram transformadas em seções do partido. Nenhuma política pública foi adotada sem que fosse tirado proveito partidário. A estrutura estatal foi ampliada para tê-la sob controle, estando no poder ou não.

A derrota petista é a derrota de Lula. Será muito positiva para o PT, pois o partido poderá renovar sua direção e suas práticas longe daquele que sempre sufocou as discussões políticas, personalizou as divergências e expulsou lideranças emergentes. Mas, principalmente, quem vai ganhar será o Brasil porque o lulismo é um inimigo das liberdades e sonha com a ditadura.Daí a importância de votar em Aécio Neves. Hoje sua candidatura é muito maior do que aquela que deu início ao processo eleitoral.

Aécio representa aqueles que querem dar um basta às mazelas do PT. Representa o desejo de que a máquina governamental esteja a serviço do interesse público. Representa a disposição do país para voltar a crescer –de forma sustentável– e, então, enfrentar os graves problemas sociais. Representa a ética e a moralidade públicas que foram pisoteadas pelo petismo durante longos 12 anos.

Cabe aos democratas construir as condições para a vitória de Aécio. Não é tarefa fácil. Afinal, os marginais do poder –outra expressão utilizada no julgamento do mensalão– tudo farão para se manter no governo. Mas o país clama: fora PT!

‘Outro negócio suspeito faz a Petrobras continuar sangrando’, de Ricardo Noblat

Publicado no Globo desta quinta-feira

Êpa! Tem jeito de elefante, presa de elefante, tromba de elefante, mas o governo não admite que seja um elefante.  O que será então?

Muita coisa se passou na Petrobras desde que se montou ali um esquema bilionário de desvio de recursos para enriquecer políticos que apoiam o governo e financiar campanhas – a de Dilma, inclusive.
O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma auditoria para investigar o pagamento extra de mais de R$ 1 bilhão feito pela Petrobras ao governo boliviano. Tem a ver com a importação do gás boliviano pelo Brasil.


A grana entupiu o tesouro da Bolívia em plena campanha de Evo Morales, o presidente, candidato à reeleição. Por sinal, ele se reelegeu. Pela terceira vez. Aspira mudar a Constituição para poder se reeleger indefinidamente.

Qual o problema do pagamento extra?
Apenas o seguinte: a quantia foi paga a mais sem que nada estivesse previsto no contrato assinado pelos dois países para a compra do gás boliviano.
Quem autorizou o pagamento a mais?
O TCU quer saber.
Por que a Petrobras pagou o que não devia?
O TCU quer saber.
E por que o pagamento, inclusive, retroagiu a meses anteriores ao recebimento da grana pela Bolívia?
Calma. Devagar. O TCU quer saber.
A presidente Dilma sabia?
O TCU quer saber.
Quem sabe ela não se baseou numa parecer “falho” para concordar com o negócio?
Não foi assim  no caso da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras? Pelo menos Dilma diz que foi assim.

O boletim n° 4 do DataNunes constata: com 53% dos votos válidos, Aécio está 6 pontos à frente de Dilma.

O boletim n° 4 do DataNunes constata: com 53% dos votos válidos, Aécio está 6 pontos à frente de Dilma. E vai ampliar a vantagem com a bala de prata revelada por VEJA

O boletim n° 4 do DataNunes constata: com 53% dos votos válidos, Aécio Neves está 6 pontos percentuais à frente de Dilma Rousseff, que não passou de 47%. A redução da distância entre os dois candidatos foi provocada pela ampliação do contingente de eleitores indecisos. Tal retração decorreu de acusações infamantes e outras torpezas disseminadas pelos devotos da seita que tem em Lula seu único deus e enxerga em Dilma a nada santa padroeira dos bandidos de estimação.

Os eleitores reticentes voltarão a engrossar o eleitorado de Aécio depois do debate transmitido pela Globo nesta sexta-feira, a partir das dez da noite. À farta munição de que dispõe o candidato da oposição acaba de juntar-se uma bala de prata calibre 45: a edição de VEJA que está chegando às bancas. Amparada num depoimento do doleiro Alberto Yousseff, preso no Paraná, a reportagem de capa informa que Lula e Dilma sabiam das tenebrosas transações nas catacumbas da Petrobras.

No primeiro turno, o desempenho de Aécio no debate promovido pela Globo garantiu-lhe a chegada à etapa decisiva. A reprise da performance vai tornar ainda mais retumbante a vitória sobre o bando para o qual o único crime hediondo é perder a eleição. Dilma não afundará sozinha: como os videntes de acampamento cigano não criam juízo, vem aí o segundo naufrágio dos institutos de pesquisa. 

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Cid Gomes manda investigar 13 oficiais da Polícia Militar

O policial militar que pedir votos ou manifestar apoio a candidatos a cargo eletivo, desde que não se utilize da máquina administrativa (PM), não comete crime eleitoral. A conclusão é do procurador eleitoral do Ceará, Rômulo Moreira Conrado.

Em entrevista a O POVO, Rômulo Conrado explicou que o “ordenamento jurídico pátrio assegura que militares votem e sejam votados. Portanto, esse direito traz também outras garantias. Como a de pedir votos e a de declará-los publicamente”. Com ressalvas, desde que não o façam fardados ou se aproveitem dos meios da Corporação.

O procurador eleitoral havia respondido a um ofício da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informando que nas “imagens constantes na mídia encaminhada (à PGR) não se verifica qualquer alusão dos policiais (13 oficiais) à instituição militar. Apenas falam seus nomes, junto com a respectiva patente, e declaram apoio aos mencionados candidatos (vereador capitão Wagner e cabo Sabino)”.

Rômulo Conrado observa ainda que o governo do Estado, ao determinar a abertura de processo disciplinar contra 13 oficiais favoráveis à campanha do capitão Wagner e do cabo Sabino, teria de proceder da mesma maneira em relação aos militares que apoiam e trabalham para o candidato ao governo do Ceará, Camilo Santana (PT). “Não pode haver dois pesos e duas medidas”.

Processo disciplinar
O parecer do procurador eleitoral não impede que os 13 oficiais sejam punidos disciplinarmente após a instalação de processo administrativo (conselho de justificação) no âmbito da PM. Mas o documento deverá servir para a defesa dos militares.

Em conflito com a ala da PM que apoia o vereador capitão Wagner (PR), agora deputado estadual eleito, o governador Cid Gomes (Pros) determinou a abertura de processo contra 13 oficiais que declararam voto, via Internet, ao adversário político.

O Boletim 196, do Comando Geral da PM, traz a relação dos oficiais investigados e que poderão ser punidos com prisão e até expulsão. Confira no O POVO online: http://migre.me/mqpCH
 Saiba mais

O coronel da reserva Paula Neto está na lista dos 13 oficiais que serão investigados. Tranquilo, ele disse a O POVO que é “livre a manifestação político partidária, feita de forma ordeira, desarmada, voluntária. Estamos em plena vigência de um Estado Democrático de Direito”.

Os 12 oficiais da ativa ficarão afastados das funções por pelo menos 75 dias, enquanto durar a investigação. Há um tenente-coronel (Eugênio Carneiro, do Hospital da PM), um major, cinco capitães e cinco tenentes. Entre eles, o major Plauto Roberto, ex-comandante da Guarda Municipal de Fortaleza.

O embate entre uma ala da Polícia Militar e o governador Cid Gomes começou com a greve da PM, em 2012. De lá pra cá se acirrou. Principalmente após a consolidação da liderança do capitão Wagner.O comando da Corporação não quis falar sobre o assunto.

Onde estava Aécio aos sete anos?

Onde estava Aécio aos sete anos?, pergunta Lula. Se não fugisse do estudo como o diabo da cruz, saberia a resposta: na escola, aprendendo a ler e escrever

A escala do palanque ambulante no Recife confirmou que Lula suspendeu por alguns dias as atividades de camelô de empreiteiro para concentrar-se na venda de tapeações eleitoreiras. No momento, ele está empenhado em provar que Aécio Neves é um “filhinho de papai” pior que o filhote Lulinha, o vigilante de zoológico promovido pelos parceiros do pai a guardião de gado de raça e fenômeno da informática.
“Onde estava o candidato quando essa moça, aos 20 anos, estava colocando a vida em risco na luta pela liberdade deste país?, perguntou o animador de comício no meio do besteirol.

“Candidato”, claro, é Aécio Neves. “Essa moça”, embora não pareça, é Dilma Rousseff. A pergunta exige correções: ela nunca lutou “pela liberdade deste país”. De 1966 até ser presa em 1970, militou clandestinamente em grupos comunistas resolvidos a trocar tiros com o Exército para trocar a a ditadura militar pela ditadura do proletariado. Esse tipo de regime, então em vigor na falecida União Soviética, tem tanto apreço pela liberdade quanto Lula pelo plural ou Dilma pelo ‘r’ dos verbos no infinitivo.

Em 1967, aos 20 anos, Dilma perseguia o paraíso socialista engajada num certo Comando de Libertação Nacional, vulgo Colina. Ruim de mira, incapaz de diplomar-se num curso de tiro ao alvo, cabia-lhe tomar conta do armamento e esconder o dinheiro roubado por militantes que sabiam distinguir um gatilho de um coldre. E o que fazia Aécio aos sete anos? O que fazem as crianças dessa idade: aprendia a ler e a escrever. Lula saberia disso se não tivesse passado a vida fugindo do estudo como um vampiro foge da luz do dia.

Quem não pode ficar fora da comissão de frente do Bloco da Dilma?

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Confiantes na condenação à perpétua impunidade, satisfeitos com a vida mansa, animados com a engorda das contas bancárias, sorriem no cartaz concebido pelo PT alguns titulares da comissão de frente do Bloco da Dilma, entidade político-policial cujo presidente de honra é Lula. O timaço de comentaristas está convidado a eleger os companheiros que não podem ficar fora do bando que levantaria a arquibancada se topasse abrilhantar o desfile carnavalesco no pátio da Papuda.


Coluna do Augusto Nunes


Governo Dilma 'segura' divulgação de dados negativos para não prejudicar campanha

Com disputa acirrada, brasileiros chegarão às urnas sem saber resultado da arrecadação e desempenho de alunos em português e matemática

Dilma: números comprometedores, só depois de domingo
Dilma: números comprometedores, só depois de domingo (Gabriel Garcia Soares/Estadão Conteúdo)
 
O governo federal adia a divulgação de indicadores sobre economia e educação pelo temor de que números negativos possam prejudicar a campanha da presidente-candidata Dilma Rousseff (PT). Em meio à acirrada disputa presidencial, os brasileiros chegarão às urnas no próximo domingo, portanto, sem conhecer o resultado da arrecadação de impostos e contribuições federais em setembro e da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). Reportagem do jornal Folha de S. Paulo relata nesta quinta-feira que o desempenho dos alunos da educação básica em provas de português e matemática também será um mistério até 26 de outubro.

Na semana passada, uma decisão inédita tomada pela direção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de proibir a publicação de estudos realizados pelos pesquisadores envolvendo dados públicos divulgados entre julho e o fim das eleições presidenciais, deu origem a mais uma crise interna. O diretor de estudos e políticas sociais do Ipea, Herton Araújo, colocou seu cargo à disposição por discordar da definição da cúpula do Instituto e pediu sua exoneração. Não se trata do primeiro estudo preso nas gavetas do Ipea.

O site de VEJA revelou, em setembro, que o Instituto havia engavetado outro levantamento, desta vez, feito com base nos dados das declarações de Imposto de Renda de brasileiros, e que mostrava que a concentração de renda havia aumentado no Brasil entre 2006 e 2012. A tese, curiosamente, contraria o discurso recorrente dos governos petistas.

Depois de atrasar a divulgação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) relativos a 2013 no primeiro turno, o governo federal acabou por liberar o resultado do indicador – que mede a qualidade do ensino nos ciclos fundamental (1º a 9º ano) e médio de escolas públicas e privadas de todo o Brasil – sem detalhar o resultado dos alunos em cada âmbito, relata a Folha. Logo, não é possível saber qual o desempenho dos estudantes em português e matemática.

Os dados conhecidos revelam que há estagnação nas duas etapas. Nos anos finais do fundamental e no médio, todos os indicadores gerais ficaram abaixo das metas previstas: isso inclui as médias nacional e das redes públicas (estaduais e municipais) e privadas. A exceção foi registrada nos anos iniciais do ensino fundamental, em que a única constatação negativa ficou na rede privada, que não atingiu a meta estabelecida.

Leia também:
Ideb 2013 revela estagnação no ensino fundamental e médio
Receita adia divulgação de dados da arrecadação para depois das eleições


Economia – Embora rejeite relação com a eleição, o governo ajustou o calendário de divulgação de dados econômicos de setembro para depois da votação. Ninguém quer repetir o chamado "efeito ovo". O episódio foi provocado pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, ao recomendar a troca de carne bovina por ovos ou frango por causa da inflação. A declaração foi usada na TV pelo candidato Aécio Neves (PSDB). Em resposta, Dilma teve de desautorizar publicamente o secretário.

A previsão é de que os dados sobre arrecadação, que não devem vir favoráveis, sejam divulgados na próxima quarta-feira, dia 29. Os números são tradicionalmente divulgados mais cedo, mas, mesmo assim, a Receita nega que a decisão tenha relação com a realização do segundo turno no próximo domingo. No ano passado, a divulgação dos dados ocorreu no dia 22 de outubro. Este ano, o anúncio ficou para os últimos dias do mês apenas em abril. Vale lembrar que na próxima terça-feira não deve haver expediente no Ministério da Fazenda por causa do feriado do Dia do Servidor Público.

A divulgação dos dados da dívida pública federal será na segunda. A reunião do CMN foi adiada do dia 23, segundo constava no site do Banco Central, para o dia 30. A assessoria do BC informou que a data original foi escolhida, em princípio, para evitar proximidade com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para terça e quarta. A mudança teria sido ocasionada por questões de agenda.

‘Paradeira geral’ - O resultado desfavorável da arrecadação nos últimos meses tem dificultado o fechamento das contas do governo. A Receita esperava, no início do ano, um crescimento real de 3% em relação a 2013. Mas já reduziu a 1%, mesmo com o reforço de receitas extras, como o Refis. Em razão disso, as contas públicas devem registrar novo déficit primário em setembro.

Técnicos do governo afirmam que "está uma paradeira geral" na área econômica nesta semana. Há decisões importantes que precisam ser tomadas até o fim do ano. A principal é a estratégia para a política fiscal. Com a piora das contas públicas em setembro, cujo anúncio ficou para a próxima semana, o governo terá de decidir se mudará a meta de superávit primário fixada para 2014 na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Uma fonte disse ao jornal O Estado de S. Paulo que a discussão está parada à espera do resultado das eleições.

(Com Estadão Conteúdo) 

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

UM TEXTO ESPETACULAR! VALE A PENAR LER.

Terceiro boletim do DataNunes desmente o Datafolha, prova que ‘empate técnico’ quer dizer ‘em cima do muro’ e constata que Aécio continua 10 pontos acima de Dilma

logo-datanunes

Até recentemente, o Brasil esquecia a cada 15 anos o que havia acontecido nos 15 anos anteriores.O intervalo entre os surtos de amnésia foi dramaticamente reduzido.
No caso das pesquisas eleitorais, por exemplo, o país agora esquece a cada 15 dias o que aconteceu faz 15 dias. O afundamento do Datafolha e do Ibope consumado em 5 de outubro mal completou duas semanas. Mas parece mais antigo que o naufrágio do Titanic, informa a credulidade de incontáveis nativos reapresentados a levantamentos estatísticos que prenunciam a reprise do desastre.
A pesquisa divulgada pelo Datafolha nesta segunda-feira é apenas outro chute de longa distância que vai mandar a bola às nuvens ou fazê-la roçar o pau de escanteio. Na sopa de algarismos servida pelo instituto na semana passada, Aécio Neves tinha 51% dos votos válidos e Dilma Rousseff, 49%. Nesta tarde, ela apareceu com 52% e ele com 48%. Quer dizer que a candidata à reeleição ultrapassou o adversário tucano e lidera a corrida?
Não necessariamente, previne a margem de erro de 2% (para cima ou para baixo). O que há é um “empate técnico”, expressão que quer dizer “em cima do muro”. Tanto ela quanto ele podem ganhar, descobriram os videntes de acampamento cigano. Em números absolutos, Dilma teria subido em quatro dias 4 milhões de votos. (Ou 2 milhões, murmura a margem de erro para baixo; ou 6 milhões, grita a margem de erro para cima).
Sejam quais forem as reais dimensões da multidão, é gente que não acaba mais. De onde teria saído? Das grutas dos indecisos ou dos porões que abrigam os que pretendem votar em branco é que não foi: segundo o mesmo Datafolha, esse mundaréu de eleitores não aumentou nem encolheu. Teriam legiões de aecistas resolvido mudar de lado? Pode ser que sim, avisa a margem de erro para cima. Pode ser que não, replica a margem de erro para baixo.
A coisa fica mais confusa quando se fecha a lente sobre as cinco regiões em que se divide o mapa nacional. Os dois institutos enxergam Aécio com vantagem considerável no Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste. Dilma reina no Nordeste e vence no Norte. Seria esse patrimônio eleitoral suficientemente encorpado para impor-se ao restante do Brasil? Não, adverte a recontagem dos índices e eleitores de cada região. (“Nem que a vaca tussa”, diria a presidente cujo vocabulário anda tão refinado quanto o andar de John Wayne ao fim de um dia de filmagem especialmente exaustivo).
Os horizontes se turvam de vez com a contemplação isolada das unidades da federação. Sempre segundo as usinas de índices contraditórios, Aécio já superou Dilma no Rio Grande do Sul, equilibrou a disputa no Rio, assumiu a liderança em Minas Gerais, cresceu extraordinariamente em Pernambuco. Subiu em praticamente todos os Estados. Mas a soma dos levantamentos estaduais avisa que foi Dilma quem cresceu mais. As alquimias dos ibopes da vida, decididamente, não são acessíveis a cérebros normais.
Para acabar com a lengalenga, e botar ordem no bordel das porcentagens, o DataNunes acaba de divulgar o terceiro boletim sobre o segundo turno. Como se sabe, é o único instituto que, em vez de pesquisas, faz constatações, com margem de erro abaixo de zero e índice de confiança acima de 100%. Como o crescimento de Dilma no Nordeste foi neutralizado pelo avanço de Aécio nas demais regiões, os índices não mudaram: com 55%, o senador do PSDB continua 10 pontos percentuais à frente de Dilma, estacionada em 45%.
A troca de acusações intensificada nos últimos dias nada mudou. Os simpatizantes do PT não ficaram chocados com as agressões verbais de Dilma, nem estranharam o vocabulário de cabaré vagabundo usado por Lula. Sempre foi assim. Os partidários de Aécio, exaustos do bom-mocismo que contribuiu para a derrota de Serra em 2002 e 2010 e para o insucesso de Geraldo Alckmin em 2006, aplaudiram o desempenho do líder oposicionista.
Graças à altivez e à bravura de Aécio, pela primeira vez os vilões do faroeste não conseguiram roubar até a estrela do xerife. Pior: desafiados publicamente, os campeões da insolência piscaram primeiro. No debate da Record, Dilma escancarou já na entrada do saloon a decisão de fugir do tiroteio verbal que esquentou o confronto no SBT. Compreensivelmente, Aécio resolveu levar a mão ao coldre com menos frequência. Mas os fatos e a sensatez recomendam que se mantenha na ofensiva.
Foi depois do debate na Globo, o último promovido no primeiro turno, que um Aécio Neves exemplarmente combativo assumiu de vez o papel de porta-voz dos muitos milhões de indignados. A tática do coitadismo, adotada por Dilma por ordem de Lula, é mais uma prova de que a seita lulopetista está com medo. Teme que o adversário utilize toda a munição de que dispõe e faça com Dilma o que Dilma fez com Marina Silva. O clube dos cafajestes sonha com um líder oposicionista desarmado.
Sobretudo por isso, Aécio Neves tem o dever de manter engatilhado o trabuco retórico. Ele representa hoje o Brasil que resiste há 12 anos a um bando para o qual os fins justificam os meios. No domingo, o país não vai simplesmente optar entre um homem e uma mulher. A nação escolherá entre a decência e o crime, a honradez e a corrupção, o Estado de Direito e o autoritarismo bolivariano, os democratas e os liberticidas, a luz e a treva, a modernidade e a velharia.
Mais que o segundo turno da eleição presidencial, vem aí um plebiscito: o PT continua ou para? Segue colecionando delinquências impunes ou cai fora? A primeira alternativa mantém o país enfurnado na trilha do atraso. A segunda pavimenta a estrada que leva para longe do primitivismo e conduz ao mundo civilizado.

Aécio lidera corrida presidencial, diz Instituto Veritá

Candidato do PSDB tem 53,2% dos votos válidos, contra 46,8% de Dilma

Da redação
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Se a eleição fosse hoje, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, teria 53,2% dos votos válidos no segundo turno, segundo pesquisa do Instituto Veritá divulgada nesta terça-feira (21). Dilma Rousseff, do PT, aparece com 46,8%.

Se for considerada a votação total, com brancos e nulos, Aécio tem 47% das intenções. Dilma aparece com 41,4%. Os indecisos somam 7,8% e outros 3,7% votariam em branco ou nulo.A margem de erro da pesquisa, encomendada pelo jornal Hoje em Dia, do grupo Record, é de 1,4 ponto percentual para mais ou para menos.

O levantamento do Instituto Veritá foi realizado entre os dias 17 de outubro e 20 de outubro. Foram ouvidos 7.700 eleitores em 213 cidades de todos os Estados brasileiros.

Ainda segundo essa pesquisa, o índice de rejeição da presidenta Dilma é maior que o de Aécio. O levantamento apontou que 46,1% dos eleitores não votariam na petista de jeito nenhum, enquanto 39,1% afirmam o mesmo sobre o tucano.


ISTOÉ

Tarifa de luz já subiu 17,63% e pode ficar maior até fim do ano

O cálculo médio leva em consideração todas as distribuidoras do país que já tiveram seu reajuste anual aprovado. Até dezembro, outras oito ainda mexerão nas tarifas

Até agora, 68,7 milhões de unidades consumidoras já tiveram suas contas reajustadas
Até agora, 68,7 milhões de unidades consumidoras já tiveram suas contas reajustadas (Mansi Thapliyal/Reuters/VEJA) 
 
O reajuste médio da conta de luz já chega a 17,63% neste ano, maior do que o estimado pelo Banco Central (BC) em seu último Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em setembro, que previa aumento de 16,8%. O preço médio, porém, pode subir mais até o fim do ano, porque ainda faltam oito distribuidoras, de um total de 56 no país, reajustarem suas tarifas. No total, 68,7 milhões de unidades consumidoras (famílias, comércio e indústrias) já tiveram suas contas reajustadas neste ano, sendo que a tarifa média para grandes consumidores (indústria, por exemplo) subiu 18,20%, enquanto pequenas unidades, como residências, teve aumento médio de 17,41%.

Leia mais: Governo marca leilão de fontes alternativas para abril
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Brasil deve economizar 30% a menos com horário de verão neste ano


Na terça-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a elevação de 22,43% em média das contas dos consumidores da CPFL Piratininga, que atende 1,6 milhão de unidades consumidoras em Santos, Sorocaba, Jundiaí e outros 24 municípios do litoral e do interior de São Paulo.

Outras 1,7 milhão de unidades consumidoras de 28 municípios do Estado de São Paulo (regiões de Alto do Tietê e Vale do Paraíba) também terão suas tarifas de luz acrescidas em 21,93% em média. Elas são atendidas pela companhia Bandeirante Energia. 
Por fim, também foi aprovado na terça o reajuste de 13,69% da DME Distribuição, que fornece energia para 70 mil pessoas em Poços de Caldas (MG). 

Ainda passarão pelo processo de reajuste tarifário neste ano as distribuidoras Light, Boa Vista Energia, Amazonas Energia, Companhia Energética de Roraima (CERR), Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre) e Companhia Sul Sergipana de Eletricidade (Sulgipe).

(Com Estadão Conteúdo)

GARANTIA SAFRA: 35 municípios são incluídos no Ceará

Neste mês de outubro, mais uma parcela do Garantia Safra foi liberada para 35 municípios, beneficiando 86.699 agricultores, no valor total de R$ 73,6 milhões. O seguro agrícola começou a ser pago em agosto passado e no período de três meses, o programa beneficia 167.711 agricultores, em 77 municípios. No total, serão liberados 142 milhões. Cada agricultor cadastrado e que aderiu ao programa vai receber R$ 850,00 divididos em cinco parcelas de R$ 175,00.

De acordo com dados da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDAA) ainda faltam receber 48 municípios cearenses. Em agosto, foram atendidos 28 municípios, beneficiando 54.417 agricultores. Em setembro, foram incluídas mais 14 cidades, contemplando 26.595 agricultores. A mesma fonte adianta que 125 municípios solicitaram o pagamento do seguro.

O Ceará enfrenta três anos seguidos de seca e na maioria dos municípios houve perda da lavoura de sequeiro (aquela que depende exclusivamente da chuva) superior a 50%. Neste ano, 181 municípios aderiram ao programa Garantia Safra com 334 mil agricultores inscritos no Estado. O Estado tem 176 municípios reconhecidos em situação de emergência pela Comissão Estadual de Defesa Civil e 169 pela Defesa Civil Nacional.
Exclusão
Erros técnicos e de digitação, questões burocráticas e cruzamento de dados divergentes, apresentados por instituições públicas que fazem análise de perda da lavoura de sequeiro da agricultura familiar, podem resultar na exclusão de municípios. Um exemplo foi Canindé, que permaneceu fora do Garantia Safra, apesar de ser uma das áreas mais castigadas pela seca.

Na folha deste mês de outubro, Canindé é um dos 35 incluídos. Serão atendidos 6.362 agricultores. "Foi uma vitória de todos", disse o prefeito, Celso Crisóstomo.

DN

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Se eleitos, tucanos planejam auditoria na Caixa e BNDES

O propósito da equipe de Aécio é limpar as contas públicas de truques, conforme consta do programa econômico divulgado pelo candidato

Prédio do BNDES no Rio de Janeiro
Prédio do BNDES no Rio de Janeiro (Vanderlei Almeida/AFP/VEJA) 
 
A equipe econômica do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, já escolheu a primeira coisa a fazer, caso ele vença as eleições: uma devassa nas contas da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo auxiliares do candidato, a ordem é começar a trabalhar nisso "já na próxima segunda-feira".

Os integrantes da equipe econômica do tucano estão convencidos de que esses dois bancos públicos acumulam um grande volume de valores a receber do Tesouro Nacional, sem que se saiba exatamente quanto. Esses créditos são fruto de programas que cobram juros abaixo do mercado como o Minha Casa Minha Vida e o Programa de Sustentação de Investimentos (PSI).

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Para manter o juro baixo, governo precisa pagar um subsídio. Ou seja, ele "banca" parte da bondade com recursos públicos, saídos do Tesouro Nacional, que são entregues aos bancos que fazem o empréstimo. Mas, já há alguns anos, a área econômica vem segurando o repasse dos subsídios. Isso é facilitado pelo fato de ficar tudo "em casa", pois quem deixa de receber são bancos públicos.

Especialistas de fora do governo acreditam que o maior volume de subsídios não pagos esteja no BNDES. O economista Felipe Salto, da consultoria Tendências, calcula que sejam 28,8 bilhões de reais. Mas há, na equipe de Aécio, grande preocupação com a Caixa, cuja contabilidade é menos transparente.

Ajuste - "A primeira coisa é saber o tamanho da encrenca", diz um auxiliar tucano. Essa informação é fundamental para dar aos agentes de mercado a informação mais aguardada: o plano de voo do ajuste das contas públicas. Em outras palavras, o que será feito para atingir o objetivo já anunciado de, no prazo de dois a três anos, produzir um saldo nas contas públicas grande o suficiente para conter o crescimento da dívida pública.
Depois de duas décadas comportada, a dívida começou a aumentar este ano. Em setembro, ela estava em 35,9% do Produto Interno Bruto (PIB), depois de haver iniciado o ano em 33,1% do PIB. Esse crescimento se dá porque a economia que o setor público faz não é suficiente para pagar nem os juros. Para controlá-la, será preciso apertar o cinto ou arrecadar mais.
Pelos cálculos do economista Marcos Lisboa, ex-secretário de Política Econômica e atual vice-presidente do Insper, a economia, chamada de resultado primário, teria de ser da ordem de 2,5% do PIB. No dado oficial mais recente, o saldo acumulado em doze meses estava em 0,94% do PIB. Mas há suspeita generalizada entre os especialistas de que, na ponta do lápis, o resultado esteja negativo.

Isso porque o atraso no pagamento de subsídios é apenas uma das manobras a que o governo recorreu para melhorar artificialmente o resultado oficial das contas públicas, segundo demonstraram várias reportagens que o Estado publicou ao longo deste ano. Outra foi exigir dos mesmos bancos, Caixa e BNDES, o pagamento antecipado de dividendos.

Segundo informações da área técnica, a Caixa teria sido levada também a pagar benefícios sociais, como abono e seguro-desemprego, sem haver recebido do Tesouro os recursos para isso - um mecanismo batizado de "pedalada"’’. Nos bastidores, a informação é que o fluxo teria sido regularizado em agosto.
Meta - O propósito da equipe de Aécio Neves é limpar as contas públicas de todos os truques desse tipo, conforme consta do programa econômico divulgado pelo candidato. "Esta é uma necessidade absoluta para a construção de um regime macroeconômico robusto e para que se cumpra a Lei de Responsabilidade Fiscal", diz o documento.

Paralelamente ao levantamento da real situação das contas públicas, a ordem é acelerar a elaboração da proposta de reforma tributária, que Aécio prometeu enviar ao Congresso no início de seu mandato. A proposta já está delineada do ponto de vista técnico. Mas como o candidato aparecia em terceiro lugar nas pesquisas às vésperas do 1º turno, os trabalhos foram desacelerados. A ideia agora é dialogar com os especialistas que já estiveram envolvidos nas tentativas anteriores. E, assim, saber quais são os principais obstáculos.

(Com Estadão Conteúdo)

Se eleitos, tucanos planejam auditoria na Caixa e BNDES

O propósito da equipe de Aécio é limpar as contas públicas de truques, conforme consta do programa econômico divulgado pelo candidato

Prédio do BNDES no Rio de Janeiro
Prédio do BNDES no Rio de Janeiro (Vanderlei Almeida/AFP/VEJA) 
 
A equipe econômica do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, já escolheu a primeira coisa a fazer, caso ele vença as eleições: uma devassa nas contas da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo auxiliares do candidato, a ordem é começar a trabalhar nisso "já na próxima segunda-feira".

Os integrantes da equipe econômica do tucano estão convencidos de que esses dois bancos públicos acumulam um grande volume de valores a receber do Tesouro Nacional, sem que se saiba exatamente quanto. Esses créditos são fruto de programas que cobram juros abaixo do mercado como o Minha Casa Minha Vida e o Programa de Sustentação de Investimentos (PSI).

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Para manter o juro baixo, governo precisa pagar um subsídio. Ou seja, ele "banca" parte da bondade com recursos públicos, saídos do Tesouro Nacional, que são entregues aos bancos que fazem o empréstimo. Mas, já há alguns anos, a área econômica vem segurando o repasse dos subsídios. Isso é facilitado pelo fato de ficar tudo "em casa", pois quem deixa de receber são bancos públicos.

Especialistas de fora do governo acreditam que o maior volume de subsídios não pagos esteja no BNDES. O economista Felipe Salto, da consultoria Tendências, calcula que sejam 28,8 bilhões de reais. Mas há, na equipe de Aécio, grande preocupação com a Caixa, cuja contabilidade é menos transparente.

Ajuste - "A primeira coisa é saber o tamanho da encrenca", diz um auxiliar tucano. Essa informação é fundamental para dar aos agentes de mercado a informação mais aguardada: o plano de voo do ajuste das contas públicas. Em outras palavras, o que será feito para atingir o objetivo já anunciado de, no prazo de dois a três anos, produzir um saldo nas contas públicas grande o suficiente para conter o crescimento da dívida pública.
Depois de duas décadas comportada, a dívida começou a aumentar este ano. Em setembro, ela estava em 35,9% do Produto Interno Bruto (PIB), depois de haver iniciado o ano em 33,1% do PIB. Esse crescimento se dá porque a economia que o setor público faz não é suficiente para pagar nem os juros. Para controlá-la, será preciso apertar o cinto ou arrecadar mais.
Pelos cálculos do economista Marcos Lisboa, ex-secretário de Política Econômica e atual vice-presidente do Insper, a economia, chamada de resultado primário, teria de ser da ordem de 2,5% do PIB. No dado oficial mais recente, o saldo acumulado em doze meses estava em 0,94% do PIB. Mas há suspeita generalizada entre os especialistas de que, na ponta do lápis, o resultado esteja negativo.

Isso porque o atraso no pagamento de subsídios é apenas uma das manobras a que o governo recorreu para melhorar artificialmente o resultado oficial das contas públicas, segundo demonstraram várias reportagens que o Estado publicou ao longo deste ano. Outra foi exigir dos mesmos bancos, Caixa e BNDES, o pagamento antecipado de dividendos.

Segundo informações da área técnica, a Caixa teria sido levada também a pagar benefícios sociais, como abono e seguro-desemprego, sem haver recebido do Tesouro os recursos para isso - um mecanismo batizado de "pedalada"’’. Nos bastidores, a informação é que o fluxo teria sido regularizado em agosto.
Meta - O propósito da equipe de Aécio Neves é limpar as contas públicas de todos os truques desse tipo, conforme consta do programa econômico divulgado pelo candidato. "Esta é uma necessidade absoluta para a construção de um regime macroeconômico robusto e para que se cumpra a Lei de Responsabilidade Fiscal", diz o documento.

Paralelamente ao levantamento da real situação das contas públicas, a ordem é acelerar a elaboração da proposta de reforma tributária, que Aécio prometeu enviar ao Congresso no início de seu mandato. A proposta já está delineada do ponto de vista técnico. Mas como o candidato aparecia em terceiro lugar nas pesquisas às vésperas do 1º turno, os trabalhos foram desacelerados. A ideia agora é dialogar com os especialistas que já estiveram envolvidos nas tentativas anteriores. E, assim, saber quais são os principais obstáculos.

(Com Estadão Conteúdo)

Com a arrogância e truculência características, PT já canta vitória. É cedo pra isso! Os tucanos têm um exemplo a seguir: Aécio! Ou ele não estaria no segundo turno

Com uma arrogância muito característica, os petistas já cantaram vitória num encontro havido ontem à noite no Tuca, o teatro da PUC, em São Paulo. Aproveitaram para demonizar e ironizar os adversários, tratando-os como inimigos do povo, que têm de ser eliminados da vida pública. Entendo. O Brasil tem de ficar entregue a patriotas como aqueles que cuidavam da Petrobras. 

Muito bem: segundo o Datafolha, se a eleição tivesse acontecido ontem, a petista Dilma Rousseff teria obtido 46% das intenções de voto, contra 43% do tucano Aécio Neves. Ocorre que as eleições não aconteceram ontem. Em cinco dias, ele teria oscilado dois pontos para baixo, e ela, três para cima. Os dois continuam empatados na margem de erro, de dois pontos para mais ou para menos. Em votos válidos, o placar é 52% a 48%. Seis por cento dizem não saber em quem votar, e 5% votariam em branco ou nulo.

Aécio aparece na frente nas regiões Sudeste (49% a 40%), Sul (51% a 33%) e Centro-Oeste (48% a 39%), e Dilma, no Norte (55% a 39%) e Nordeste (64% a 27%). Segundo o Datafolha, a mudança mais significativa teria acontecido no Sudeste, onde o tucano teria oscilado de 50% para 49%, e a petista, crescido de 35% para 40%. O eleitorado do Sudeste corresponde a 43,44% do total. No Nordeste, Dilma teria avançado três pontos, de 61% para 64%, e Aécio, oscilado dois para baixo: de 29% para 27%. Vejam os dados.
DATA POR REGIÃO UM
Data por região dois
É claro que é cedo para o PT comemorar. Por mais que a gente possa apostar na vontade que têm os institutos de acertar, o primeiro turno nos recomenda prudência. Até porque certos cuidados se fazem necessários quando se olham dados parciais das pesquisas. Por que digo isso?

No país, segundo o Datafolha, os que não sabem (6%) e brancos e nulos (5%) somam 11%, mesmo percentual, por exemplo, do Sudeste. No Sul, no entanto, onde Aécio está na frente, chegam a 16%; seriam de 13% no Centro-Oeste, mas de apenas 6% no Norte e de 9% no Nordeste. Vamos ver: brancos e nulos somaram 9,64% no primeiro turno, mas cinco dos sete Estados que ultrapassaram a marca de 10% estão no Nordeste: Rio Grande do Norte, com 14%; Alagoas (12,4%), Sergipe (11,67%), Bahia (10,67%), Paraíba (10,14%) e Ceará (9,73%). Rio e São Paulo também ultrapassaram a média, com 13,97% e 10,79%, respectivamente.

Essa observação não serve nem para animar nem para desanimar ninguém. Trata-se apenas de matéria de fato. Na rejeição, ambos estão empatados: não votariam nela 39% dos entrevistados; nele, 40%.Aécio lidera também em todos os estratos de renda, exceção feita a um: dos que ganham até dois salários mínimos: nesse caso, Dilma tem 55%, e ele 34%. Entre os que recebem de dois a cinco, o tucano vence por 46% a 43%. A vantagem é de 57% a 33% entre cinco e 10 mínimos e de 65% a 29% entre os com renda acima de 10.

É evidente que a euforia truculenta demonstrada por petistas no encontro do Tuca é injustificada. A disputa está empatada. Os tucanos, estes, sim, têm de tomar cuidado. Querem um conselho? Façam como Aécio no primeiro turno, que jamais deixou de acreditar que estaria no segundo turno — e está. Quanto aos petistas, dizer o quê? Estão eufóricos com os números do Datafolha porque eles lhes dizem, por enquanto, que vale a pena investir no jogo sujo.

Vamos ver. Como diria Chacrinha, o Velho Guerreiro, uma eleição só acaba quando termina.
 
Por Reinaldo Azevedo

Tesoureiro do PT citado no petrolão é delegado da campanha de Dilma

Documento obtido pelo site de VEJA mostra que João Vaccari Neto tem a função-chave de representar a candidata no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

Marcela Mattos, de Brasília
João Vaccari Neto, bancário, tesoureiro do PT, ex-presidente da Bancoop, em 2010
João Vaccari Neto, bancário, tesoureiro do PT, ex-presidente da Bancoop, em 2010 (Sergio Dutti/AE/VEJA) 
 
Desde que o depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa veio a público, a campanha da presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) entrou em pânico: criou uma força-tarefa para evitar que as novas revelações causassem estrago no projeto de reeleição da petista, redobrou os ataques ao adversário Aécio Neves (PSDB) e barrou o depoimento do tesoureiro João Vaccari Neto à CPI da Petrobras.

Não à toa: nove anos após o estouro do escândalo do mensalão, outro homem-forte responsável por cuidar das contas do partido aparece às voltas em um caso de corrupção, agora como o pivô de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Paulo Roberto Costa afirmou que parte da propina desviada da estatal chegou às mãos de Vaccari.  “Dentro do PT, a ligação que o diretor de serviços tinha era com o tesoureiro na época do PT, o senhor João Vaccari. A ligação era diretamente com ele”. Ainda segundo o delator, dois terços da propina ficavam para o PT quando a diretoria era comandada pelo PP. Já nos setores diretamente controlados por petistas, a propina seguia diretamente para o caixa do partido.

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A função de Vaccari, no entanto, vai além de cuidar do financeiro do PT: ele tem posto privilegiado no projeto eleitoral da presidente Dilma. Documento obtido pelo site de VEJA mostra que o tesoureiro foi nomeado delegado da campanha de Dilma e tem a função-chave de representar a candidata no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tamanha é a autonomia que Vaccari, tem, inclusive, a prerrogativa de fazer petições e assinar as credenciais dos fiscais da coligação.

Ao lado dele estão outros quatro delegados – todos ocupam posições no projeto de reeleição de Dilma: o secretário-geral do PT, Geraldo Magela, deputado federal derrotado na única vaga ao Senado pelo Distrito Federal; o ex-presidente do diretório paulista do PT e tesoureiro da campanha, Edinho Silva; o ex-ministro do TSE, Arnaldo Versiani, e Luis Gustavo Severo, ambos responsáveis pela área jurídica da campanha.
Embora tenha sido apontado como a ponte para o recebimento da propina, o PT tem se mostrando reticente a afastar o tesoureiro. Ao contrário: saiu em defesa dele e processou Paulo Roberto Costa por difamação.

Durante debate entre os candidatos à Presidência realizado no último domingo, Dilma evitou se voltar contra Vaccari. Questionada por Aécio se confia no tesoureiro, a presidente tergiversou: “Da última vez que um delator denunciou pessoas do seu partido, no caso do metrô e da compra dos trens, o senhor disse que não ia confiar na palavra de um delator. Eu sou diferente. Eu sei que há indícios de desvio de dinheiro. O que ninguém sabe é quanto foi e quem foi. Isso é muito importante”, disse.
VEJA

O tucano insistiu na pergunta, ressaltando os tentáculos do esquema de propina podem alcançar outros órgãos, como a hidrelétrica de Itaipu, da qual Vaccari integra o Conselho de Administração. Mas a presidente novamente se esquivou: “Eu mando investigar. Eu faço questão que a Polícia Federal investigue. Eu não transferi nenhum delegado para outro Estado, eu não engavetei processos. É isso que não pode ocorrer no Brasil”, disse.

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Conforme mostra o site da Itaipu, também faz parte do Conselho de Administração do órgão o ministro licenciado da Casa Civil e braço-direito de Dilma Aloizio Mercadante, cotado para assumir o Ministério da Fazenda caso a petista seja reeleita. Mas a relação de Mercadante e Vaccari vem de longa data: nas eleições de 2002, quando conquistou a vaga no Senado, o ex-ministro tinha Vaccari como segundo suplente.