Em
Crateús, a Casa funcionará a partir de abril no distrito de Realejo,
distante cerca de 40 quilômetros da sede. O Projeto deve atender
inicialmente a 30 residentes e contará com um local específico para
tratamento do público infantil.
A
secretária municipal de Assistência Social de Crateús, Luciene Rolim
Bezerra, explica que a Casa terá o apoio de uma equipe de profissionais
do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD) para dar
suporte terapêutico aos usuários. “Também temos um grupo de atendimento à
família dos dependentes químicos, chamado de Flor do Mamulengo”,
relata. Segundo ela, a assistência social apoia a família, o usuário e o
acompanha durante todo o fluxo de atendimento e tratamento. “O crack é a droga mais utilizada pelos usuários, seguido de maconha e cocaína”, enumera Luciene.
Mapeamento do problemaPara
descobrir os bairros mais vulneráveis, a prefeitura fez um mapeamento. O
bairro de Frei Damião, na periferia do Município, foi considerado o
mais perigoso e com maior número de usuários de drogas. Para tentar
lutar contra o problema de dentro da comunidade, a prefeitura implantou
um Centro de Referência de Assistência Social (Cras), uma cozinha
comunitária e uma creche.
"A
classe mais pobre é a que mais sofre com a problemática porque tem
menos acesso às políticas", ressaltou a secretária, informando que há no
Município quatro leitos no Hospital São Lucas apropriados para receber
dependentes químicos, mas que aposta "nos resultados positivos das
comunidades terapêuticas".
GestantesO
Município de 75 mil habitantes também sofre com os casos de gestantes
dependentes. Luciene conta que o Município ainda não tem uma casa
especializada para atender às mães usuárias. “O que nos preocupa é o
abandono dessas crianças, pois já tivemos casos assim. Essa semana uma
das usuárias deixou a família sem casa para pagar uma enorme dívida dela
com o tráfico”, exemplifica Luciene.
De
acordo com informações da Defensoria do Ceará, em 2012, vinte crianças
foram deixadas nos berçários somente nas maternidades públicas, número
superior ao de 2011, quando apenas quatro crianças foram abandonadas
pelas mães e familiares nos hospitais da rede pública de saúde.
De
acordo com a secretária, falta ajuda da União e do Estado na questão da
repressão, “não adianta todo esse trabalho se a droga circula de forma
tão fácil”, cobra.
CaririNa
localidade de Coité, na zona rural de Mauriti, o início da construção
da unidade está previsto para o próximo mês de julho, estando em
condições de funcionamento até o final do ano. Inicialmente, deverá
abrigar cerca de 70 pessoas. Com características de atendimento
regionalizado, o empreendimento também deverá receber pacientes para
tratamento de cidades vizinhas.
"O
projeto permaneceu parado, por algum tempo, devido à falta de recursos.
Nós retomamos as discussões e, com o auxílio do governo do Estado, que
já liberou verba, através da Secretaria de Saúde, nós agora daremos
início à fase de licitação e, conforme o cronograma, a unidade deverá
funcionar até o início do mês de dezembro", avalia o prefeito de
Mauriti, Evanildo Simão.
A
unidade deverá ser construída em uma área de 60 hectares e vai ofertar
atividades de fabricação de massas e biscoitos, artesanato, trabalhos
domésticos, serviços de jardinagem, atividades físicas, terapia
ocupacional, dentre outros. Todas as atividades serão acompanhadas por
profissionais da área da saúde, como psicólogos e também terapeutas.
Atualmente,
três outros Municípios cearenses já contam com unidades da instituição
beneficente para tratamento de dependentes do álcool e das drogas:
Sobral, na região Norte do Estado; Pacatuba, na região metropolitana de
Fortaleza, e a própria capital, Fortaleza.
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