O
relator-geral do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR),
confirmou hoje (11) que está mantendo no parecer final um corte de R$ 10
bilhões no Bolsa Família, ou seja, corte de 35% no programa.
Além
disso, Barros anunciou cortes de R$ 320 milhões no auxílio-reclusão
(50%), de R$ 80 milhões no auxílio-moradia (20%) e de R$ 1,84 bilhão
(10%) de compensação no RGPS (Repasse a Previdência por Desoneração da
Folha). De acordo com o relator, essas medidas são necessárias para
cumprir a meta do governo de superávit (receitas menos despesas ) de
0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2016.
O parecer
final do deputado Ricardo Barros deverá ser apresentado à Comissão Mista
de Orçamento (CMO) segunda (14) ou terça-feira (15). Segundo ele, os
poucos ajustes deverão ser concluídos neste fim de semana ou na
segunda-feira, de modo que o relatório possa ser discutido e votado pela
comissão e, em seguida, pelo plenário do Congresso.
O relator
informou que a ideia é começar a discutir o parecer na CMO já na
terça-feira, caso não haja impedimento pela falta da votação do Plano
Plurianual (PPA). Barros acrescentou que o PPA deverá ser votado na
sessão do Congresso terça-feira à noite.
Na
proposta a ser apresentada à CMO, Ricardo Barros incluiu recursos de R$
10 bilhões decorrentes da arrecadação com o retorno da CPMF. No entanto,
a proposta que recria a contribuição sequer teve sua admissibilidade
aprovada pela Comissão de Constituição e de Justiça da Câmara. Para o
relator, os cortes propostos são necessários para manter a previsão de
uma meta de superávit de R$ 34,4 bilhões, o que equivale a 0,7% do PIB.
Ricardo
Barros disse ainda que a proposta prevê que não haverá novas adesões ao
Bolsa Família no ano que vem. Segundo ele, anualmente deixam o programa
cerca de 700 mil famílias. O relator afirmou que não tem nada contra o
programa, “que já tirou muitos brasileiros da miséria, mas que há
deficiências na gestão”. Conforme o deputado, não haverá prejuízo a
nenhuma pessoa enquadrada na lei.
Com base
nos parâmetros macroeconômicos enviados em novembro pelo governo em
novembro, o parecer prevê para 2016 um PIB negativo de -1,9%, inflação
medida pelo IPCA de 6,47%, dólar em R$ 4,09 e taxa Selic de 13,99.
A reação
do PT ao anúncio da manutenção do corte no Bolsa-Família ocorreu logo
após o relator divulgar os cortes no programa. Líder do PT na CMO, o
deputado Paulo Pimenta (RS), mandou distribuir nota reafirmando posição
contrária à retirada de recursos do programa. No documento, Paulo
Pimenta afirmou que, como alternativas, o governo defende reduzir ou
zerar a meta e incluir a previsão de recursos investidos no Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC).
“Não é
razoável criar uma meta inexequível que vai asfixiar a capacidade de
investimentos e as ações prioritárias do governo. É preciso encontrar o
equilíbrio fiscal, sim, mas fazer isso com crescimento e evitando
recessão e desemprego”, concluiu.
(Agência Brasil)
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