Terminou neste sábado (14) mais uma edição dos Profetas da Chuva. O
encontro aconteceu no auditório do Instituto Federal do Ceará (IFCE). De
acordo com a organização 21 profetas participaram desta edição e, se
eles estiverem certos, o ano de 2017 deve apresentar chuvas dentro da
média.
As previsões foram feitas para um público de quase 600 pessoas que lotou
o auditório do IFCE. A plateia ficou entusiasmada com as previsões que
reacendiam a esperança do cearense, que já há cinco anos, sofre com a
falta d’água, um fator que tem elevado os prejuízos no Estado, como a
seca dos açudes e a morte dos mananciais hídricos.
Entre as previsões apresentadas, havia quase uma unanimidade em afirmar
que o ano deverá apresentar chuvas. A profetisa Lourdinha, de 71 anos, a
única mulher entre o quadro de atuais profetas de Quixadá, contou que
fez suas observações com base nos ensinamentos do pai.
Ela utilizou uma tabela onde contou todos os meses do ano as chances de
chuva com base na observação de pedaços de madeira, deixada debaixo das
telhas da cozinha. Para sua surpresa, o resultado apresentou a
probabilidade de chuvas. “Eu fiz esta experiência e vi que o ano vai ser
bom, vai ter chuva, sim. Não vai ser de muita coisa não, mas vai dar
pra gente sobreviver”, profetizou.
Cada profeta levou seu instrumento, colhido através do trabalho em campo
de observação na natureza, para comprovar o que dizia. Restos do
formigueiro, pedaços de árvores tradicionais da vegetação cearense,
ninho do João de Barro, entre outros.
O organizador do evento, Helder Cortez, se diz satisfeito com a edição
deste ano. Ao fazer um balanço e comparando com os anos anteriores, ele
avaliou que o encontro está se fortalecendo ainda mais na missão de
perpetuar a sabedoria popular do sertão.
“Precisamos melhorar a logística, ter meios de acomodar mais gente.
Temos que rever algumas coisas, mas, no geral, essa edição foi a melhor.
Nos temos aqui profetas tradicionais e que tem trazido suas previsões
com bastante fundamentação, o que tem deixado o público bem animado,
envolvido e esperançoso”, relatou.
DN Sertão Central
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