Os principais jornais do Estado do
Ceará trazem nesta sexta-feira, 24, matérias onde apontam que casos recentes da
Síndrome
de Guillain-Barré (SGB), doença neurológica que provoca fraqueza
muscular generalizada e que pode levar o paciente até à morte, pode ter chegado
ao Estado do ceará.
Em Novo Oriente, na região dos
Inhamuns, o carpinteiro José Magno Silva, 25 anos, se viu em menos de 15 dias
em uma cadeira de rodas, com paralisia das pernas. Já a agricultora Gonçala
Rodrigues ainda não se recuperou da perda do marido, há menos de um mês.
Jose
Magno conta que tudo começou com um cansaço inexplicável, depois dormência nos
dedos dos pés que foram se alastrando pelas pernas. Fiquei desesperado, isso já
tinha 15 dias e então fui para o hospital da cidade, fiz exames e fui
encaminhado para o HGF. Alí tive uma da piores noticias da minha vida, estava
com a doença maldita, sem andar e sem saber como seria dalí por diante. Ele
está fazendo fisioterapia há 4 meses e continua assustado.
Enquanto
isso, Gonçala ainda chora a morte repentina de seu marido. Ela conta, a exemplo
de Magno, que tudo foi de repente, no dia 8 de junho deste ano. “A gente estava
no roçado, cuidando da plantação de feijão e ele (Amadeu) começou a dizer que
estava sem forças, um cansaço grande que não o deixava mais trabalhar. Não
conseguiu nem voltar para casa de bicicleta, como sempre fazia. Quando chegou,
foi para o fundo de uma rede e não mais se levantou
De acordo com o Diário do Nordeste,
embora ainda não confirmados pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) e
Ministério da Saúde, documentos como uma certidão de óbito e um laudo médico
do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) demonstram que a doença chegou ao Ceará.
Em nota da assessoria de comunicação, a Sesa afirma que o “sistema de
informações do Núcleo de Epidemiologia da Secretaria da Saúde do Estado não
registra o óbito citado”.
Em entrevista ao jornal O Povo, um
médico da equipe de neurologia, de identidade preservada, afirmou que no
Hospital Geral de Fortaleza (HGF), a maioria dos casos foi de pacientes de
Fortaleza, mas muitos também vieram do Interior, entre pacientes de 16 a 70
anos. O profissional lembra que não é possível evitar ou prevenir a doença, já
que ela costuma aparecer duas a quatro semanas após o paciente ter tido alguma
infecção, como dengue, zika ou mesmo um resfriado. Em alguns casos, a
manifestação acontece após vacinas.
O infectologista Anastácio Queiroz diz
não se surpreender com o avanço da doença e sua chegada ao Ceará. “Apesar de o
Ministério da Saúde ainda não confirmar, esses casos estão relacionados ao zika
vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
É uma síndrome paralisante, que vai na
maioria dos casos até o quadril e nos mais graves até o pescoço, o que faz o
paciente precisar ser entubado”. Ele revela que tem contato com médicos da
Bahia, atualmente com mais de 50 confirmações da doença, e eles reafirmam a
relação da GuillainBaré com o zika vírus.
O Ministério da Saúde esclarece que a
síndrome de GuillainBarré (SGB) pode surgir após infecções por vários tipos de
vírus ou bactérias. Trata-se de manifestação autoimune rara que tem como
principais características fraqueza muscular e paralisia dos músculos.
Vale esclarecer que a doença não é de
notificação compulsória, então não há registro do número de casos. Até maio
deste ano, foram 30.972 procedimentos ambulatoriais e hospitalares no SUS em
decorrência de GuillainBarré no País. Em 2014, foram 65.884.
Fonte: Diário do Nordeste e O povo Online
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