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sábado, 25 de julho de 2015

Doença que causa paralisia pode ter chegado à Região dos Inhamuns

Os principais jornais do Estado do Ceará trazem nesta sexta-feira, 24, matérias onde apontam que casos recentes da Síndrome de Guillain-Barré (SGB), doença neurológica que provoca fraqueza muscular generalizada e que pode levar o paciente até à morte, pode ter chegado ao Estado do ceará.
Em Novo Oriente, na região dos Inhamuns, o carpinteiro José Magno Silva, 25 anos, se viu em menos de 15 dias em uma cadeira de rodas, com paralisia das pernas. Já a agricultora Gonçala Rodrigues ainda não se recuperou da perda do marido, há menos de um mês.
Jose Magno conta que tudo começou com um cansaço inexplicável, depois dormência nos dedos dos pés que foram se alastrando pelas pernas. Fiquei desesperado, isso já tinha 15 dias e então fui para o hospital da cidade, fiz exames e fui encaminhado para o HGF. Alí tive uma da piores noticias da minha vida, estava com a doença maldita, sem andar e sem saber como seria dalí por diante. Ele está fazendo fisioterapia há 4 meses e continua assustado.
Enquanto isso, Gonçala ainda chora a morte repentina de seu marido. Ela conta, a exemplo de Magno, que tudo foi de repente, no dia 8 de junho deste ano. “A gente estava no roçado, cuidando da plantação de feijão e ele (Amadeu) começou a dizer que estava sem forças, um cansaço grande que não o deixava mais trabalhar. Não conseguiu nem voltar para casa de bicicleta, como sempre fazia. Quando chegou, foi para o fundo de uma rede e não mais se levantou
De acordo com o Diário do Nordeste, embora ainda não confirmados pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) e Ministério da Saúde, documentos como­ uma certidão de óbito e um laudo médico do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) ­ demonstram que a doença chegou ao Ceará. Em nota da assessoria de comunicação, a Sesa afirma que o “sistema de informações do Núcleo de Epidemiologia da Secretaria da Saúde do Estado não registra o óbito citado”.
Em entrevista ao jornal O Povo, um médico da equipe de neurologia, de identidade preservada, afirmou que no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), a maioria dos casos foi de pacientes de Fortaleza, mas muitos também vieram do Interior, entre pacientes de 16 a 70 anos. O profissional lembra que não é possível evitar ou prevenir a doença, já que ela costuma aparecer duas a quatro semanas após o paciente ter tido alguma infecção, como dengue, zika ou mesmo um resfriado. Em alguns casos, a manifestação acontece após vacinas.
O infectologista Anastácio Queiroz diz não se surpreender com o avanço da doença e sua chegada ao Ceará. “Apesar de o Ministério da Saúde ainda não confirmar, esses casos estão relacionados ao zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
É uma síndrome paralisante, que vai na maioria dos casos até o quadril e nos mais graves até o pescoço, o que faz o paciente precisar ser entubado”. Ele revela que tem contato com médicos da Bahia, atualmente com mais de 50 confirmações da doença, e eles reafirmam a relação da Guillain­Baré com o zika vírus.
O Ministério da Saúde esclarece que a síndrome de Guillain­Barré (SGB) pode surgir após infecções por vários tipos de vírus ou bactérias. Trata-­se de manifestação autoimune rara que tem como principais características fraqueza muscular e paralisia dos músculos.

Vale esclarecer que a doença não é de notificação compulsória, então não há registro do número de casos. Até maio deste ano, foram 30.972 procedimentos ambulatoriais e hospitalares no SUS em decorrência de Guillain­Barré no País. Em 2014, foram 65.884.

Fonte: Diário do Nordeste e O povo Online

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