Reivindicações
Entre as principais reivindicações da categoria, está o reajuste salarial de 14,78%, sendo 5% de aumento real e 9,31% de correção da inflação; participação nos lucros e resultados de três salários mais R$ 8.297,61; vales-alimentação, refeição, fim das metas abusivas e assédio moral, além da ampliação das contratações, fim da precarização das condições de trabalho, mais segurança nas agências bancárias, dentre outras.
A Fenaban, no entanto, ofereceu aos bancários uma proposta de 6,5% de reajuste no salário, na PLR e nos auxílios, além de R$ 3 mil de abono. Segundo o presidente do sindicato, Carlos Eduardo Bezerra, a proposta não cobre a inflação do período, projetada em 9,57%, para agosto deste ano, e representa perdas de 2,8% para o bolso de cada bancário. “Entregamos com a discussão da pauta no dia 9 de agosto. As negociações com os bancos aconteceram nos dias 18, 19 e 24 de agosto. No dia 29, apresentaram essa proposta que não chega nem a 30% da inflação”.
Segundo Carlos Eduardo, os bancos “é o setor que mais lucra no país. Só nos seis primeiros meses do ano, os cinco maiores bancos tiveram lucro acumulado de R$ 30 bilhões. Isso quer dizer que eles têm plenas condições de atender as reivindicações dos bancários”, disse Carlos Eduardo Bezerra, acrescentando que a Federação não apresentou propostas para contrações, nem para segurança e nem saúde. “Os bancários estão entrando em greve, porque os bancos não estão se preocupando com a segurança dos bancários”, apontou.
Outro questionamento apontado por ele foram as demissões, que continuam acontecendo tanto na área pública como na área privada, sem motivo justo. “Essas demissões não precisam acontecer, mas mesmo assim, neste ano, mais de seis mil bancários foram demitidos”, disse acrescentando que “no ano passado as demissões passaram de dez mil empregados”. Ele analisa que essas demissões têm o sentido de alavancar maiores lucros dos bancos, o que prejudica em muito o atendimento a população que tem que enfrentar grandes filas para realizar as operações. Além disso, afirma que “também prejudicam os bancários, porque com o número pequeno de trabalhadores o cansaço aumenta e pode acarretar em estresse e até mesmo sérias doenças”.
Paralisação
Em entrevista ao Jornal O Estado, o presidente da Seeb-CE disse que a paralisação repetirá o que vem acontecendo nos últimos 12 anos. “Eles só negociam quando a categoria paralisa. A categoria já demostrou uma luta forte em outros anos e neste não vai ser diferente”, afirmou. De acordo com o presidente do sindicato, no ano passado, a adesão chegou a 12 mil agencias bancárias no País. “Acreditamos que a mobilização do bancário é fundamental para os bancos mudarem de posição”, disse Carlos Eduardo.
Hoje, às 19 horas, a categoria irá realizar uma nova assembleia, na sede do sindicato (Rua 24 de Maio, 1289, Centro), na intenção de organizar e definir como será o movimento de paralisação. Por sua vez, Carlos Eduardo Bezerra adiantou que a greve será geral, respeitando os indicativos da lei. “No início ela começa com algumas adesões, mas vai ganhando força. Apenas os serviços essenciais devem ficar disponíveis, como é o caso da compensação bancária. Este serviço ficará mantido”.No Ceará existem, hoje, mais de 10 mil bancários e 534 agências. Desse número, 231 ficam localizados na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e 303 no Interior.
O ESTADO
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