A cerimônia de posse da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, será realizada às 8 horas de hoje, no auditório do Ministério Público Federal, em Brasília. Raquel Dodge assume como procuradora-geral e presidente do Conselho Nacional do Ministério Público no lugar de Rodrigo Janot, que encerrou o mandato ontem (17).
Dodge foi a segunda colocada na lista tríplice em eleição interna realizada pela Associação Nacional dos Procuradores da República, foi indicada pelo presidente Michel Temer e teve o nome aprovado pelo plenário do Senado. Mestre em Direito pela Universidade de Harvard e integrante do Ministério Público Federal há 30 anos, Raquel Dodge é subprocuradora-geral da República e atuou em matéria criminal no Superior Tribunal de Justiça.
Caberá a ela, a partir de agora, comandar todo o trabalho da PGR, incluindo as investigações da Operação Lava Jato. O presidente Michel Temer; a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia; e os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, confirmaram presença na posse.
Desafios
Dodge mal assume a PGR e já tem três desafios pela frente. Dodge toma posse tendo como legado de maior repercussão de seu antecessor, Rodrigo Janot, a atuação na Operação Lava Jato. Sob Janot, a Procuradoria apresentou 34 denúncias contra políticos ao STF, sendo duas envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB).
Após a fase de oferecimento da denúncia, tem início a etapa de apresentação de provas e depoimento de testemunhas, o que antecede o julgamento final do processo. Os processos da Lava Jato no Supremo ainda não alcançaram essa última etapa de julgamento e ainda não há condenações. Será da nova procuradora-geral a responsabilidade sobre a atuação da Procuradoria nessas ações, conduzindo investigações e podendo pedir a condenação ou absolvição dos suspeitos.
Nas denúncias contra Temer, Janot partiu da delação premiada da JBS. A primeira acusação foi barrada pela Câmara dos Deputados e a segunda, apresentada na sua última semana no cargo, está no Supremo. Caberá a Raquel Dodge conduzir a atuação da Procuradoria nesta segunda denúncia contra Temer.
Já na próxima quarta-feira (20) a procuradora-geral poderá atuar no caso, quando o STF retoma o julgamento do pedido da defesa de Temer para que a denúncia não seja enviada à Câmara dos Deputados.
O Estado
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