Mulheres são responsáveis por 25% da força de trabalho industrial

Por Tácido Rodrigues


Se grande parte das empresas reclama da falta de qualificação técnica no mercado de trabalho, um resultado expressivo conquistado por jovens brasileiros mostra que esse cenário pode mudar em breve. Neste mês, o país conquistou o segundo lugar na maior competição de educação profissional do mundo. Das 50 ocupações em que competiu, subiu ao pódio 15 vezes e ainda garantiu 26 certificados de excelência. A WorldSkills 2017 ocorreu nos Emirados Árabes.

Para se ter noção do feito, mais de 1.200 jovens de 68 países participaram da disputa, entre os quais 56 eram brasileiros. No fim da competição, a bagagem brasileira voltou com 15 medalhas: 7 de ouro, 5 de prata e 3 de bronze. A deputada federal Gorete Pereira (PR-CE) acredita que o resultado mostra o quanto o Brasil evoluiu nos últimos anos no quesito educação. “A nossa juventude está se preparando muito melhor do que as gerações anteriores. E com isso, é um privilégio para o Brasil ter tido essa boa classificação fora”, afirmou.

Um dos aspectos que tem dado mais oportunidades no mercado de trabalho é a justamente a qualificação profissional, que beneficia diretamente as mulheres. No Ceará, elas realizaram mais da metade (48.533) das 88.130 matrículas feitas na educação profissional em 2016. Depois da capital (15.285), Juazeiro do Norte (2.010) e Maracanaú (1.687) são as cidades com maior presença feminina quando o assunto é capacitação. Nos três municípios, a maioria das mulheres matriculadas tem 25 e ou mais e se considera parda (27.593). Os dados são do Censo da Educação Básica 2016.

Para o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, investir em educação técnica representa um passo importante para a economia brasileira, principalmente sob o ponto de vista da produção industrial. “A educação profissional técnica é algo importante na realização dos projetos de vida dos jovens brasileiros, bem como algo importante para aumentar a nossa produtividade do trabalho e aumentar a competitividade das empresas", explicou.

Segundo dados do Senai, o Brasil terá que qualificar mais de 13 milhões de trabalhadores para vagas nas indústrias até 2020. Atualmente, 25% da força de trabalho industrial pertencem às mulheres, que já começam a ganhar mais que os homens em alguns setores como construção de edifícios, derivados de petróleo e biocombustíveis e extração de minerais metálicos. Em segmentos importantes da indústria, as mulheres ganharam de vez seu espaço. Exemplo disso são atividades como farmacêutica (47%) e equipamentos de informática (44%) em 2016, que tradicionalmente são atrelados à mão de obra masculina.