Uma gravíssima denúncia atinge em
cheio a Segurança Pública do Estado do Ceará. Em um vídeo postado nas
redes sociais, a promotora de Justiça, Fernanda Marinho, revelou que a
Perícia Forense está elaborando laudos inconclusos nos casos de exames
em corpos de vítimas da violência, especialmente nos casos de
assassinatos e acidentes. Por falta de equipamentos de proteção
individual (EPIs), os médicos legistas e auxiliares não estão abrindo os
cadáveres para a realização de exames internos (necropsia).
“Isso
é um prato cheio para a impunidade. Vão ocorrer muitas absolvições (de
criminosos) pela falta dos laudos conclusivos”, disse a promotora,
integrante do Controle Externo da Atividade Policial. Segundo ela, a
falta de equipamentos como máscaras de proteção do nível M-95, o
recomendado para situações de alto risco de contaminação (como é o caso
do trabalho dos médicos legistas e seus auxiliares), se deve à falta de
fornecimento do material por parte do governo do estado.
“O
Governo do Estado está se negando a fornecer as máscaras M-95, que já
foram pedidas pelo Ministério Público e pela Comel (Coordenadoria de
Medicina Legal, o antigo IML)”, disse a promotora.
Segundo
Fernanda Marinho, o pedido do material para a execução do trabalho dos
legistas e auxiliares de necrópsia foi encaminhado à Secretaria de Saúde
do Estado não apenas pela direção da própria Pefoce, mas também pelo
Ministério Público, através de ofício do Caocrim. O documento foi
remetido à Secretaria da Saúde ainda no final do mês de abril.
Fernando Ribeiro
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