Em
seu último discurso na tribuna do Senado, o senador e ex-presidente
José Sarney (PMDB-AP) disse nesta quinta-feira ter se arrependido de ter
voltado ao Congresso depois de ter ocupado a Presidência da República.
"Eu me arrependo, acho que foi um erro que eu cometi ter voltado, depois
de presidente, à vida pública", afirmou para um plenário praticamente
vazio.
Depois do terceiro mandato consecutivo no Senado, Sarney decidiu não disputar a eleição deste ano. Em junho, ele surpreendeu o mundo político ao anunciar que iria deixar a vida pública. Durante o seu discurso, ele fez duras críticas ao atual modelo político e propôs que seja colocada em prática a reforma política. Ele afirmou também que decidiu reapresentar um projeto que regulamenta o funcionamento das estatais como o seu "último legado". Segundo ele, a medida acabaria com casos de corrupção como o da Petrobras, que "envergonham" o País.
Despedida
Apesar do seu histórico político - ele fez questão de ressaltar que era o parlamentar mais longevo do País, tendo sido eleito para o primeiro mandato como deputado em 1955 -, Sarney optou por uma despedida discreta. O ex-presidente não avisou nenhum correligionário que faria o seu último discurso nesta quinta. Vários peemedebistas correram para o plenário quando souberam que ele estava na tribuna. "Eu quis fazer cedo, para que não tivesse ninguém mesmo, para falar às cadeiras vazias, mas, infelizmente, demorei bastante, a generosidade dos colegas foi grande, de maneira que a Casa está se enchendo", brincou
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Maranhão
Apesar de ter conseguido o
mandato pelo Amapá, Sarney fez questão de agradecer ao povo do Maranhão,
seu Estado natal. Segundo ele, apesar de a imprensa destacar apenas
aspectos negativos, o Maranhão estaria na "vanguarda" do País.
Recentemente, a sua filha, Roseana Sarney, renunciou ao governo do
Estado alegando problemas da saúde. Depois de décadas no comando do
Estado, o grupo de Sarney perdeu as eleições de outubro para o candidato
do PC do B, Flávio Dino.
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