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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Grupo de empresários é investigado por ataque a carro-forte em Quixeramobim (CE)

As investigações do Departamento de Inteligência (DIP) da Polícia Civil apontam para a participação de uma quadrilha de empresários, denominada Quadrilha dos Pipocas, no ataque a carro-forte que aconteceu ontem e resultou em troca de tiros que deixou quatro policiais civis feridos no interior do Ceará. Parte do grupo coordenaria ações de dentro de uma unidade prisional em Quixadá (a 158 km de Fortaleza).

Na tarde de ontem, três inspetores e um delegado saíram feridos ao trocar tiros com uma quadrilha, na Lagoa de São Miguel (distrito de Uruquê), localidade no limite entre os municípios de Quixeramobim (a 206 km de Fortaleza) e Quixadá. Segundo informações da assessoria de comunicação da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o grupo de pelo menos dez homens havia explodido um carro-forte na CE-060 e fugia quando se deparou com a equipe de policiais. A viatura foi atingida por 37 disparos de grosso calibre.

O diretor do DIP, delegado Francisco Carlos Crisóstomo de Araújo, disse que existe um acompanhamento das quadrilhas que atuam nos roubos a carro-forte e a banco por parte do titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), Raphael Vilarinho. “A quadrilha ‘número um’ é a dos Pipocas. Eles estavam no presídio da Cigana, em Caucaia, mas foram transferidos para Quixadá. E eles comandam os crimes de dentro do presídio. Compram imóveis em nome de laranjas, atuam como empresários, têm postos de combustíveis, distribuidoras de água e possuem apoio político”, relatou o diretor do DIP.

O departamento de Inteligência apurou que a quadrilha é comandada por dez pessoas, mas é composta por mais de 50 homens. Conforme o diretor, um ex-soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), de São Paulo, é um desses investigados. Ele é acusado de ter matado um capitão da Rota, fugir para o Ceará e integrar a quadrilha. Alguns integrantes estiveram presos no antigo Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), em Itaitinga (Região Metropolitana de Fortaleza), e acabaram criando uma parceria com o Primeiro Comando da Capital (PCC), também de São Paulo.

A munição encontrada no ataque ao carro-forte, de calibre .50, também foi utilizada em outros ataques a carro-forte. A arma é usada pelas forças armadas e tem o poder de abater uma aeronave. “No assalto de Ibaretama e em outros que foram feitos pelos Pipocas, foi utilizada a metralhadora ponto 50”, comentou Crisóstomo.
O POVO

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