Na tarde de ontem, três inspetores e um delegado saíram feridos ao
trocar tiros com uma quadrilha, na Lagoa de São Miguel (distrito de
Uruquê), localidade no limite entre os municípios de Quixeramobim (a 206
km de Fortaleza) e Quixadá. Segundo informações da assessoria de
comunicação da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o
grupo de pelo menos dez homens havia explodido um carro-forte na CE-060
e fugia quando se deparou com a equipe de policiais. A viatura foi
atingida por 37 disparos de grosso calibre.
O diretor do DIP, delegado Francisco Carlos Crisóstomo de Araújo, disse
que existe um acompanhamento das quadrilhas que atuam nos roubos a
carro-forte e a banco por parte do titular da Delegacia de Roubos e
Furtos (DRF), Raphael Vilarinho. “A quadrilha ‘número um’ é a dos
Pipocas. Eles estavam no presídio da Cigana, em Caucaia, mas foram
transferidos para Quixadá. E eles comandam os crimes de dentro do
presídio. Compram imóveis em nome de laranjas, atuam como empresários,
têm postos de combustíveis, distribuidoras de água e possuem apoio
político”, relatou o diretor do DIP.
O departamento de Inteligência apurou que a quadrilha é comandada por
dez pessoas, mas é composta por mais de 50 homens. Conforme o diretor,
um ex-soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), de São
Paulo, é um desses investigados. Ele é acusado de ter matado um capitão
da Rota, fugir para o Ceará e integrar a quadrilha. Alguns integrantes
estiveram presos no antigo Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), em
Itaitinga (Região Metropolitana de Fortaleza), e acabaram criando uma
parceria com o Primeiro Comando da Capital (PCC), também de São Paulo.
A munição encontrada no ataque ao carro-forte, de calibre .50, também
foi utilizada em outros ataques a carro-forte. A arma é usada pelas
forças armadas e tem o poder de abater uma aeronave. “No assalto de
Ibaretama e em outros que foram feitos pelos Pipocas, foi utilizada a
metralhadora ponto 50”, comentou Crisóstomo.
O POVO
Nenhum comentário:
Postar um comentário