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quarta-feira, 20 de março de 2019

O uso consciente de produtos ecologicamente corretos na hotelaria hospitalar


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  Maurício Almendro


Sustentabilidade ambiental é um dos temas mais discutidos nesse século. Muitas empresas têm se adequado e criado práticas que visam diminuir o impacto no meio ambiente. É preciso adequar processos, criar novos projetos e praticar mudanças. Em um local em que se gera um volume alto de resíduos, como nos hospitais, o desafio é ainda maior.

Na era da sustentabilidade, as instituições de saúde foram obrigadas a repensar suas prioridades e planejar melhor os impactos que causam ao planeta. Afinal, são toneladas de resíduos gerados por semana, que precisam ser descartados corretamente. Mas, não é só de produção de lixo comum, infectado, perfuro cortante, químico e radioativo que estamos falando, o problema está também no consumo de recursos naturais como a água e a energia.

Esses são recursos essenciais para o setor, principalmente a água. Um local sujo ou com más condições de higiene pode trazer risco de vida e graves infecções aos pacientes, um grande vilão para a saúde, já que as bactérias passaram a ficar cada vez mais resistentes. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de infecção hospitalar atinge cerca de 14% dos enfermos no Brasil, enquanto nos países da Europa e Estados Unidos, o índice chega a 10%.

A atividade de higiene nos hospitais está se atualizando e o resultado, que já pode ser observado, é o consumo menor desses recursos naturais. A grande aposta do setor é praticar mudanças dentro das instituições. Dentre elas está a realização da limpeza química, composta por detergente biodegradável e um antibactericida, que além de eliminar bactérias, germes etc, ainda é a forma mais consciente na redução desses recursos, no ato da limpeza. Essa prática dispensa a utilização de água, baldes e panos, a limpeza convencional que estamos acostumados e vimos por muitos anos.

E, não para por aí. Hoje em dia, por exemplo, o pano de chão foi praticamente extinto, não é necessário ficar lavando e esterilizando esse material, usa-se o pano biodegradável descartável, utilizando-o durante um determinado período e jogando-o fora. Este fluxo permite uma redução no envio de materiais para a lavanderia gerando economia em água, energia, detergente e mantendo os hospitais na era do consumo consciente e sustentável.

Outra forma de economizar, sem agredir o meio ambiente, refere-se a questão da manutenção. Alguns hospitais não utilizam mais lâmpadas com vapor de mercúrio, são todas LED, que são descartadas de forma correta e evitam o consumo exagerado de energia.

Promover o desenvolvimento sustentável nos hospitais melhora a eficiência e a qualidade dos estabelecimentos. Iniciativas já citadas, permitem a redução no consumo de energia, papel, água e climatização, gerando uma economia aproximada de 7% nos custos das instituições.

Usar o aspecto econômico é um dos caminhos para conseguir a colaboração e o empenho na disseminação da cultura de sustentabilidade. Uma instituição que trabalha com esses conceitos, também considera esses critérios ao contratar seus fornecedores e promovem iniciativas de integração ligadas ao tema. Todas essas práticas permitem criar uma cultura consciente no setor. É preciso ganhar o engajamento de todas as instituições, realizar campanhas de conscientização de preservação do planeta. Estamos no caminho.
 
*Maurício Almendro é diretor da Divisão de Saúde do grupo Verzani & Sandrini

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