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quarta-feira, 21 de abril de 2021

Liberado pela Anvisa, coquetel contra a Covid-19 não tem prazo para chegar ao Brasil

 

Aprovado pela agência reguladora nesta terça-feira, o coquetel é indicado para pacientes com casos leves da doença e que não necessitam de suporte de oxigênio

 

A Roche diz que ainda não há previsão para o coquetel contra a Covid-19 aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta terça-feira, 21, chegue ao Brasil. 

As negociações entre a farmacêutica e o Ministério da Saúde estão em andamento, mas nem mesmo o custo foi definido. Com aval para uso emergencial no país, o coquetel é uma combinação de dois anticorpos experimentais, o casirivimabe e o imdevimabe. 

A indicação é para casos leves, em pacientes a partir de 12 anos e peso mínimo de 40 kg, que não necessitam de suporte de oxigênio. O gerente geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, afirma que o objetivo do tratamento é neutralizar o vírus, evitando uma piora do quadro. 

“A indicação do produto não é para pessoa que já está na hospitalização. Ao contrário, estamos colocando como restrição para pessoas que já estão em hospitalização. Pelo que vimos nos casos, as pessoas podem ter agravado o quadro se for utilizado em paciente já hospitalizado. A ideia é utilizar essa infusão até 10 dias após o início dos sintomas nas pessoas que são grupo de risco que nós elencamos, pessoas com comorbidades ou idade avançada”, disse.

O diretor de Acesso e Médico da Roche, Lenio Alvarenga, ressalta que o coquetel não previne a doença, tendo a aplicação restrita aos hospitais, ambulatórios ou clínicas. 

“A medicação é de uso hospitalar, ela precisa ser infundida por meio da veia do paciente, a indicação precisa ser feita por um médico, que vai não só avaliar o diagnóstico do paciente, mas também o tempo de sintomas e se ele corresponde ou não a fatores para enfrentar um caso grave da doença. Não é uma medicação que esteja disponível nas farmácias”, pontuou. 

O novo tratamento deve ser avaliado agora pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, vinculada ao Ministério da Saúde, antes entrar em uso. O coordenador do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo, João Gabbardo, adianta que o Estado vai esperar uma diretriz da pasta antes de qualquer negociação. 

“No momento que a Conitec aprova que esse medicamento passe a fazer parte da lista de medicamentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde, São Paulo fará a aquisição do medicamento. Nesse momento, vamos aguardar que haja a aprovação pela Conitec”, afirmou. 

Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também é preciso “analisar o impacto orçamentário” da implementação do coquetel no sistema de saúde.

Jovem Pan 

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