Liberado pela Anvisa, coquetel contra a Covid-19 não tem prazo para chegar ao Brasil
Aprovado pela agência reguladora nesta
terça-feira, o coquetel é indicado para pacientes com casos leves da
doença e que não necessitam de suporte de oxigênio
As negociações entre a farmacêutica e o Ministério da Saúde estão em andamento, mas nem mesmo o custo foi definido. Com aval para uso emergencial no país,
o coquetel é uma combinação de dois anticorpos experimentais, o
casirivimabe e o imdevimabe.
A indicação é para casos leves, em
pacientes a partir de 12 anos e peso mínimo de 40 kg, que não necessitam
de suporte de oxigênio. O gerente geral de medicamentos da Anvisa,
Gustavo Mendes, afirma que o objetivo do tratamento é neutralizar o
vírus, evitando uma piora do quadro.
“A indicação do produto não é para
pessoa que já está na hospitalização. Ao contrário, estamos colocando
como restrição para pessoas que já estão em hospitalização. Pelo que
vimos nos casos, as pessoas podem ter agravado o quadro se for utilizado
em paciente já hospitalizado. A ideia é utilizar essa infusão até 10
dias após o início dos sintomas nas pessoas que são grupo de risco que
nós elencamos, pessoas com comorbidades ou idade avançada”, disse.
O
diretor de Acesso e Médico da Roche, Lenio Alvarenga, ressalta que o
coquetel não previne a doença, tendo a aplicação restrita aos hospitais,
ambulatórios ou clínicas.
“A medicação é de uso hospitalar, ela precisa
ser infundida por meio da veia do paciente, a indicação precisa ser
feita por um médico, que vai não só avaliar o diagnóstico do paciente,
mas também o tempo de sintomas e se ele corresponde ou não a fatores
para enfrentar um caso grave da doença. Não é uma medicação que esteja
disponível nas farmácias”, pontuou.
O novo tratamento deve ser avaliado
agora pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS,
vinculada ao Ministério da Saúde, antes entrar em uso. O coordenador do
Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo, João Gabbardo, adianta
que o Estado vai esperar uma diretriz da pasta antes de qualquer
negociação.
“No momento que a Conitec aprova que esse medicamento passe a
fazer parte da lista de medicamentos oferecidos pelo Sistema Único de
Saúde, São Paulo fará a aquisição do medicamento. Nesse momento, vamos
aguardar que haja a aprovação pela Conitec”, afirmou.
Segundo o ministro
da Saúde, Marcelo Queiroga, também é preciso “analisar o impacto orçamentário” da implementação do coquetel no sistema de saúde.
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