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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Consumo de álcool é responsável por 50% dos atendimentos no IJF

Reprodução
Cerca de 70% dos pacientes que chegam ao Instituto Doutor José Frota (IJF) são vítimas de queda de motocicleta. A informação é do diretor médico do IJF, Osmar Aguiar, que disse, ainda, que estatisticamente, em torno de 56% dessas vítimas informam que ingeriram bebidas alcóolicas e pilotaram em seguida.

Porém, ele alerta que o número pode ser ainda mais alarmante, tendo em vista que muitos não informam que ingeriram álcool durante o atendimento e outros morrem no local da ocorrência. “Chegamos a essa porcentagem em termos de informação. Mas, se houvesse condições de fazermos exames compulsórios em todos os pacientes, talvez esse índice aumentasse consideravelmente”, opinou.

Segundo o diretor, chegam diariamente ao IJF de 30 a 35 vítimas de acidentes de motocicletas, de segunda a sexta. Pela contagem, são mais de 150 por semana. Porém, nos finais de semana e feriados, esse número aumenta em mais de 65%. “Tem domingo que atendemos em torno de 80 a 90 pacientes. Em um único domingo desse ano, tivemos 109 acidentados em 24 horas. Além dos acidentes que envolvem álcool, entram nessa conta quedas de moto em geral e casos de violência urbana”.
Final de semana
A relação dos acidentes de trânsito e o consumo de álcool pode ser percebida, segundo o médico Osmar Aguiar, pela quantidade da frota circulante durante a semana e nos finais de semana, em Fortaleza. “Na semana, a nossa frota de veículos é, visivelmente, muito maior que nos fins de semana. E, geralmente, é nos finais de semana que as pessoas costumam ingerir mais bebidas alcóolicas. Então, esse aumento expressivo de acidentes nos finais de semana associamos ao uso álcool, à imprudência e à negligência dos condutores”, explicou o diretor do IJF, complementando que “o que pode começar como uma brincadeira, como o consumo de álcool em família, pode acabar resultando nesse dado estarrecedor. Isto é, metade dos atendimentos do IJF poderia ser poupada senão houvesse o consumo exagerado do álcool”, disse.
Risco
Fora o perigo de o condutor do veículo ou da motocicleta dirigir sob efeito do álcool, o médico alerta que os passageiros e até os pedestres, podem sofrer as consequências da imprudência. “Um condutor embreagado perde noção de espaço e coordenação motora, podendo atropelar pedestres, causar colisões sérias no trânsito, colocando em risco a vida dos outros motoristas. Às vezes o motorista está embreagado, mas o garupeiro não, mas este acaba também sendo uma vítima do álcool e até atropelar pedestres”, alertou.
Lei Seca
Apesar dos números, o médico Osmar Aguiar salienta que, a cada ano, registra-se a redução de 20% de mortes relacionadas a ingestão de álcool e direção. Ele adere a redução à Lei Seca. No entanto, reafirma que ainda é preocupante o número de pacientes que dirigem depois de beber e se envolvem em acidentes. “A Lei Seca trouxe alguma melhora em termos de redução geral de acidentes. Qualquer medida educativa ou restritiva ao uso do álcool associado a direção trás sempre benefícios. A Lei Seca foi importante, mas observamos que houve pequena redução. Ainda é preocupante o número de pacientes que são entrada vítimas de acidentes de trânsito porque ingeriram álcool”, complementa, afirmando que “é preciso investir mais em medidas educativas. A fiscalização precisa ser mais intensificada e direcionada no sentido de antecipar o acidente”.

O ESTADO

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