Pequenos,
mas não tão inofensivos. Animais peçonhentos podem se esconder nos menores
espaços e causar grandes transtornos para quem for picado por eles. De acordo
com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), entre 2007 e 2016, 56 pessoas
morreram em decorrência de picadas, sendo em 2015 o maior número de casos, com
12 óbitos.
No
Ceará, de janeiro a maio de 2016, o Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (Sinan) registrou 1.634 acidentes com animais peçonhentos e, na
maior parte dos casos, o ataque partiu de um escorpião, com 1.170 notificações.
A lista registra ainda 300 acidentes com serpentes, 61 com abelhas e 47 com
aranhas, além de três óbitos no mesmo período: um por serpente e dois por
aranhas.
Foram
registrados nos últimos 10 anos, 28.402 acidentes com esses animais. Os
escorpiões lideraram o número de acidentes, com 18.494 casos, seguido por 6.169
acidentes com serpentes. No geral, 33 óbitos foram causados por serpentes, 14
por escorpiões, e, os outros nove, por abelhas e aranhas.
Os
dados mostram ainda que a maior parte dos acidentes ocorre na zona urbana, onde
predominam os ataques de escorpiões. "O escorpião é um animal urbano, e
pelo motivo d a população está concentrada mais na cidade, o número de
acidentes com esse animal é maior nessa região", relata o técnico do
Núcleo de Controle de Vetores(Nuvest) da Sesa, Relrison Dias. Por outro lado, a
zona rural concentra o maior número de acidentes com serpentes: 85% das pessoas
picadas eram agricultores.
Segundo
a Sesa, acidentes causados por animais peçonhentos ocorrem durante todo o ano,
mas há uma tendência no aumento dos casos com serpentes durante o mês de julho.
As ocorrências com abelhas crescem no mês agosto e, com escorpiões, entre
outubro e janeiro. "Os ataques aumentam nesses meses pois é o período de
reprodução dos animais e por conta do período chuvoso. A chuva e a temperatura
fazem com que os animais saiam dos seus abrigos, aumentando os casos de
acidente".
Tratamento
Conforme
o boletim do órgão, casos graves de envenenamento ocorreram em pouco mais de
1,1% de todos os acidentes, embora sejam mais frequentes nos ataques de
serpentes. No entanto, 84% de todas as ocorrências registradas no Ceará foram
consideradas leves. Cerca de 92% dos casos notificados nos últimos dez anos
evoluíram para a cura, sendo que, em 65% deles, a vítima recebeu atendimento
até três horas depois da picada. Em sete dos 56 óbitos, a pessoa picada só foi
atendida 24 horas após o acidente.
Em
Fortaleza, o atendimento de referência é realizado no Centro de Assistência
Toxicológica (Ceatox) do Instituto Dr. José Frota (IJF) e nas Unidades de
Pronto Atendimento (UPAs). Em todo o Estado, a rede de Hospitais Polo regionais
também oferece atendimento especializado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário