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quinta-feira, 16 de junho de 2016

Sérgio Machado deve devolver R$ 75 milhões


O ex-presidente da Transpetro, o cearense Sérgio Machado, acertou em acordo de delação premiada a devolução de R$ 75 milhões aos cofres públicos – sendo uma parte para a União e outra para a Petrobras. Aos investigadores, Machado disse que recebeu R$ 72 milhões desviados dos contratos fechados pela subsidiária da petroleira. Segundo ele, foram R$ 2 milhões “a título de vantagens ilícitas, decorrentes das sobras dos repasses a políticos, a maior parte após 2008, além de R$ 70 milhões no exterior”.

No acordo fechado com a Justiça Federal ficou definido que Machado terá que pagar R$ 10 milhões em 30 dias e parcelou o restante em 18 meses. Ele poderá ser condenado a até 20 anos de reclusão, entretanto, pelo fato de ter colaborado com as investigações, deverá cumprir três anos em prisão domiciliar.

Responsável pelas gravações e depoimentos que atingiram a cúpula do PMDB, Machado disse aos investigadores da Lava Jato acreditar que a “taxa de sucesso” sobre a arrecadação de propina solicitada pelos políticos era de 60%, tendo desviado R$ 100 milhões especialmente para o PMDB.

Segundo o ex-presidente da Transpetro nem sempre conseguia atender integralmente às demandas dos políticos. Os contratos de prestação de serviços da companhia estabelecia propina de 3% e nos contratos de estaleiros ficava entre 1% e 1,5%. Os valores eram acertados diretamente por Machado com os empreiteiros. Os peemedebistas recebiam os recursos em dinheiro vivo ou por meio de doações legais das empresas fornecedoras da Transpetro.
Contas externas
Em seus depoimentos, os três filhos de Machado detalharam a participação que tiveram nos negócios relacionados a seu pai, incluindo a movimentação de valores no exterior. Expedito Machado Neto admitiu que operacionalizava os repasses de propinas junto a empreiteiras que tinham contratos na Transpetro e contou ter aberto uma conta na Suíça para receber R$ 20 milhões de propina. Ele recorreu ao irmão Sérgio Firmeza Machado para abrir a conta em nome dele, no HSBC Zurique.

Depois, foi constituído um trust no exterior para manter os recursos ilícitos -expediente também usado pelo deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo o Ministério Público. Expedito ainda constituiu um fundo de investimentos no exterior a partir desses recursos recebidos, e abriu novas contas no exterior, incluindo nas Bahamas e na Alemanha. Já Daniel Machado declarou que um funcionário seu, Felipe Parente, operacionalizou durante algum tempo a movimentação de valores para seu pai.

O ESTADO

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