O deputado estadual Lula Morais (PCdoB),
ontem, no plenário da Assembleia, denunciou que candidato a deputado
federal, nestas eleições, está lavando “dinheiro do Banco Central”, na
compra de votos, em Fortaleza e no Interior. O parlamentar fazia
referência aos milhões de reais roubados do Banco Central, no Ceará, em agosto de 2005.
Lula Morais acrescentou que está à
disposição do Ministério Público (MP) para dar mais detalhes do derrame
de dinheiro do referido postulante. O deputado disse que indicaria o
nome se fosse ouvido pelas autoridades cearenses. A manifestação do
parlamentar foi em aparte ao discurso do deputado Fernando Hugo, que
criticava a compra e venda de votos no Ceará.
Fernando Hugo afirmou que uma candidata à Assembleia Legislativa do
Município de São Benedito, na Serra Grande, correligionária do deputado
Lula Morais, está comprando “tudo quanto é voto na Ibiapaba” e “desce de
ladeira abaixo comprando tudo que é de voto que encontra pela frente”. O
deputado não nominou a candidata, mais deixou a entender que ela foi
prefeita daquela cidade.
O deputado Ely Aguiar afirmou que os presidentes de partidos também
vendem as legendas e discorreu sobre situações que aconteceram em nível
nacional e estadual. Sobre as falas de Lula Morais, de que estaria
havendo “lavagem de dinheiro” nas eleições do Ceará, Aguiar salientou
que dinheiro que foi roubado no assalto ao Banco Central, em 2005,
estaria sendo usado para financiar campanha de deputado federal no
Estado.
O deputado Fernando Hugo disse que estava
envergonhado da política eleitoral atualmente no Brasil e no Ceará e
ressaltou que chegou até a pensar em ser corrupto ou ter roubado, visto a
falta de consciência eleitoral no Estado. “Não vou aqui culpar a
ausência de fiscalização da Justiça Eleitoral. Mas o voto no Brasil e no
Ceará se transformou em uma ‘esculhambaria’. Nunca antes se viu uma
mercantilização tão baixa como agora”, disse.
O parlamentar ressaltou que, há alguns
dias, Lula Morais já havia lembrado sobre a compra de votos nas eleições
deste ano no Ceará e defendeu mudanças no comportamento da população
para com a importância do voto. “Eu chego a pensar que o bom é roubar,
porque o povo quer. Na hora da escolha eleitoral, ajuda aquele que
compra. Ele continua ainda como no tempo dos coronéis, querendo chapa,
chave da casa. É uma vergonha e inaceitável”, criticou.
(Diário do Nordeste)
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