No primeiro fevereiro com resultado
negativo desde 2010, foi verificada a maior redução de postos de
trabalho nos últimos 12 anos. O Ceará perdeu 2.027 empregos com carteira
assinada. Setores como indústria, comércio e agropecuário foram os mais
afetados
Influenciado por milhares de demissões e baixo número de contratações, o Ceará teve em fevereiro a mais expressiva redução de postos de trabalho com carteira assinada dos últimos 12 anos. O saldo negativo de 2.027 vagas foi puxado pela indústria, que demitiu 1.177 trabalhadores, o comércio (1.193) e a agropecuária (1.011). Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado ontem.
De acordo com o levantamento, na série ajustada, que incorpora as informações declaradas fora do prazo, nos dois primeiros meses deste ano, houve decréscimo de 8.479 postos (-0,69%). E, nos últimos 12 meses, verificou-se crescimento de 2,84% no nível de emprego ou 33.785 postos de trabalho.
O coordenador de Estudos e Análise de Mercado do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Erle Mesquita, explica que é comum a redução do emprego nos primeiros meses do ano, em função de efeitos sazonais, mas o Ceará vinha fugindo dessa lógica e não tinha um resultado negativo para um mês de fevereiro desde 2010.
Ele acrescenta que o que surpreende é a intensidade das demissões e do baixo número de contratações. A construção civil,por exemplo, contratou 2.930 pessoas em fevereiro do ano passado e só 348 pessoas este ano.
No setor de serviços, a queda também foi maior. Na comparação de fevereiro de 2014 com igual período deste ano, o setor havia contratado 4.850 trabalhadores ante só 672 agora.
Interior
Erle Mesquita chama a atenção para as 1.537 demissões no Interior do Estado. Dos empregos gerados 4.456 ocorreram em Fortaleza. A Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) perdeu 490 postos de trabalho com carteira assinada.
Para o especialista, apesar de ser sazonal a situação é preocupante. “O cenário econômico, de muitas incertezas, está se refletindo no mercado de trabalho”, comenta, adiantando que a expectativa para o ano é de geração de postos de trabalho em níveis cada vez menores com possibilidade de maiores taxas de desemprego.
Lava jato
Para o ministro Manoel Dias, do Trabalho, os números de emprego e desemprego foram influenciados pela Operação Lava Jato da Polícia Federal. Para ele, a Lava Jato fez com que houvesse demissões em empresas que prestam serviços à Petrobras. “Neste primeiro momento, ela influenciou na redução de emprego”, disse.
O impacto da Lava Jato no emprego tem sido mais forte no Rio de Janeiro e em Pernambuco, Estados recordistas de demissão em fevereiro e onde a Petrobras tem forte presença. Mas as consequências de paralisação de obras devem ser sentidas em todo o país, afirmou Dias.
Dias espera que o mau resultado na construção civil em janeiro e fevereiro seja revertido a partir de março com novos contratos que estão sendo feitos. (com agências)
SERVIÇO
Pesquisa Caged
Onde: Site do MTE
Endereço: http://bit.ly/1rYGfK4
Influenciado por milhares de demissões e baixo número de contratações, o Ceará teve em fevereiro a mais expressiva redução de postos de trabalho com carteira assinada dos últimos 12 anos. O saldo negativo de 2.027 vagas foi puxado pela indústria, que demitiu 1.177 trabalhadores, o comércio (1.193) e a agropecuária (1.011). Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado ontem.
De acordo com o levantamento, na série ajustada, que incorpora as informações declaradas fora do prazo, nos dois primeiros meses deste ano, houve decréscimo de 8.479 postos (-0,69%). E, nos últimos 12 meses, verificou-se crescimento de 2,84% no nível de emprego ou 33.785 postos de trabalho.
O coordenador de Estudos e Análise de Mercado do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Erle Mesquita, explica que é comum a redução do emprego nos primeiros meses do ano, em função de efeitos sazonais, mas o Ceará vinha fugindo dessa lógica e não tinha um resultado negativo para um mês de fevereiro desde 2010.
Ele acrescenta que o que surpreende é a intensidade das demissões e do baixo número de contratações. A construção civil,por exemplo, contratou 2.930 pessoas em fevereiro do ano passado e só 348 pessoas este ano.
No setor de serviços, a queda também foi maior. Na comparação de fevereiro de 2014 com igual período deste ano, o setor havia contratado 4.850 trabalhadores ante só 672 agora.
Interior
Erle Mesquita chama a atenção para as 1.537 demissões no Interior do Estado. Dos empregos gerados 4.456 ocorreram em Fortaleza. A Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) perdeu 490 postos de trabalho com carteira assinada.
Para o especialista, apesar de ser sazonal a situação é preocupante. “O cenário econômico, de muitas incertezas, está se refletindo no mercado de trabalho”, comenta, adiantando que a expectativa para o ano é de geração de postos de trabalho em níveis cada vez menores com possibilidade de maiores taxas de desemprego.
Lava jato
Para o ministro Manoel Dias, do Trabalho, os números de emprego e desemprego foram influenciados pela Operação Lava Jato da Polícia Federal. Para ele, a Lava Jato fez com que houvesse demissões em empresas que prestam serviços à Petrobras. “Neste primeiro momento, ela influenciou na redução de emprego”, disse.
O impacto da Lava Jato no emprego tem sido mais forte no Rio de Janeiro e em Pernambuco, Estados recordistas de demissão em fevereiro e onde a Petrobras tem forte presença. Mas as consequências de paralisação de obras devem ser sentidas em todo o país, afirmou Dias.
Dias espera que o mau resultado na construção civil em janeiro e fevereiro seja revertido a partir de março com novos contratos que estão sendo feitos. (com agências)
SERVIÇO
Pesquisa Caged
Onde: Site do MTE
Endereço: http://bit.ly/1rYGfK4
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