Quarenta e oito horas após o bate-boca que terminou com a saída do ex-governador Cid Gomes do Ministério da Educação, o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB), em entrevista ao Jornal Folha de São Paulo, disse que o então ministro atendeu à convocação para dar esclarecimentos sobre os supostos 300, 400 parlamentares achacadores mais para fazer show e teatro.
‘’Ele veio aqui para ser demitido, não veio para se explicar. Na verdade mesmo, veio para fazer show, teatro’’, disse Eduardo Cunha, após afirmar, na entrevista, que o significado da demissão de Cid Gomes ‘’é o significado do tamanho dele’’. Cunha disse não acreditar que a postura adotada pelo então ministro da Educação tenha sido combinada com a presidente Dilma Rousseff. ‘’Não. Foi combinado talvez com o irmão dele [o ex-deputado, ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes]. Ou com o Tico e o Teco, os neurônios dele. Com a presidente, eu não acredito’’.
Ao ser questionado se havia imposto a exoneração de Cid Gomes, o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, afirmou que não interferiu, nem pediu a cabeça do cearense. Irritado com as declarações e os ataques que, também, vinha sofrendo dos irmãos Ferreira Gomes, Cunha não titubeou ao estimular a convocação de Cid Gomes à Câmara Federal.
Os dirigentes da Câmara e os principais líderes do PMDB tinham a convicção que Cid Gomes não ocuparia mais o Ministério da Educação após participar da sessão em que foi ouvido pelos parlamentares. Cid reafirmou as declarações sobre os supostos achacadores e, como resposta, a Mesa Diretora da Câmara decidiu processá-lo por crime de responsabilidade.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acusado por Cid de fazer o achaque, também, decidiu entrar com ação por danos morais contra o ex-governador cearense. O conflito ampliou a crise na base de apoio ao Governo Dilma e a Eduardo Cunha foi atribuída a articulação para derrubar Cid Gomes do Ministério da Educação.
‘’ Se ele veio aqui para ser demitido, como é que eu interferiria nisso? Ele que afrontou mais uma vez o Parlamento. Já tinha afrontado antes. Ao invés de se retratar, continuou insultando o Parlamento. Ou ele saía do governo ou essa Casa ia entrar em confronto com o Executivo. Então, eu não tenho dúvida de que ele veio aqui para sair. Se ele não viesse aqui com esse objetivo, não faria o show que fez’’, expôs Eduardo Cunha, uma das vozes favoráveis ao rompimento do PMDB com o Governo Dilma no caso de Cid Gomes permanecer no Ministério da Educação.
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