O município de Ararendá, no interior do Ceará, enfrenta uma crescente crise política e social em torno da Contribuição para Custeio da Iluminação Pública (CIP).
A taxa, criada em 2003 durante a gestão da ex-prefeita Tânia Mourão, seguia inicialmente parâmetros semelhantes aos do município vizinho, Nova Russas.
No entanto, em 2017, sob a gestão do atual prefeito Aristeu Eduardo, a alíquota foi reajustada de forma significativa.
Desde então, Ararendá passou a figurar entre as cidades com a maior cobrança de CIP do país, superando inclusive os valores cobrados na capital, Fortaleza. O aumento atingiu diretamente famílias de baixa renda e provocou forte insatisfação popular.
Durante anos, o assunto permaneceu fora do centro do debate político municipal, devido à falta de mobilização suficiente para contestar o reajuste.
Esse cenário começou a mudar recentemente, impulsionado pelo fortalecimento da oposição e o surgimento de novas lideranças locais que passaram a defender abertamente a revogação da medida.
Vereadores de oposição, com apoio de moradores e representantes da sociedade civil, estão conduzindo um movimento popular com coleta de assinaturas em bairros e localidades. A mobilização pretende apresentar uma proposta formal de revisão da alíquota estabelecida em 2017.
A polêmica ganhou novos contornos após a vice-prefeita Emilly Eduardo divulgar um vídeo nas redes sociais defendendo a manutenção da cobrança atual.
Segundo informações, a gravação teria sido feita por um servidor público, o que gerou ainda mais controvérsia. A fala da vice-prefeita contrasta com o sentimento predominante entre os moradores, que consideram a taxa abusiva e desproporcional à realidade econômica do município.
Com a crescente mobilização popular, a CIP tornou-se um dos principais temas em discussão na cidade, revelando a insatisfação da população e a exigência por mais justiça fiscal e respeito à capacidade de pagamento dos contribuintes.