José Rodrigues Avelino é a pessoa mais velha de Tauá e
região dos Inhamuns. Hoje, comemora com familiares seus 110 anos
Foto: Honório Barbosa
O aposentado centenário é um homem humilde, trabalhador da roça que durante sua vida dedicou-se às atividades do campo, o trabalho de preparo de terra, plantio e colheita de grãos e de algodão. Lembra que o serviço começava cedo, às 5 horas da manhã. Conta que fumou durante vários anos e gostava de tomar conhaque. O almoço e jantar eram comidas típicas do sertanejo, “arroz, feijão e um pedaço de carne com osso”.
Até o início do ano passado, o idoso fazia caminhada para manter a boa saúde e a cada fim de mês ia receber o dinheiro da aposentadoria rural no banco, na companhia de um neto. Ao completar 110 anos, permanece lúcido, conversa pouco e não reclama de nenhum problema de saúde, de acordo com a filha, Francisca Rodrigues do Nascimento, 63 anos.
Atualmente, José Rodrigues Avelino mora no bairro Aldeota, nesta cidade. Até 1969 morava em Independência, quando se mudou para Tauá e foi morar na localidade de Merejo do Angico, distrito de Carrapateiras. Casado com Joaquina Dias da Silva, que morreu em abril de 2012, teve nove filhos (oito homens e uma mulher). São 40 netos, 77 bisnetos e 23 tataranetos.
Desde a morte da mulher, vive sozinho, recebe o cuidado dos filhos e leva uma vida normal apesar da avançada idade. De acordo com parentes, apresenta dificuldades para ouvir e enxergar. Recorda da chegada do trem em Crateús no início do século passado e das notícias no rádio sobre a Segunda Grande Guerra e a morte do presidente Getúlio Vargas. Naquele tempo, os acontecimentos nacionais tinham ampla repercussão e demoravam dias como assuntos principais.
O aposentado mantém uma rotina de acordar às 6h da manhã. Toma o café e gosta de ficar sentado na calçada da casa até as 10h30, observando o movimento da rua, o vai-e-vem das pessoas. Constantemente recebe visitas e ao longo da velhice sempre disse que o sucesso de uma longevidade está no trabalho, no cultivo às grandes amizades e no respeito ao próximo.
É a pessoa mais velha de Tauá e região dos Inhamuns. A pesquisa sobre sua história de vida foi realizada pelo professor Luiz Auci Oliveira. “Ele é uma memória viva de parte da nossa história”, disse. “Quando criança ainda viveu a situação de trabalho escravo, pois as mudanças nas relações de trabalho no campo, no Interior, foram lentas e chegaram tarde”.
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