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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

SECA NO CEARÁ: Governador aposta em duas soluções inviáveis para a falta d’água no Estado


Um dia após o anúncio, pela Fundação Cearense de Recursos Hídricos (Funceme), do prognóstico climático para a quadra chuvosa de 2015 no Ceará, a falta de água se configura como um dos mais preocupantes problemas do Estado.

Dados apresentados pela Funceme apontam que há 64% de probabilidade de as chuvas ficarem abaixo da média este ano. A previsão assusta, pois, atualmente, os açudes cearenses apresentam somente 20,4% de sua capacidade de armazenamento de água, segundo monitoramento realizado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh) em 149 reservatórios. Em várias regiões do Estado, o sistema de reservatórios está abaixo dos 10%. O único açude com volume acima de 90% é o Gavião, em Pacatuba, na Bacia Metropolitana, com 93,47% de acúmulo de água. Já açudes como Forquilha II, em Tauá; Desterro e São Domingos, Caridade; Jerimum, Irauçuba; São José III, em Ipaporanga; e Sucesso, em Tamboril, estão com volume zerado.

Tão preocupantes quanto a situação atual e o prognóstico da Funceme são as apostas do governador Camilo Santana (PT) para amenizar a situação de estiagem: o acompanhamento de obras estruturantes, como o Cinturão das Águas, e a transposição do rio São Francisco.

Cinturão das Águas
Incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Cinturão das Águas teve as obras iniciadas em julho de 2013. A ideia das obras do Cinturão das Águas é espalhar 1,3 mil quilômetros de dutos pelo Estado ao custo total de R$ 7 bilhões.  Para fazer os 149 km iniciais, foram assinados contratos com empreiteiras no valor de R$ 1,638 bilhão. Desse total, pelo menos R$ 1,1 bilhão sairá do Ministério da Integração Nacional. A diferença será a contrapartida do governo do Ceará.

No entanto, uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou falhas graves no cronograma execução e suspendeu parte das obras. O Tribunal observou que não havia a fiscalização do andamento do projeto e que os tubos adquiridos para a instalação do sistema foram comprados de forma desordenada e estocados indevidamente. Em relação às falhas de aprovação do projeto executivo, a equipe do TCU apontou que a execução das obras estaria ocorrendo sem terem sido formalmente aprovadas. Quanto aos atrasos das obras, ficou confirmada apenas uma execução média de 10% do projeto, enquanto os cronogramas contratados previam 45% de execução. O lote 4 não foi iniciado e deveria estar 60% concluído. Somente o Lote 5 estaria dentro do prazo pactuado.

Transposição do São Francisco

A preocupação com o cronograma do Cinturão das Águas está associada às obras da transposição do São Francisco, outra aposta do governador para o problema da seca. Isso porque a sua tomada de água ocorrerá a partir da Barragem Jati, onde passa o Eixo Norte da Transposição. Acontece que, de acordo com o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, o novo prazo para entrega do projeto de interligação das águas do Rio São Francisco é até o meio do ano de 2016. As obras já contabilizam seis anos de atraso, de acordo com o primeiro cronograma de atividades apresentado, e os valores dos contratos, recalculados e aditivados, soltaram de R$ 4,7 bilhões para R$ 8,2 bilhões. 


CNEWS7

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