As informações foram publicadas em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, e apontam que uma das falhas foi a falta de treinamento adequado do piloto Marcos Martins
Segundo o que foi apurado, Martins foi obrigado a abortar o pouso e arremeter bruscamente, levando à uma operação que não era a recomendada pelo fabricante da aeronave, o que causou uma "desorientação espacial". Isso acontece quando o piloto perde a referência em relação ao solo e, assim, não sabe se está voando para cima, para baixo, em posição normal, de lado ou de ponta cabeça.
Baseando-se em informações dos últimos segundos do voo, a Aeronáutica conseguiu apurar que o avião, que levava Campos e mais seis pessoas, embicou em um ângulo de 70 graus em potência máxima, como se o piloto acreditasse que estava em movimento de subida, quando na verdade estava se encaminhando em direção ao solo.
O acidente ocorreu no dia 13 de agosto de 2014, enquanto Eduardo Campos ainda estava concorrendo à presidência do Brasil. A aeronave, um modelo Cessna 560 XL, saiu do aeroporto Santos Dumont em direção à Base Aérea de Santos, no Guarujá, em São Paulo. Eduardo campos, quatro assessores de campanha, o piloto e o copiloto Geraldo Magela Barbosa faleceram na queda da aeronave.
As investigações
Sob a responsabilidade do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, órgão da Aeronática (Cenipa), as investigações que duraram cinco meses chegaram a apurar uma série de falhas de Marcos Martins, antes e durante o voo. Além disso, fez-se um levantamento do perfil psicológico, pessoal e profissional dos dois pilotos, para deixar registrado que a relação entre ambos não era boa. Nenhuma falha técnica ou de operação do sistema aeronáutico foi encontrada, além de que as duas turbinas da aeronave estavam em perfeito estado. No entanto, a caixa-preta do avião, que não foi ligada e não fez nenhuma gravação durante o percurso, não ajudou nas conclusões.
Os investigadores afirmam que Martins nunca havia passado por treinamento ou por um simulador para pilotar o modelo Cessna 560 XL, que havia sido concluído em 2010.Outros dois fatores também foram cruciais no desenrolar do acidente. O tempo, que estava fechado e com muita chuva, dificultou o acesso à pista da Base de Santos, considerada difícil até mesmo em boas condições de tempo e para pilotos experientes.
Ainda segundo os investigadores, Martins desenhou a rota determinada pelos manuais para pouso na Base de Santos, mas como não fez a manobra exigida pela pista tentou pousar direto. É parecido com o que acontece, por exemplo, quando o motorista de um automóvel não faz um retorno previsto e tenta um "atalho" para entrar direto em um estacionamento. Após concluir que não conseguiria completar o atalho, o piloto foi orbigado a arremeter a aeronave e é esta manobra que foi considerada pelos investigadores como a prova da desorientação do piloto.
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