Nova política de Segurança Pública do Ceará vem alcançando bons resultados na Capital. No entanto, o interior do Estado ainda é um desafio. Regiões Sul e Norte terão bases de batalhões de Polícia
Maio terminou como o quarto mês consecutivo em que o Ceará conseguiu diminuir os índices de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), em relação ao mesmo período do ano passado. O percentual negativo de 10% foi sustentado basicamente por Fortaleza, onde o número de homicídios teve redução de 26,3%. Os dados, que integram balanço mensal da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), foram divulgados na manhã de ontem, após reunião de monitoramento do programa estadual Em Defesa da Vida.
No levantamento, a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e o Interior Sul apresentaram crescimento no índice de homicídios de 6,3% e de 10,9%, respectivamente, enquanto que o Interior Norte permaneceu com estatísticas estáveis.
O governador Camilo Santana (PT) e o titular da SSPDS, Delci Teixeira, reconheceram que, assim como nos meses anteriores, a situação dos homicídios nas regiões Norte e Sul continua difícil de lidar. E observaram, pelo aumento do percentual, que esforços precisam ser investidos, também, na RMF, principalmente em Maracanaú. “Estamos conseguindo uma redução paulatina”, considerou Teixeira.
Para o Sul, o secretário pontuou que serão executadas ações emergenciais como a implantação, a partir de julho, de bases do Batalhão de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio), do Batalhão de Divisas e da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer). O Norte receberá soluções semelhantes, mas que só devem ser instituídas em outubro.
Diferentemente do restante do Estado, Fortaleza “tem reagido de forma muito positiva” às ações do Governo para o enfrentamento da insegurança, de acordo com Camilo. Por isso, no próximo mês, a Capital - especificamente o bairro Vicente Pinzón, na Regional II - pode receber uma ação-piloto do Governo. Será a primeira tentativa de se investir em Segurança Pública de forma integrada. “Nós não vamos conseguir resolver o problema da violência e da insegurança só com mais Polícia”, frisou o governador, que chegou a comparar o tema com os acidentes de trânsito - gargalo que depende de prevenção baseada na educação e em outras questões socioculturais.
Mais estatísticas
Assim como as estatísticas de mortes violentas, dados referentes a Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVPs) também vão ser divulgados e analisados no programa Em Defesa da Vida. Os dados não são informados pela SSPDS há mais de um ano. O secretário Delci Teixeira explicou que os números, quando divulgados, não poderão ser comparados aos do primeiro semestre do ano passado, visto que, naquela época, o sistema que contabilizava as ocorrências não conseguia representar com precisão a realidade.
“Já temos, por exemplo, furtos e roubos em terminais, ônibus, táxis, mototáxis e vans. Estamos corrigindo e recuperando esses dados para divulgá-los no fim do mês”, garantiu. O método de contabilização deve ser sugerido ao Ministério da Justiça por Camilo Santana, que considera necessária a criação de “um critério único para que os estados apresentem seus dados estatísticos”.
O POVO
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