Após
sessão que durou o dia todo, adentrou a madrugada e terminou apenas na
manhã desta quinta-feira (12), o Senado Federal decidiu pelo afastamento
da presidente Dilma Rousseff (PT). O placar que levou à decisão foi de
55 a 22. Com isso, o então vice Michel Temer assume a presidência da
República.
A
confirmação do afastamento de Dilma, que pode durar até 180 dias,
acontece após uma semana tumultuada. Na segunda-feira (9), o presidente
interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), anulou a votação dos
deputados. Pouco depois, porém, voltou atrás.
Ainda
antes da votação no Senado, o Planalto tentou suas últimas cartadas com
apelação ao Supremo Tribunal Federal. O STF, no entanto, também negou
ao governo a anulação do processo de impeachment de Dilma.
A
sessão no Senado foi bastante longa, mais ainda do que a votação no
Congresso, realizada no dia 17 de abril. Todos os 68 senadores aptos
para votar fizeram seus discursos, que tiveram duração máxima de 15
minutos — quase todos usaram a totalidade do tempo.
Ao
longo do dia, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tentou
fazer com que alguns congressistas abrissem mão do discurso integral
para que o processo fosse acelerado. Não houve consenso sobre a proposta
e, por isso, ela sequer foi votada pelos senadores.
Dilma
Rousseff foi eleita presidente da República para seu segundo mandato em
26 de outubro de 2014. À época, a petista venceu a disputa com o
senador Aécio Neves (PSDB-MG) com a marca de mais de 54 milhões de votos
recebidos.
Diante
de uma Câmara formada com maioria da oposição e a insatisfação popular
por conta da crescente crise econômica, Dilma teve quase nenhuma
governabilidade em 2015, primeiro ano do seu segundo mandato.
Ainda
no começo de 2015, mais de 2 milhões foram às rua no Brasil para pedir o
impeachment da então presidente. Mais adiante, Temer rompeu com Dilma e
a petista viu toda sua força política na Câmara sumir. Pouco depois, em
2 de dezembro do ano passado, o então presidente da Casa, deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou o pedido de impeachment.
Com
o pedido aceito, 2016 começou com muitas manifestações, tanto contra
quanto a favor do impeachment. Concomitante a isso, a Câmara analisava o
pedido de impedimento feito pelo ex-procurador de justiça Hélio Bicudo e
os advogados Janaína Paschoal e Miguel Reale Júnior.
Os
três utilizaram as chamadas “pedaladas fiscais” para afirmar que Dilma
cometeu crime de improbidade administrativa. Na votação feita pelos
deputados em 17 de abril deste ano, a então presidente sofreu derrota
expressiva, com 367 votos favoráveis ao seu impedimento contra 137
contrários.
De
acordo com assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, Dilma falará
com a imprensa em entrevista coletiva que deverá acontecer por volta das
10h (horário de Brasília) desta quinta-feira (12).
Um
dos cotados à Casa Civil no novo governo, o ex-ministro Eliseu Padilha
(PMDB-RS) afirmou que Temer deverá falar com a imprensa também na
quinta, em pronunciamento no qual provavelmente irá também anunciar sua
nova equipe.
Yahoo Notícias
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