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quinta-feira, 12 de maio de 2016

Senado decide pelo afastamento de Dilma Rousseff


Após sessão que durou o dia todo, adentrou a madrugada e terminou apenas na manhã desta quinta-feira (12), o Senado Federal decidiu pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT). O placar que levou à decisão foi de 55 a 22. Com isso, o então vice Michel Temer assume a presidência da República.

A confirmação do afastamento de Dilma, que pode durar até 180 dias, acontece após uma semana tumultuada. Na segunda-feira (9), o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), anulou a votação dos deputados. Pouco depois, porém, voltou atrás.

Ainda antes da votação no Senado, o Planalto tentou suas últimas cartadas com apelação ao Supremo Tribunal Federal. O STF, no entanto, também negou ao governo a anulação do processo de impeachment de Dilma.

A sessão no Senado foi bastante longa, mais ainda do que a votação no Congresso, realizada no dia 17 de abril. Todos os 68 senadores aptos para votar fizeram seus discursos, que tiveram duração máxima de 15 minutos — quase todos usaram a totalidade do tempo.

Ao longo do dia, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tentou fazer com que alguns congressistas abrissem mão do discurso integral para que o processo fosse acelerado. Não houve consenso sobre a proposta e, por isso, ela sequer foi votada pelos senadores.

Dilma Rousseff foi eleita presidente da República para seu segundo mandato em 26 de outubro de 2014. À época, a petista venceu a disputa com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) com a marca de mais de 54 milhões de votos recebidos.

Diante de uma Câmara formada com maioria da oposição e a insatisfação popular por conta da crescente crise econômica, Dilma teve quase nenhuma governabilidade em 2015, primeiro ano do seu segundo mandato.

Ainda no começo de 2015, mais de 2 milhões foram às rua no Brasil para pedir o impeachment da então presidente. Mais adiante, Temer rompeu com Dilma e a petista viu toda sua força política na Câmara sumir. Pouco depois, em 2 de dezembro do ano passado, o então presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou o pedido de impeachment.

Com o pedido aceito, 2016 começou com muitas manifestações, tanto contra quanto a favor do impeachment. Concomitante a isso, a Câmara analisava o pedido de impedimento feito pelo ex-procurador de justiça Hélio Bicudo e os advogados Janaína Paschoal e Miguel Reale Júnior.

Os três utilizaram as chamadas “pedaladas fiscais” para afirmar que Dilma cometeu crime de improbidade administrativa. Na votação feita pelos deputados em 17 de abril deste ano, a então presidente sofreu derrota expressiva, com 367 votos favoráveis ao seu impedimento contra 137 contrários.

De acordo com assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, Dilma falará com a imprensa em entrevista coletiva que deverá acontecer por volta das 10h (horário de Brasília) desta quinta-feira (12).
Um dos cotados à Casa Civil no novo governo, o ex-ministro Eliseu Padilha (PMDB-RS) afirmou que Temer deverá falar com a imprensa também na quinta, em pronunciamento no qual provavelmente irá também anunciar sua nova equipe.

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