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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Pesquisa: Petistas justificam a queda na avaliação da presidente


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Deputado Moisés Braz reconhece algumas falhas do Governo, mas não concorda com as afirmações de oposicionistas de que a presidente mentiu para os eleitores 
 
A difícil situação econômica do País, as denúncias de corrupção na Petrobras e as medidas de contingência tomadas pela presidente Dilma Rousseff foram responsáveis não só pela queda da aprovação do Governo Federal, conforme pesquisa divulgada pela Folha de S. Paulo no último domingo (8), mas acabaram gerando também insatisfação dentro da própria agremiação. Para a bancada petista na Assembleia Legislativa, o Governo precisa mudar a forma como está operando no plano federal.

Na visão do deputado Elmano de Freitas (PT), o Governo Federal errou tanto ao demorar exonerar a diretoria da Petrobras, após as denúncias de corrupção na estatal, como ao anunciar medidas que ferem direitos trabalhistas sem o devido diálogo com os trabalhadores. Para o parlamentar, os dois erros são os principais motivos, juntamente com o receio da população sobre a situação econômica do País, para o drástico aumento da desaprovação do Governo.

Conforme a publicação, a parcela da população que considera o Governo ruim ou péssimo subiu de 24% em dezembro para 44% em fevereiro, enquanto o índice daqueles que o consideram bom ou ótimo caiu de 42% para 23% no mesmo período. As marcas registram o pior momento vivido pela gestão petista em doze anos, inclusive na Região Nordeste, onde sempre o apoio foi bem significativo.
Revogação
"Acho que o governo errou. (Antes de realizar os cortes) deveria ter iniciado uma conversa com os trabalhadores para debater sobre os benefícios trabalhistas e até mesmo comunicar antes à população para que ela pudesse entender a razão das, e não passar a ideia - que acabou passando - de que o governo não cumpriu promessas", enfatiza o deputado petista.

Segundo ele, nesse assunto, a posição do partido não é a mesma de Dilma. "Nesse momento, não estamos com o Governo", declarou Elmano, afirmando ainda que irá apoiar a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no pedido de revogação das medidas provisórias promulgadas pela presidente Dilma, que reduzem medidas trabalhistas relacionadas ao seguro-desemprego e ao seguro-defeso.

O deputado Moisés Braz (PT) também admitiu que o Governo Federal precisa dialogar mais com as centrais sindicais e com as classes trabalhadoras, colocando-se contrário a novas medidas que sacrifiquem direitos trabalhistas. "Não acho que mais cortes, mais arrocho, vai ajudar a melhorar a preferência (ao Governo) nem ajudar no crescimento (econômico). Qualquer arrocho, daqui pra frente, traz mais crise", apontou.
Ele, entretanto, discorda de opositores que afirmam que a presidente mentiu ao povo brasileiro. "Não é procedente. Não acho que a presidenta usou de má-fé nem mentiu, porque quem criou essa quantidade de empregos foi o Governo Dilma e o Lula. Por que ela teria motivo para mentir? A crise internacional fez com que ela tivesse que tomar medidas que descontentaram tanto a base como a oposição", pontuou.

Para Elmano, é necessário que o partido tome uma posição dura contra correligionários que estejam envolvidos com corrupção para evitar maiores desgastes. "Agora, na crise, o que não pode ter é conivência com qualquer filiado que esteja envolvido com corrupção. O PT tem que deixar claro que qualquer envolvido será expulso e defender isso com muita radicalidade", defendeu o parlamentar.

Já em uma perspectiva a médio e longo prazos, o deputado afirmou que, se o partido quiser ter uma perspectiva de futuro, precisa aproveitar seu congresso, em junho, para começar a debater a reconstrução da agremiação. "Depois de doze anos de Governo, é notório que o partido sofra com o problema da acomodação. Precisamos fazer uma avaliação pragmática".

DN

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