O Brasil tem a difícil missão de qualificar 13 milhões de profissionais até 2020, sob o risco de ter a retomada do crescimento da economia freada por falta de mão-de-obra qualificada. Os números são do Mapa da Industrial 2017-2020, elaborado pelo Senai.
A região Sudeste do país, por exemplo, vai precisar preparar mais de um milhão de técnicos profissionais para atenderem as indústrias locais.Os estados da região Sul, 350 mil; do Centro-Oeste, 106 mil; do Norte do país, 82 mil; e do Nordeste, 247 mil profissionais técnicos. Para o senador Armando Monteiro, líder do PTB no Senado, o aumento da produtividade das indústrias nacionais é essencial para a retomada do crescimento da economia. Ele explica que o mercado internacional está, cada vez mais, exigente e para o Brasil obter resultados positivos terá de investir na inovação industrial. “A indústria brasileira está desafiada a obter ganhos de produtividade. E o caminho para obtenção de ganhos de produtividade é a capacidade de inovar mais crescentemente, inovar processos, inovar produtos. Sem isso, a indústria brasileira não poderá suportar essa pressão competitiva em escala global", conta ele.
Para o aumento da produção, do desenvolvimento de novas tecnologias e melhores produtos, a indústria nacional precisa, prioritariamente, contar com profissionais qualificados. O problema é que cerca de 61% das empresas brasileiras têm dificuldades de encontrar no mercado profissionais técnicos capacitados para o preenchimento de vagas, de acordo com a pesquisa Escassez de Talentos, publicada em 2015.
Para a coordenadora de Educação do Sesi DF, Claudia Rocha, mesmo em período de altas taxas de desemprego, há no mercado nacional vagas abertas para o profissional técnico. Ela lembra que o curso técnico profissional pode proporcionar ao estudante do Ensino Médio boas oportunidades de emprego, com salários elevados. “A indústria abre, às vezes, muitas vagas de emprego só que quando a pessoa vai para uma entrevista chega lá e ela não tem a qualificação necessária que a indústria precisa. Então, o curso profissionalizante vai ajudá-lo de tudo quanto é forma, você pode ter certeza, na questão da maturidade, na questão do empreendedorismo, na questão do mundo do trabalho, dele já sair com uma referência, com uma qualificação. Na indústria você tem várias carreiras, que você pode seguir, ser muito bem remunerado e ter um futuro brilhante.”
De acordo com estudo encomendado pelo Senai, profissionais técnicos ganham salários até 18% mais, quando comparados com profissionais formados no ensino regular. As áreas que mais vão precisar de mão-de-obra qualificada nos próximos quatros anos são Meio Ambiente e Produção e Metalmecânica.
Reportagem, Cristiano Carlos
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