Reforma da previdência levará em conta sete pontos prioritários

Reforma da previdência levará em conta sete pontos prioritários

Governo evita apresentar “prato feito” em fórum criado para debater mudanças no sistema previdenciário, mas indica caminhos a serem seguidos

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  • Estadão Conteúdo
O governo apresentou uma lista de sete pontos para a reforma do sistema previdenciário (veja ilustração acima) nesta quarta-feira (17) a um grupo de empresários e sindicalistas reunidos no Fórum de Debates de Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social.“O governo não tem posição fechada”, explicou o ministro do Trabalho e Previdência, Miguel Rossetto. A orientação da presidente Dilma Rousseff, disse ele, é abrir o diálogo ao máximo.
A lista, explicou, é apenas um roteiro do que o governo considera importante para garantir a sustentação do sistema de aposentadorias e pensões no médio e longo prazos. “A referência é a preservação de um modelo previdenciário solidário, que é um grande instrumento de inclusão social no país”, acrescentou o ministro. Citando Dilma, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse que o atual momento é “tão duro e difícil que não temos direito de desperdiçá-lo olhando só para nós mesmos.”

Os sete pontos apresentados contemplam muito do que a equipe do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, já vinha discutindo. Estão na lista a convergência entre os regimes de aposentadoria dos trabalhadores privados e dos funcionários públicos, as pensões por morte, a aposentadoria rural, a “idade média de aposentadoria” (Barbosa quer fixar uma idade mínima), os regimes próprios de previdência e as renúncias fiscais.

Porém, a apresentação de Barbosa tocou apenas genericamente na reforma. “A melhora das expectativas fiscais reduz a volatilidade cambial, possibilita a queda das taxas de juros de longo prazo e incentiva o investimento e a geração de emprego”, disse o ministro.

Diálogo em busca de consenso

A despeito do novo rebaixamento da nota de crédito do Brasil divulgado nesta quarta (17) pela agência Standard & Poors (leia mais na página 20), o governo vai usar o tempo programado. O objetivo é dialogar com entidades e com parlamentares ao longo dos próximos 60 dias, e só então enviar uma proposta. “Para nós, o diálogo não é perda de tempo”, afirmou Rossetto. A construção de pontos de consenso, explicou, reduz o tempo na tramitação das propostas no Legislativo.Para conduzir os debates, foi formada uma comissão tripartite (governo, trabalhadores e empresários).