O Ceará
possui 25 municípios considerados de alto risco para a transmissão da
doença de chagas, pelo grande índice de infestação do Triatoma
Brasiliensis, conhecido como barbeiro, vetor da doença que acometeu oito
pessoas em Redenção, em 2006; e uma pessoa, em 2008, em Sobral, segundo
o Programa de Controle de Chagas no Estado.
De acordo
com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo, existem 162 espécies
de vetores, destas, nove vivem no Ceará e cinco representam importância
epidemiológica, ou seja, são capazes de transmitir a doença. A velha
imagem de proliferação do Barbeiro em casas de taipa, no Interior, tem
ficado para trás, já que estudos apontam também a incidência desses
insetos nas cidades. Ainda segundo a OMS, 2 a 3 milhões de pessoas no
mundo são vítimas da doença de chagas. O difícil é saber quem são e onde
estão, já que grande número é crônico, ou seja, a vítima carrega os
sintomas por anos, sem detectar.
Para
reforçar as ações de combate ao barbeiro, a Secretaria da Saúde do
Estado (Sesa), por meio do Núcleo de Controle de Vetores (Nuvet),
realiza, nesta segunda-feira (15), a Oficina de Implantação da Rede de
Monitoramento da Suscetibilidade das Populações Triatomínicas
Brasileiras aos Inseticidas. Participarão da oficina coordenadores de
endemias e supervisores de campo dos 25 municípios selecionados para
início das ações. “A expectativa é de trabalharmos inicialmente com 100
localidades que têm o índice de prevalência”, diz a assessora técnica
responsável pelo Programa de Controle da Doença de Chagas, bióloga
Cláudia Mendonça.
A
principal causa da doença de chagas no Brasil é a transmissão vetorial
e, segundo a assessora técnica, a classificação dos municípios foi feita
segundo os critérios de vulnerabilidade social e ecológica, onde há
alto risco para transmissão vetorial. Além do Nuvet no Ceará, outros
dois laboratórios brasileiros foram selecionados para o monitoramento, o
laboratório da Universidade de Brasília (UnB) e o da Superintendência
de Controle de Endemias de Mogi Guaçu (SP). “Para a implantação da rede
de monitoramento, a oficina é a primeira etapa, com a capacitação dos
coordenadores de endemias e supervisores de campo. Em seguida, serão
realizadas as visitas domiciliares, a coleta dos insetos e testes em
laboratório para avaliar se há resistência ao inseticida”, explica
Cláudia.
Como ainda
não há vacina contra a doença de chagas e sua incidência está
diretamente relacionada às condições habitacionais, a melhor forma de
prevenção é o combate direto ao transmissor, que prolifera em lugares
escuros, sujos e com frestas. Entre as medidas que podem garantir
relativa segurança estão manter a casa limpa, organizada e bem arejada,
aplicar inseticidas e utilizar a proteção de telas em portas e janelas,
principalmente em ambientes rurais.
25
municípios são considerados de alto risco para transmissão: Hidrolândia,
Irauçuba, Massapê, Sobral, Croatá, São Benedito, Boa Viagem, Banabuiú,
Solonópole, Milhã, Jaguaretama, Jaguaruana, Jaguaribe, Limoeiro do
Norte, Quixeré, Arneiroz, Parambu, Independência, Ipaporanga, Baixio,
Orós, Umari, Cariús, Quixelô e Tauá.
(Diário do Nordeste)
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