Os donos dos bar ainda não foram identificados. O folder da festa foi denunciado por movimentos feministas da Região do Cariri
Uma mulher e uma caixa de
cerveja como prêmios para quem batesse uma das 100 cartelas de um bingo
em Barbalha, no Cariri. Anunciado em um folder que passou a ser
denunciado por movimentos feministas nas redes sociais, o evento estava
marcado para acontecer na tarde de amanhã, 9, no Espaço Vip - novo nome
para um estabelecimento antes conhecido como Chácara da Ana Cleide.
De acordo com Júlio Agrelli, titular da Delegacia da Polícia Civil de Barbalha, o bar foi interditado na manhã de ontem e o evento impedido de acontecer.No material de divulgação, a casa anunciava que, ao preço de R$ 100, os interessados poderiam participar de um “bingo dançante”, cujo vencedor ganharia uma “garota nacional” - nas buscas pelos termos estão relacionados sites de acompanhantes sexuais. A imagem de um mulher seminua e mascarada também é veiculada no anúncio da festa.
Conforme o delegado, na diligência, da manhã de ontem, a mulher que seria prêmio foi encontrada e afirma desconhecer a transação envolvendo ela. “A mulher é do Rio Grande do Norte, e já foi encaminhada para lá. Ela conta que foi chamada para ser atração principal e desconhecia que seria usada como prêmio”, relata Agrelli. O delegado conta que a moça se identifica como modelo e que faz programas, mas não sabia que sua foto constava no material de divulgação. “Ela disse que isso denegria imagem dela”, conta.
Na batida policial, algumas mulheres e dois homens estavam no local. Eles foram levados como testemunhas e prestaram depoimento que poderão, segundo Agrelli, ajudar na elucidação da natureza do funcionamento da casa. Ele informa que o bar servia de ponto de encontro para mulheres e homens, mas ainda não é possível afirmar que seria uma casa de prostituição. “Estamos buscando também, caso eles estejam regularizados, cassar o alvará de funcionamento do bar”, adianta.
Os donos do estabelecimento ou os organizadores da festa ainda não foram identificados. “Um advogado esteve na delegacia e disse que eles iriam se apresentar”, afirma o delegado, informando que o as cartelas do bingo ainda não estavam sendo vendidas o que poderia configurar o flagrante. O inquérito do caso foi aberto pela também delegada Lorna Aguiar e deverá ser concluído na próxima semana. O crime previsto no artigo 228 do Código Penal é o de “Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual” e é passível de pena de reclusão de dois a cinco anos e multa.
RepercussãoPor meio da assessoria de imprensa, a Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres do Governo do Estado do Ceará informou que foi acionada com uma denúncia vinda dos movimentos feministas e de mulheres da Região do Cariri. A Coordenadoria teria requerido acompanhamento do Ministério Público do Ceará e da Polícia Civil ao caso. “A Coordenadoria da Mulher está acompanhando o caso e se prontifica a prestar todo e qualquer esclarecimento a opinião pública, reafirmando o compromisso de enfrentar a cultura machista, a exploração sexual e a violência contra à mulher no Ceará”, informa.
A União da Juventude Socialista Feminista (UJS Feminista), ligada ao PCdoB, encabeçou campanha de denúncia pelo número 180 na página do Facebook do coletivo Deixe Ela Falar. Por meio de nota, o grupo repudiou o teor do material e a intenção da festa. “Repudiamos todos os atos que querem incitar as mulheres como objeto. Entende que o papel da mulher na sociedade deve ser preservado e não taxado por preconceitos machistas que insistem em retroceder todos os avanços conquistados”, aponta a nota.
O POVO
Cartela de bingo que oferecia "garota nacional" como prêmio custava R$ 100
De acordo com Júlio Agrelli, titular da Delegacia da Polícia Civil de Barbalha, o bar foi interditado na manhã de ontem e o evento impedido de acontecer.No material de divulgação, a casa anunciava que, ao preço de R$ 100, os interessados poderiam participar de um “bingo dançante”, cujo vencedor ganharia uma “garota nacional” - nas buscas pelos termos estão relacionados sites de acompanhantes sexuais. A imagem de um mulher seminua e mascarada também é veiculada no anúncio da festa.
Conforme o delegado, na diligência, da manhã de ontem, a mulher que seria prêmio foi encontrada e afirma desconhecer a transação envolvendo ela. “A mulher é do Rio Grande do Norte, e já foi encaminhada para lá. Ela conta que foi chamada para ser atração principal e desconhecia que seria usada como prêmio”, relata Agrelli. O delegado conta que a moça se identifica como modelo e que faz programas, mas não sabia que sua foto constava no material de divulgação. “Ela disse que isso denegria imagem dela”, conta.
Na batida policial, algumas mulheres e dois homens estavam no local. Eles foram levados como testemunhas e prestaram depoimento que poderão, segundo Agrelli, ajudar na elucidação da natureza do funcionamento da casa. Ele informa que o bar servia de ponto de encontro para mulheres e homens, mas ainda não é possível afirmar que seria uma casa de prostituição. “Estamos buscando também, caso eles estejam regularizados, cassar o alvará de funcionamento do bar”, adianta.
Os donos do estabelecimento ou os organizadores da festa ainda não foram identificados. “Um advogado esteve na delegacia e disse que eles iriam se apresentar”, afirma o delegado, informando que o as cartelas do bingo ainda não estavam sendo vendidas o que poderia configurar o flagrante. O inquérito do caso foi aberto pela também delegada Lorna Aguiar e deverá ser concluído na próxima semana. O crime previsto no artigo 228 do Código Penal é o de “Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual” e é passível de pena de reclusão de dois a cinco anos e multa.
RepercussãoPor meio da assessoria de imprensa, a Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres do Governo do Estado do Ceará informou que foi acionada com uma denúncia vinda dos movimentos feministas e de mulheres da Região do Cariri. A Coordenadoria teria requerido acompanhamento do Ministério Público do Ceará e da Polícia Civil ao caso. “A Coordenadoria da Mulher está acompanhando o caso e se prontifica a prestar todo e qualquer esclarecimento a opinião pública, reafirmando o compromisso de enfrentar a cultura machista, a exploração sexual e a violência contra à mulher no Ceará”, informa.
A União da Juventude Socialista Feminista (UJS Feminista), ligada ao PCdoB, encabeçou campanha de denúncia pelo número 180 na página do Facebook do coletivo Deixe Ela Falar. Por meio de nota, o grupo repudiou o teor do material e a intenção da festa. “Repudiamos todos os atos que querem incitar as mulheres como objeto. Entende que o papel da mulher na sociedade deve ser preservado e não taxado por preconceitos machistas que insistem em retroceder todos os avanços conquistados”, aponta a nota.
O POVO
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