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quinta-feira, 7 de julho de 2016

Ceará perde R$ 12 bi com violência no trânsito

O estudo Estatísticas da Dor e da Perda do Futuro: novas estimativas mostra que o prejuízo equivale a 9,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado


Perdas provocadas pelas mortes e casos de invalidez permanente provocaram um prejuízo equivalente a R$ 12,38 bilhões em 2015 ao Ceará. O valor representa 9,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, de acordo com o estudo Estatísticas da Dor e da Perda do Futuro: novas estimativas, que aponta o Ceará como o segundo do País e primeiro do Nordeste com maior prejuízo em relação ao PIB.

Para chegar aos números, o estudo considera o Valor Estatístico da Vida (VEV), que leva em conta o perfil da população em cada estado, com critérios como sexo, faixa etária, renda per capta, produção. Esse prejuízo reflete as perdas provocadas por 63.241 casos de invalidez permanente e 2.242 mortes em colisões e atropelamentos no Estado.

Os autores do trabalho, o diretor do Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), da Escola Nacional de Seguros,economista Claudio Contador, e a coordenadora do CPES, Natalia Oliveira, consideraram os ganhos se as pessoas estivessem ativas e produzindo riqueza.

O relatório toma como base os indicadores do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT) e sinaliza uma perda equivalente a 9,91% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual.

O Ceará também ficou em segundo no País e primeiro do Nordeste - além de impacto no PIB -, no número de casos de invalidez permanente decorrente de violência no trânsito. O número registrado no Ceará, 63,2 mil, é maior do que o de toda a Região Norte (61 mil). A estimativa é de que 173 pessoas se tornam permanentemente inválidas por dia, com uma média de sete por hora.

“É assustador o número de brasileiros mortos e feridos por ano. Segundo a Organização Mundial de Saúde, somos destaque nesta triste estatística. Em 2010, estávamos atrás apenas de China, Índia e Nigéria”, diz Claudio Contador.

Fiscalização
O presidente da Comissão Especial de Assuntos e Estudos sobre Direito do Trânsito e Tráfego da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), Mário de Albuquerque Júnior, diz que a violência no trânsito traz um impacto absurdo. “Os acidentes de trânsito ocupam 47% dos leitos do Instituto José Frota (IJF)”, comenta, ressaltando que o prejuízo financeiro é muito elevado para toda a sociedade. Para reduzir esses números, ele defende, de imediato, aumento da fiscalização e, no médio e longo prazo, mais educação para conscientizar a população. “Precisamos de mais agentes da AMC nas ruas para inibir os infratores”, afirma, lembrando que os acidentes de trânsito no Brasil indicam dados de uma epidemia.

A Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) informa que só vai se pronunciar após analisar os dados do estudo.

O POVO

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